Esta foto foi tirada de cima do alto do cavalo bravo, dá pra ver entre o alto e o Serrote de Jericoacoara, a citada Lagoa do Cavalo Bravo.
Cavalo Bravo é uma comunidade muito antiga. As terras já pertenciam à família Brandão, primeiros povoadores, desde o século XIX. Meu avô, Evaldo Pereira Brandão, veio da localidade de Lagoa do Mato, no distrito de Aranaú, Acaraú-CE, para Cavalo Bravo em 1916. Nessa época, o lugar já era conhecido por esse nome. Meu pai me falava que lá era lugar um descampinado ( desprovido de grandes árvores). Era um lugar que só havia plantas rasteiras, que eram ótimas pastagens para os animais de grande porte (eqüinos, muares e bovinos). Os cavalos que eram mais forte e valentes, tinha sob seu domínio, várias éguas e seus filhotes. Cada lote tinha seu território definido e protegido pelo cavalo mais forte, que chefiava o lote. Existia nesse lugar, um cavalo que era muito valente para outros cavalos, porém, já havia sido domesticado. Quando apanhado pelos donos, era ótima montaria, por isso era conhecido como um cavalo bravo ( era valente para com outros cavalos, porém manso com as pessoas) e não brabo ( selvagem). No território desse cavalo, tinha uma lagoa com muita pastagem e um local alto ( uma colina que já fora em outros tempos uma grande duna de areia). Ele levava seu lote para a área da lagoa que ficava do lado norte do alto ou para a chapada( com outro tipo de capim) que ficava ao sul. Quando ele ouvia qualquer barulho que indicasse a aproximação de alguém, esse cavalo bravo subia esse monte para ver quem vinha e se preparava para proteger o lote de éguas e seus filhos, principalmente se se tratasse de outro cavalo. Por tudo isto, o lugar ficou conhecido ( pelos criadores da região) como: O Alto do Cavalo Bravo. Até hoje, a Lagoa citada, é também conhecida como: Lagoa do Cavalo Bravo.
Hoje a área conhecida como Cavalo Bravo, é bem mais abrangente do que o território do tal animal. Esse cavalo era de cor esbranquiçada, ‘alvaçã’, como os criadores de animais chamavam.
Outra colina, um pouco mais ao poente, era usada com os mesmos propósitos por um outro cavalo(este, totalmente selvagem) que tinha a cor castanha e também é conhecido até hoje como o Alto do Castainho.
Aos poucos, eu irei contando a história das pessoas que residiram lá ou ainda residem, é só acompanhar as postagens. É para isso que foi criado esse Blog.
Por: Jacinto Pereira.