Dados da Federação Brasileira dos Bancos apontam que mais de 400 mil
contratos foram repactuados e cerca de 3,5 milhões de pessoas tiveram
suas restrições de crédito removidas
247 - O Desentrola, programa do governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), voltado para a renegociação de dívidas junto
a instituições financeiras, já alcançou o volume de R$ 2,5 bilhões em
débitos negociados nas primeiras duas semanas desde sua implementação.
Segundo a Folha de S. Paulo,
dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) apontam que mais de
400 mil contratos foram repactuados e cerca de 3,5 milhões tiveram suas
restrições de crédito removidas devido a débitos de até R$ 100 com
instituições financeiras. Essa medida é aplicada automaticamente aos
participantes do programa.
"Consideramos que o Programa cumpre o papel essencial no momento
delicado das finanças das famílias brasileiras, ao procurar reduzir
dívidas da maior quantidade possível de pessoas", disse o presidente da
Febraban, Isaac Sidney, por meio de nota.
Ainda conforme a reportagem, alguns bancos têm estendido as mesmas
condições a outros clientes que não se enquadram oficialmente no
programa. Por exemplo, no Banco do Brasil, 150 mil clientes renegociaram
suas dívidas, embora apenas 65 mil deles sejam oficialmente
participantes do Desenrola.
No momento, podem aderir ao programa os clientes de bancos com renda
mensal superior a dois salários mínimos e inferior a R$ 20 mil, que
também não estejam inseridos no Cadastro Único do governo federal. O
foco atual das dívidas renegociadas é apenas as dívidas bancárias.
A partir de setembro, o programa será expandido para incluir clientes
com renda mensal de até dois salários mínimos e aqueles que estejam no
Cadastro Único, permitindo a inclusão de dívidas não bancárias. Essas
condições valerão até o final de 2023.
Presidente afirmou que o país tem “milhares de gênios” que, se
acolhidos, “a gente vai fazer uma revolução ainda nessa primeira metade
do século XXI”
247 - O presidente Lula (PT) sancionou nesta segunda-feira (31), em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto que institui o Programa Escola em Tempo Integral.
Em seu discurso, ele falou novamente na intenção de fundar no Brasil
uma “escola especial” de matemática, para “acolher nossos gênios”.
O presidente disse que o país tem “milhares de gênios” que, se
acolhidos, “a gente vai fazer uma revolução ainda nessa primeira metade
do século XXI”. “O povo não tem noção do quanto de gênio tinha o Santos
Dumont.E aqui no Brasil a gente não está habituado, não sei se é uma
cultura nossa, mas a gente não está habituado a criar ídolos, símbolos,
pessoas que deram importância. Na verdade, a gente só aprendeu com o
Ayrton Senna depois que ele morreu e com o Pelé. Mas a gente não tem
símbolos. E a história do Santos Dumont é uma história que merece
orgulho. Ele que inventou o avião, o único que conseguiu fazer uma coisa
mais pesada que o ar subir, e os americanos criaram a ideia que foram
eles que inventaram o avião. Eu acho que nós poderemos ter milhares de
gênios espalhados por esse país, que se a gente acolher, a gente vai
fazer uma revolução ainda nessa primeira metade do século XXI. A gente
não pode esperar para a segunda metade”.
Lula ainda rasgou elogios ao ministro da Educação, Camilo Santana
(PT). “Haddad foi o melhor ministro da Educação que eu tive. Pelo que eu
estou vendo, o Haddad precisa se preparar, porque eu acho que ele pode
perder o pódio se você [Camilo Santana] conseguir fertilizar nesse país
um pouco daquilo que é uma qualidade excepcional de um estado como o
Ceará. Eu não sei se é porque as escolas de lá são melhores, se os
professores são melhores. O dado concreto é que 40% dos alunos que
entram no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) estudam no Ceará”.
Sobre a criação do Programa de Escola em Tempo Integral, o presidente
admitiu que sua implementação vem com atraso. “A história do nosso país
é triste porque a gente nunca fez as coisas no tempo que era necessário
e possível fazer. Sempre se utilizava o discurso de que ‘isso é gasto,
isso não pode fazer, gasta muito’. A gente nunca se perguntou quanto
custou a gente não fazer. Nunca paramos para perguntar quanto custou não
alfabetizar esse país no começo do século passado. É só lembrar que até
1920 a Argentina já tinha feito sua primeira reforma universitária e a
gente não tinha sequer a nossa primeira universidade. Então no Brasil é
sempre tudo muito atrasado. O voto da mulher demorou muito, a libertação
dos escravos demorou muito, a independência demorou muito, a igualdade
salarial entre mulher e homem só foi feita 20 dias atrás. Então tudo é
atrasado. E a escola em tempo integral chega atrasada, porque quem sabe a
gente pudesse ter feito há 20 anos, 30 anos. Mas não foi, certamente
porque alguém dizia que custava muito. E assim a gente vai levando a
vida, e quem vai ficando sempre para escanteio é o povo mais humilde”.
“A educação precisa ser enxergada como o mais importante investimento
que pode ser feito. E aí a gente tem que levar em conta a necessidade
de os professores terem salários razoáveis, pelo menos. A gente tem que
levar em conta a mudança do feitio das escolas brasileiras, porque as
escolas brasileiras em muitas cidades são quase como uma caixa em que o
aluno entra e fica preso. Não é uma escola prevista para ser uma coisa
prazerosa. Por que as crianças não gostam muito de ir para a escola?
Porque não é atrativa. Às vezes as professoras e professores não são
atrativos na questão de dar aula, o espaço não é atrativo. Então as
crianças ficam desestimuladas. Precisamos então recriar essa coisa da
criança ir para a escola porque ela está alegre, feliz, vai aprender,
vai ter contato com as coisas. Obviamente que é importante a gente saber
que [Pedro Álvares] Cabral descobriu o Brasil, mas ele já descobriu.
Pronto. Agora, a questão do clima tem que ser discutida na escola,
porque se não as crianças não ajudam a educar os pais dentro de casa.
Tem um monte de coisa que a gente tem que discutir dentro da escola
porque a criança pode mudar a cabeça do pai. O pai tem mais dificuldade
de mudar a cabeça da criança do que a criança a cabeça do pai se a
criança for orientada para isso”.
Muitos
consideram que o comportamento dos Estados nas relações internacionais
pode ser explicado através das ações e interações dos indivíduos no
poder, como é o caso com os chefes de Estado. No caso do Brasil, o
primeiro semestre de 2023 caracterizou-se por um "internacionalismo
itinerante" empreendido pelo presidente Lula.
Com efeito, o comportamento nacional
frequentemente acaba por refletir as escolhas particulares dos
responsáveis pela condução da política externa. Quando se trata de
Brasil, por sua vez, vemos que a escolha de Lula foi tentar reaver a altivez das relações internacionais brasileiras
que foram uma das marcas de seus dois primeiros mandatos à frente do
país. Em todo caso, a maioria dos políticos de fato possuem visões de
mundo únicas e, portanto, são essas visões que acabam afetando as
percepções dos tomadores de decisão e suas escolhas de discurso. Tais
visões, sem prejuízo do que já foi exposto, também sofrem influência da
posição do país no sistema internacional e de como é formulado o então chamado "interesse nacional".
Sem sombra de dúvidas, o Brasil é um país no qual as predisposições pessoais do chefe de Estado são geralmente transformadas em orientações gerais para as relações exteriores do país.
Isso porque as crenças do líder sempre sugerem formas de interpretar o
ambiente internacional, motivo pelo qual o presidente Lula, assim como
seu antecessor Bolsonaro, moveu o governo a agir de forma consistente
com suas interpretações da realidade. Logo, nota-se aqui a difícil
dissociação entre a formação ideológica de Lula e sua ação e conduta
política durante esses primeiros seis meses de 2023 que, mais uma vez,
caracterizou-se por um "internacionalismo itinerante" e por críticas ao
Norte Global.
Marco importante nesse sentido foi a (re)aproximação com a China, que representou o retorno da ênfase na diversificação
das relações internacionais do país, mas que também causou certas
preocupações quanto a um suposto afastamento do Brasil dos Estados
Unidos e do resto Ocidente. Após o restabelecimento de uma melhora no
âmbito bilateral, a parceria estratégica sino-brasileira objetivou retomar ações conjuntas em tópicos de interesses comum, como o fomento ao desenvolvimento mais igualitário da globalização e a desdolarização das relações comerciais. Apesar de diferenças
em relação aos seus sistemas políticos, ambas, Brasil e China,
continuam determinadas a assegurar a sua autonomia nacional, opondo-se a
qualquer tipo de interferência externa em seus assuntos internos. Na
visita de Lula à China em abril, firmaram-se diversos acordos de cooperação e investimentos chineses no Brasil, além de parcerias no âmbito de transferência de tecnologias.
No que se refere, por sua vez, ao conflito na Ucrânia,
o presidente Lula procurou incentivar discussões em âmbito global para
um acordo de paz no Leste Europeu. Tal posição brasileira fez com que o
governo, por exemplo, não endossasse a declaração final da Cúpula do G7 que ocorreu em maio no Japão,
documento esse de tom abertamente confrontacional em relação à Rússia.
Lula, apesar de ter participado da reunião do G7 como convidado
especial, fez duras críticas
ao modo como os países ocidentais têm tratado o conflito, uma vez que a
Europa e os Estados Unidos têm ignorado os apelos do Sul Global pela
paz.
No âmbito do BRICS, Lula viu sua parceira política de longa-data,
Dilma Rousseff, assumir o cargo de chefia do Novo Banco de
Desenvolvimento. Apesar de não trazer em si grandes mudanças para o
funcionamento prático do banco, a presença de Dilma à frente da
instituição é o símbolo de uma época em que o BRICS se movia em uníssono no intuito de aumentar seu prestígio internacional.
No
que concerne à América Latina, Lula fez o Brasil retornar ao quadro da
Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) ainda no
começo do ano, sinalizando para o revigoramento das relações brasileiras com a região.
No final de maio, Lula também realizou uma cúpula de líderes
sul-americanos em Brasília, demonstrou novamente a prioridade do vetor
regional para a política externa brasileira
em seu terceiro mandato. Com isto, a intenção do governo foi ampliar os
processos de cooperação econômica e social entre os países
latino-americanos, com o Brasil a desempenhar um papel de liderança
nesse processo.
Em relação à Europa, tanto nas cúpulas sobre um novo pacto financeiro em Paris como na recente terceira reunião CELAC-UE, Lula criticou os privilégios europeus nas instituições de Bretton Woods
(representadas pelo Banco Mundial e o FMI), a abordagem patronal do
Ocidente em relação à questão climática no Sul Global, assim como muitas
as dificuldades em torno do acordo Mercosul-União Europeia.
Em relação ao meio ambiente, por exemplo, Lula chamou atenção para o fato de que os países mais industrializados da Europa foram os principais responsáveis pela poluição do planeta ao longo da história,
sendo estes os que mais cobram responsabilidade ambiental da América
Latina, África e da Ásia. O presidente brasileiro também lamentou o
excessivo protecionismo europeu com relação às exportações de carnes e
outros alimentos provenientes da América do Sul, enquanto exigem que
empresas europeias sejam tratadas com isonomia nos processos
licitatórios nacionais. No limite, tais exigências colocariam em risco a
indústria local, podendo ter efeitos bastante negativos no emprego e renda.
Não por acaso, o Brasil ainda se opõe à implementação do acordo
Mercosul-União Europeia, dadas as polêmicas envolvendo a intransigência
dos europeus em relação a uma posição mais justa para ambos os blocos.
Em suma, a política externa brasileira no primeiro semestre de 2023 foi marcada pela intenção de promover o Brasil como um dos atores mais importantes do Sul Global, defendendo os interesses
latino-americanos em fóruns internacionais de relevância e causando,
ainda assim, algumas críticas no âmbito doméstico. Isso porque no
Brasil, por vezes, enxergou-se que Lula estivesse se afastando
perigosamente das posições defendidas pelos Estados Unidos no sistema,
dado sobretudo o contexto atual em torno de uma nova guerra fria entre o
eixo euroatlântico (capitaneado pelos americanos) e o eixo euroasiático
(capitaneado por China e Rússia). Contudo, o Brasil de Lula, nas
palavras do chanceler Mauro Vieira, procurou até aqui simplesmente exercer uma política de "não alinhamento automático" a nenhum dos lados, ao mesmo tempo em que usou seu internacionalismo itinerante para ampliar a margem de manobra de sua diplomacia e retomar seu discurso em defesa do multilateralismo e da multipolaridade nas relações internacionais.
As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.
Míriam
Leitão era contra o pré sal, depois dizia que o Brasil não tinha como
explorar esse petróleo em águas profundas, agora diz que a PETROBRAS tem
que aumentar o preço dos combustíveis. Quem será que paga ela para ser
contra nosso desenvolvimento? Ela sempre tenta pautar ou dar pitaco no
governo Lula, até tenta desqualificar o economista e professor Marcio
Pochmann, indicado pelo Presidente para dirigir o IBGE
Linguista afirma que Lula acabou com a fome, mas ela voltou após o golpismo liderado pela Globo
247 – Na última edição da Live do Conde, o jornalista e
linguista Gustavo Conde trouxe à tona uma contundente reflexão sobre a
persistência da fome no Brasil, destacando a relação entre esse problema
social e a atuação da Rede Globo. Além disso, ele instigou o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva a enfrentar a influência da emissora em
questões cruciais para o desenvolvimento do país.
Gustavo Conde destacou que, com o apoio da população, o presidente
Lula desenvolveu políticas sociais que resultaram na significativa
redução da pobreza e da insegurança alimentar durante seus mandatos. No
entanto, o jornalista aponta que esse avanço foi temporário e a fome
voltou a ser uma realidade para muitos brasileiros.
De acordo com Conde, o ressurgimento da fome não pode ser atribuído
exclusivamente a Jair Bolsonaro, Michel Temer ou Aécio Neves. Em suas
palavras, a verdadeira responsável é a "mãe de todos eles": a Rede
Globo. O comunicador critica a emissora por conduzir uma campanha
permanente contra o Brasil e seu desenvolvimento, enfatizando que essa
postura da mídia teria impacto direto nas políticas públicas e nas
decisões governamentais. "O Brasil não estará livre da fome enquanto
houver Rede Globo e Lula deve enfrentá-la", diz Gustavo Conde.
Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto
expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha
realizados no 7 de setembro
247 - O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior
Eleitoral, determinou nesta sexta-feira (28) uma multa de R$ 110 mil
para o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto,
devido ao descumprimento de uma decisão judicial.
Ambos são alvos de ações no TSE por abuso de poder político e uso
indevido de comunicação. Segundo a determinação de Gonçalves, Bolsonaro e
Braga Netto não cumpriram a ordem para remover de seus perfis em redes
sociais a propaganda eleitoral contendo imagens do ex-presidente
capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da
Independência. Cada um deverá pagar R$ 55 mil.
O ministro destacou que as postagens irregulares foram mantidas entre
12/09/2022 e 22/09/2022, mesmo após a campanha ter se comprometido a
retirar o conteúdo. Dos 40 links que deveriam ter sido excluídos, 17
permaneceram em desacordo com a decisão.
Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto
expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha
realizados no 7 de setembro.
As solenidades ocorreram tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília e
foram transmitidas pela TV Brasil. Em sua passagem pela capital
federal, o ex-presidente dirigiu críticas a ministros do Supremo
Tribunal Federal, comemorou a redução do preço da gasolina e a expansão
do Auxílio Brasil, ao mesmo tempo que afirmou que as eleições daquele
ano se configurariam como uma "batalha entre o bem e o mal", fazendo
alusão a Lula.
Em quatro decisões distintas, o ministro Benedito Gonçalves também
agendou audiências com as seguintes autoridades: o governador do
Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o governador do Rio de Janeiro,
Cláudio Castro (PL); o senador Ciro Nogueira (PP), que na época era
ministro-chefe da Casa Civil e atualmente é senador; e o ex-ministro da
Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Levantamento inédito feito pela Gênero e Número e Agência Pública mostra aumento da diversidade no ensino superior
Por Diego Nunes, Mariama Correia, Raphaela Ribeiro, Vitória Régia da Silva, Gênero e Número, Agência Pública - Mulheres
negras ampliaram participação nos dez cursos universitários mais
procurados pelo Prouni (Programa Universidade para Todos), que concede
bolsas integrais e parciais de estudo em instituições particulares de
ensino superior. Ao longo de 14 anos, a presença delas em programas como
Pedagogia, Direito e Medicina mais do que dobrou, segundo levantamento
inédito feito pela Gênero e Número e Agência Pública.
A análise da série histórica considera informações sobre gênero e
raça das matrículas entre 2006 e 2020, último ano com dados disponíveis
nesse recorte, tanto de bolsas integrais quanto parciais,
disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC). O Prouni foi criado
em 2004.
Em números absolutos, as bolsas de prounistas negras nesses cursos
mais do que dobraram de volume, passando de 15.340 em 2006 para 31.868
matrículas, um percentual de 108%.
Em 2006, elas representavam 28% entre os estudantes bolsistas do
Prouni nos 10 cursos mais procurados do ensino superior, segundo o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep). Em 2020, esse percentual cresceu para 38%.
As mulheres negras também foram o grupo demográfico que mais se
beneficiou com as bolsas disponibilizadas pelo programa. Em 2012, elas
ultrapassaram outros grupos chegando a representar 30% das bolsas –
contra 26% de mulheres brancas, 24% de homens negros e 19% de homens
brancos. Durante o período analisado, homens brancos foram o único grupo
que apresentou queda proporcional no acesso a bolsas do Prouni,
passando de 20% em 2006 para 15% em 2020.
Priscila Cristina Evangelista, 36 anos, nascida e criada em
Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, formou-se em pedagogia, o
primeiro da lista dos dez cursos mais disputados, com bolsa de 100%.
Quando ela entrou na Faculdade Torricelli, em 2006, ninguém de sua
família tinha curso universitário. “Foi essa oportunidade que abriu as
portas da universidade para mim. Depois para os meus irmãos, minha mãe e
a minha família”. Atualmente, os dois irmãos dela e a mãe também estão
formados e ela está cursando a segunda graduação em psicologia pela
Universidade de Guarulhos (UNG).
Ana Paula Conceição de Souza, 24 anos, nasceu e cresceu em
Parelheiros, bairro periférico do extremo sul de São Paulo. Em 2021, ela
passou em psicologia, sexto curso universitário mais disputado do
Brasil. Atualmente, ela estuda com bolsa Prouni 100% na Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU) de Santo Amaro.
“O Prouni para mim significa ascensão, significa acesso, porque, sem a
bolsa, eu dificilmente conseguiria custear a faculdade”, conta. Da
turma de oito estudantes, três possuem bolsa do Prouni. Ana, que é filha
de trabalhadora doméstica e a primeira da sua família a acessar a
universidade, é a única negra.
“Nos primeiros anos de faculdade, durante a pandemia, não abria a
câmera e não colocava foto de perfil. Logo, os colegas não tinham como
saber que era uma mulher negra. E eu comecei a perceber que as pessoas
davam muito mais credibilidade para o que eu falava quando eu não tinha
identidade. Até professores, sabe?”, conta.
Larissa Araujo Aniceto, 25 anos, moradora de Santo Amaro, periferia
do extremo sul de São Paulo, também foi a primeira de sua família a
cursar o ensino superior. Em 2016, ela foi beneficiada com uma bolsa de
100% para estudar administração na Fundação Instituto de Administração
(FIA). Formada desde 2019, no terceiro curso universitário mais
disputado do Prouni, hoje atua como analista de treinamento.
“Provavelmente eu teria cursado gestão empresarial (curso técnico) e
entraria no mercado, mas com uma menor visibilidade do que a graduação
oferece”, diz. Com a graduação, Larissa sente que está “galgando um
espaço que foi negado para os meus pais”, uma dona de casa e um
funcionário público que cursaram até o ensino médio.
Mais nordestinas e nortistas na universidade - A participação
de nordestinas e nortistas negras no Prouni também aumentou no período
analisado pela Gênero e Número e Agência Pública. Houve um crescimento
de 233% no acesso a bolsas por mulheres negras do Norte e de 216% no
Nordeste, que concentra a maior população autodeclarada negra do país,
de acordo com a PNAD Contínua do IBGE.
Hoje no último ano da bolsa de doutorado em comunicação na UFPE,
Raíssa Santos, 34 anos, moradora do Recife (PE) cursou jornalismo na
Universidade Católica de Pernambuco com 100% de bolsa pelo Prouni, em
2007. Criada em uma comunidade periférica ribeirinha chamada Vila
Arrais, bairro da Várzea, zona norte do Recife, ela conta que foi uma
das poucas pessoas negras de sua turma. “Tinha 60 pessoas e só duas
negras, eu e meu amigo, que também era prounista”.
Acessar uma universidade de elite fazia com que Raíssa se sentisse
como um “peixe fora d’água”. “A gente não saía para os mesmos lugares
que os outros alunos porque não tinha dinheiro. E como tinha meta de
nota para não perder a bolsa, o foco era estudar. Não tinha, naquela
época, referências de mulheres como eu para me espelhar. Hoje sei que
sou inspiração para muitas meninas da minha comunidade”, diz.
O objetivo de Raíssa é passar em um concurso federal para fazer um
projeto de comunicação na comunidade de Vila Arrais, que fica próxima da
Universidade Federal de Pernambuco. “Os jovens que moram lá trabalham
como flanelinhas na universidade, mas não se sentem parte do campus.
Quero ajudar a inserir esses jovens no ambiente acadêmico”.
Prouni facilitou acesso à universidade, mas há desafios - O
Prouni prevê cotas para ocupação de vagas por pretos, pardos e indígenas
de forma proporcional às populações desses grupos demográficos em cada
estado. Enquanto o acesso das mulheres negras aos cursos mais
concorridos aumentou 108% pelo Prouni, a participação de homens negros
também cresceu em 63% e de pessoas indígenas e amarelas 51% no período
analisado pela reportagem, o que revela o impacto do programa
principalmente no acesso à educação superior de grupos minoritários.
De fato, o programa serviu como um fator de diversificação do perfil
de estudantes, sobretudo nos cursos mais elitistas, como medicina e
direito, por exemplo, mas ainda há muitas barreiras para um maior acesso
de pessoas negras ao ensino superior, considera a professora do
Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR, Cláudia Baukat Silveira
Moreira. Ela pesquisou o Prouni no seu doutorado e é autora da tese “Um
olhar sobre o muro: avaliação do Programa Universidade para Todos”.
“O Prouni incluiu pessoas na universidade que sem as bolsas não
estariam lá. Mas ainda há muitos desafios. O primeiro é a falta de
fiscalização do quanto as bolsas são distribuídas. O segundo é que o
programa, sem querer, provocou uma reconfiguração do mercado de ensino
superior privado no Brasil”, explica.
De acordo com a pesquisadora, antes do Prouni, havia as instituições
com fins lucrativos e as beneficentes, que gozam de imunidade
tributária. Por lei, essas últimas são obrigadas a aderir ao Prouni. As
privadas stricto sensu não têm essa obrigação.
“O que aconteceu, ao longo dos anos, foi que muitas das beneficentes
passaram a ser instituições privadas e isso tem relação tanto com o
Prouni como com outros fatores econômicos”, explica. Para ela, também
falta fiscalização para uma distribuição mais proporcional e justa das
bolsas e para uma melhor qualidade no ensino superior particular. “Temos
hoje poucos grupos privados assumindo o controle de várias faculdades.
Além disso, a pandemia apressou a oferta da educação à distância com uma
qualidade muito ruim.”
Simone Nascimento, integrante do Movimento Negro Unificado e
co-deputada estadual de São Paulo pela Bancada Feminista, que se formou
em jornalismo em 2016 através do Prouni, diz que o programa foi criado
como uma política de transição, que deveria ter sido acompanhada de
outras ações para fortalecimento da educação básica e da ampliação de
oferta de vagas no ensino superior público. “Menos de 20% da juventude
brasileira está na universidade. Então é possível sim no Plano Nacional
da Educação dos próximos dez anos, pensar em uma transição da faculdade
privada para a pública”, defende.
Mesmo dentro das universidades, mulheres negras ainda enfrentam
muitos desafios para garantir sua permanência e conclusão dos cursos. No
âmbito do ensino superior, as desigualdades sociais, econômicas e
raciais se tornam ainda mais evidentes, segundo os relatos ouvidos pela
reportagem.
A concessão de bolsas de estudos, sem o complemento de programas de
permanência, faz com que a evasão escolar seja mais comum do que se
imagina. Segundo os Censos da Educação Superior do MEC mais recentes, em
2021, a taxa de desistência dos estudantes de instituições privadas foi
de 38,8% – o que equivale a uma perda de 2,19 milhões de estudantes. De
acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o número vem seguindo uma
tendência de crescimento observada desde 2017, quando a taxa de evasão
nas instituições privadas era de 29,8%.
Sem apoio, Larissa não teria conseguido concluir a graduação. Durante
o curso, mesmo com bolsa integral do Prouni, ela precisou contar com
ajuda financeira dos pais para gastos com alimentação, xerox e
transporte até o campus, que ficava há mais de 20 quilômetros de
distância da sua casa. Além disso, enfrentou preconceito por ser a única
mulher negra e bolsista. “Isso me impactou durante os quatro anos, a
forma como eu lidava com a turma e como eu era acolhida e recebida”,
lembra.
Para ela, não basta apenas inserir mulheres negras no ensino
superior, sem promover um ambiente receptivo. “Essas dificuldades
reforçam as barreiras para o ingresso de mulheres negras na
universidade. É importante ter auxílio e incentivo também para que a
gente permaneça.”
O Ministério da Educação não respondeu os questionamentos da reportagem até a publicação.
No acumulado do ano (janeiro/2023 a junho/2023), o saldo foi de 1.023.540 empregos
Agência Brasil - O Brasil registrou um saldo positivo de
157.198 empregos com carteira assinada no mês de junho deste ano. No
período foram registradas 1.914.130 admissões e 1.756.932 desligamentos.
Os dados são do Novo Caged, Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.
No acumulado do ano (janeiro/2023 a junho/2023), o saldo foi de
1.023.540 empregos, resultado de 11.908.777 admissões e 10.885.237
desligamentos. Os dados serão detalhados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego ainda hoje.
Presidente passou por procedimento de “denervação percutânea” para
“para alívio de dor crônica" até cirurgia em outubro. Lula cumpre agenda
no Alvorada até quinta
O mandatário passou por procedimento de “denervação percutânea” para
“para alívio de dor crônica" até cirurgia em outubro. Lula cumprirá
agenda no Palácio da Alvorada até quinta-feira (27).
Leia a nota na íntegra: "o presidente da República, Luiz Inácio Lula
da Silva, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês - unidade Brasília -,
nesta manhã (26), para a realização de um procedimento eletivo,
minimamente invasivo, de denervação percutânea, no quadril direito, para
alívio de dor crônica até a realização de uma cirurgia prevista para
outubro, uma artroplastia de quadril, para a solução definitiva do
problema. O procedimento de hoje foi realizado sem intercorrências e o
presidente deve cumprir agenda no Palácio da Alvorada até esta
quinta-feira (27)".
A imprensa ocidental controlada pelo
imperialismo liderado pelos EUA continua batendo na Rússia pela invasão
na Ucrânia, mas ninguém fala na invasão de Israel no território
palestino e nem da ocupação de grande parte do território sírio pelos
EUA, inclusive roubando o petróleo do território ocupado.
A
Imprensa comandada pelo império americano continua chamando a Venezuela e
Cuba de ditaduras e pressionando os países da região a ficarem do seu
lado contra essas nações que são sancionadas pelos EUA a mais de meio
século, no entanto apoiam a ditadura na Arábia Saudita sem nunca ter
sancionado o país árabe por desrespeito aos Direitos Humanos ou qualquer
outra coisa.
Virou moda agora a vinda de autoridades americanas
dar pitaco no Governo Lula, seja para apoiar os EUA em sua guerra contra
a Rússia, seja para pressionar o Brasil para derrubar o Maduro e
colocar um capacho dos interesses econômicos dos EUA, seja para Brasil
cuidar só da questão ambiental e esquecer política de desenvolvimento
industrial e científico, seja oferecendo satélites de vigilância para a
Amazônia onde as informações seriam controlados por eles ou para Brasil
se afastar da China e da Rússia.
O levantamento foi feito com base em dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação
247 - “Pelo menos 36 milhões de vacinas compradas pelo
governo Bolsonaro foram herdadas pela gestão Lula já vencidas ou prestes
a perder a validade, sem prazo suficiente para o uso. Como resultado, o
Ministério da Saúde incinerou essas doses no primeiro semestre deste
ano, numa média de 200 mil doses descartadas ao dia”, informa o
jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no portal Metrópoles.
“O levantamento, feito pela coluna com base em dados obtidos por meio
da Lei de Acesso à Informação, mostra que, de janeiro a junho, o
ministério incinerou 36,6 milhões de doses de imunizantes. A cada 10
doses de vacina descartadas, nove venceram ainda em 2022 ou até março
deste ano”, acrescenta.
Professor da Columbia University (NYC) e Diretor do Centro para o
Desenvolvimento Sustentável e Presidente da Rede de Soluções
Sustentáveis da ONU. Ele tem sido um conselheiro de três
Secretários-Gerais da ONU e atualmente serve como Defensor da iniciativa
para Metas de Desenvolvimento Sustentável sob o Secretário-Geral da
ONU, António Guterres.
O povo americano precisa urgentemente conhecer a verdadeira história
da guerra na Ucrânia e suas perspectivas atuais. Infelizmente, a mídia
tradicional - The New York Times, Wall Street Journal, Washington Post,
MSNBC e CNN - tornaram-se meros porta-vozes do governo, repetindo as
mentiras do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e ocultando a
história do público.
Biden está mais uma vez denegrindo o presidente russo Vladimir Putin,
desta vez acusando Putin de uma "luxúria covarde por terras e poder",
depois de declarar no ano passado que "Pelo amor de Deus, aquele homem
[Putin] não pode permanecer no poder". No entanto, é Biden quem está
aprisionando a Ucrânia em uma guerra sem fim, ao continuar pressionando
pela expansão da OTAN para a Ucrânia. Ele tem medo de dizer a verdade ao
povo americano e ucraniano, rejeitando a diplomacia e optando, em vez
disso, pela guerra perpétua.
A expansão da OTAN para a Ucrânia, que Biden promoveu há muito tempo,
é uma jogada dos Estados Unidos que fracassou. Os neoconservadores,
incluindo Biden, acreditavam desde o final dos anos 1990 que os Estados
Unidos poderiam expandir a OTAN para a Ucrânia (e Geórgia) apesar da
oposição veemente e duradoura da Rússia. Eles não acreditavam que Putin
realmente iria à guerra por causa da expansão da OTAN.
No entanto, para a Rússia, a expansão da OTAN para a Ucrânia (e
Geórgia) é vista como uma ameaça existencial à segurança nacional russa,
especialmente considerando a fronteira de 2.000 km da Rússia com a
Ucrânia e a posição estratégica da Geórgia na extremidade leste do Mar
Negro. Diplomatas americanos explicaram essa realidade básica aos
políticos e generais americanos há décadas, mas os políticos e generais
persistiram de forma arrogante e grosseira em empurrar a expansão da
OTAN.
Neste ponto, Biden sabe muito bem que a expansão da OTAN para a
Ucrânia desencadearia a Terceira Guerra Mundial. É por isso que, nos
bastidores, Biden colocou a expansão da OTAN em marcha lenta na Cúpula
da OTAN em Vilnius. No entanto, em vez de admitir a verdade - que a
Ucrânia não fará parte da OTAN - Biden prevarica, prometendo a adesão
eventual da Ucrânia. Na realidade, ele está comprometendo a Ucrânia com
um derramamento de sangue contínuo sem motivo além da política doméstica
dos Estados Unidos, especificamente o medo de Biden de parecer fraco
diante de seus adversários políticos. (Há meio século, os presidentes
Johnson e Nixon sustentaram a Guerra do Vietnã essencialmente pela mesma
razão patética e com as mesmas mentiras, como explicou brilhantemente o
falecido Daniel Ellsberg.)
A Ucrânia não pode vencer. É mais provável do que não que a Rússia
prevaleça no campo de batalha, como parece estar acontecendo agora. No
entanto, mesmo que a Ucrânia consiga avançar com forças convencionais e
armamentos da OTAN, a Rússia escalará para uma guerra nuclear, se
necessário, para impedir a presença da OTAN na Ucrânia.
Durante toda a sua carreira, Biden serviu ao complexo
militar-industrial. Ele promoveu incansavelmente a expansão da OTAN e
apoiou as guerras de escolha profundamente desestabilizadoras da América
no Afeganistão, Sérvia, Iraque, Síria, Líbia e agora na Ucrânia. Ele se
submete a generais que querem mais guerra e mais "surpresas" e que
preveem uma vitória iminente apenas para manter o público crédulo ao seu
lado.
Além disso, Biden e sua equipe (Antony Blinken, Jake Sullivan,
Victoria Nuland) parecem ter acreditado em sua própria propaganda de que
as sanções ocidentais estrangulariam a economia russa, enquanto armas
milagrosas como o HIMARS derrotariam a Rússia. E durante todo esse
tempo, eles têm dito aos americanos para não prestarem atenção às 6.000
armas nucleares russas.
Os líderes ucranianos têm seguido a decepção dos Estados Unidos por
razões difíceis de entender. Talvez eles acreditem nos Estados Unidos,
ou tenham medo dos Estados Unidos, ou temam seus próprios extremistas,
ou simplesmente sejam extremistas, prontos para sacrificar centenas de
milhares de ucranianos em morte e ferimentos na ingênua crença de que a
Ucrânia pode derrotar uma superpotência nuclear que considera a guerra
como existencial. Ou talvez alguns dos líderes ucranianos estejam
enriquecendo ao se apropriar de dezenas de bilhões de dólares de ajuda e
armas ocidentais.
A única maneira de salvar a Ucrânia é uma paz negociada. Em um acordo
negociado, os Estados Unidos concordariam que a OTAN não se expandirá
para a Ucrânia, enquanto a Rússia concordaria em retirar suas tropas.
Questões pendentes - Crimeia, Donbas, sanções americanas e europeias, o
futuro dos acordos de segurança europeus - seriam tratadas
politicamente, não por meio de uma guerra interminável.
A Rússia tentou repetidamente negociações: tentou evitar a expansão
da OTAN para o leste, tentou encontrar arranjos de segurança adequados
com os Estados Unidos e a Europa, tentou resolver questões interétnicas
na Ucrânia após 2014 (os acordos de Minsk I e Minsk II), tentou manter
limites para mísseis antibalísticos e tentou encerrar a guerra na
Ucrânia em 2022 por meio de negociações diretas com a Ucrânia. Em todos
os casos, o governo dos Estados Unidos desprezou, ignorou ou bloqueou
essas tentativas, muitas vezes apresentando a grande mentira de que é a
Rússia e não os Estados Unidos que rejeita as negociações. JFK disse
exatamente certo em 1961: "Nunca devemos negociar por medo, mas nunca
devemos temer negociar." Se ao menos Biden prestasse atenção à sabedoria
duradoura de JFK.
Para ajudar o público a ir além da narrativa simplista de Biden e da
mídia tradicional, ofereço uma breve cronologia de alguns eventos-chave
que levaram à guerra contínua.
31 de janeiro de 1990. O ministro das Relações Exteriores alemão,
Hans Dietrich-Genscher, promete ao presidente soviético Mikhail
Gorbachev que, no contexto da reunificação alemã e do desmantelamento da
aliança militar do Pacto de Varsóvia, a OTAN descartará uma "expansão
de seu território para o Leste, ou seja, aproximando-se das fronteiras
soviéticas".
9 de fevereiro de 1990. O secretário de Estado dos EUA, James Baker
III, concorda com o presidente soviético Mikhail Gorbachev que a
"expansão da OTAN é inaceitável".
29 de junho a 2 de julho de 1990. O secretário-geral da OTAN, Manfred
Woerner, informa uma delegação russa de alto nível que "o Conselho da
OTAN e ele [Woerner] são contra a expansão da OTAN".
1º de julho de 1990. A Rada ucraniana (parlamento) adota a Declaração
de Soberania Estatal, na qual "a RSS ucraniana declara solenemente sua
intenção de se tornar um estado permanentemente neutro, que não
participa de blocos militares e adere aos três princípios de não
proliferação nuclear: não aceitar, não produzir e não comprar armas
nucleares".
24 de agosto de 1991. A Ucrânia declara independência com base na
Declaração de Soberania Estatal de 1990, que inclui a promessa de
neutralidade.
Meados de 1992. Os formuladores de políticas do governo Bush chegam a
um consenso interno secreto de expandir a OTAN, em contradição com os
compromissos recentemente feitos à União Soviética e à Federação Russa.
8 de julho de 1997. Na Cúpula da OTAN em Madri, Polônia, Hungria e
República Tcheca são convidados a iniciar as negociações de adesão à
OTAN.
Setembro-outubro de 1997. Na revista Foreign Affairs
(setembro/outubro de 1997), o ex-conselheiro de Segurança Nacional dos
EUA Zbigniew Brzezinski detalha a cronologia da expansão da OTAN, com
negociações da Ucrânia previstas para começar durante 2005-2010.
24 de março a 10 de junho de 1999. A OTAN bombardeia a Sérvia. A
Rússia classifica o bombardeio da OTAN como uma "flagrante violação da
Carta das Nações Unidas".
Março de 2000. O presidente ucraniano Kuchma declara que "não há
questão de a Ucrânia ingressar na OTAN hoje, pois essa questão é
extremamente complexa e tem muitos aspectos".
13 de junho de 2002. Putin critica veementemente a tentativa dos EUA
de criar um mundo unipolar, apoiado pela expansão da OTAN, em um
discurso na Conferência de Segurança de Munique, declarando: "Acho óbvio
que a expansão da OTAN... representa uma séria provocação que reduz o
nível de confiança mútua. E temos o direito de perguntar: contra quem
essa expansão é destinada? E o que aconteceu com as garantias que nossos
parceiros ocidentais fizeram após a dissolução do Pacto de Varsóvia?"
1º de fevereiro de 2008. O embaixador dos EUA na Rússia, William
Burns, envia um telegrama confidencial à conselheira de Segurança
Nacional dos EUA, Condoleezza Rice, intitulado "Nyet significa Nyet:
Linhas Vermelhas da Rússia para a Expansão da OTAN", enfatizando que "as
aspirações da Ucrânia e da Geórgia de ingressar na OTAN não apenas
tocam uma ferida exposta na Rússia, mas geram sérias preocupações sobre
as consequências para a estabilidade na região".
18 de fevereiro de 2008. Os EUA reconhecem a independência do Kosovo
em meio a objeções calorosas da Rússia. O governo russo declara que a
independência do Kosovo viola "a soberania da República da Sérvia, a
Carta das Nações Unidas, a Resolução 1244 do Conselho de Segurança da
ONU, os princípios do Ato Final de Helsinque, o Quadro Constitucional do
Kosovo e os acordos de alto nível do Grupo de Contato".
3 de abril de 2008. A OTAN declara que a Ucrânia e a Geórgia "se
tornarão membros da OTAN". A Rússia declara que "a adesão da Geórgia e
da Ucrânia à aliança é um erro estratégico enorme que terá as
consequências mais graves para a segurança paneuropeia".
20 de agosto de 2008. Os EUA anunciam que implantarão sistemas de
defesa antimísseis (BMD) na Polônia, seguidos posteriormente pela
Romênia. A Rússia expressa forte oposição aos sistemas de BMD.
28 de janeiro de 2014. A secretária de Estado assistente Victoria
Nuland e o embaixador dos EUA Geoffrey Pyatt planejam a mudança de
regime na Ucrânia em uma ligação que é interceptada e postada no YouTube
em 7 de fevereiro, na qual Nuland observa que "[o vice-presidente]
Biden está disposto" a ajudar a finalizar o acordo.
21 de fevereiro de 2014. Governos da Ucrânia, Polônia, França e
Alemanha alcançam um Acordo para a solução da crise política na Ucrânia,
que prevê novas eleições posteriormente no ano. A extrema-direita Setor
Direita e outros grupos armados, no entanto, exigem a renúncia imediata
de Yanukovych e assumem prédios governamentais. Yanukovych foge. O
Parlamento imediatamente retira os poderes do presidente sem um processo
de impeachment.
22 de fevereiro de 2014. Os EUA endossam imediatamente a mudança de regime.
16 de março de 2014. A Rússia realiza um referendo na Crimeia que,
segundo o governo russo, resulta em uma maioria esmagadora votando a
favor do domínio russo. Em 21 de março, a Duma russa vota para admitir a
Crimeia na Federação Russa. O governo russo estabelece a analogia com o
referendo no Kosovo. Os EUA rejeitam o referendo da Crimeia como
ilegítimo.
18 de março de 2014. O presidente Putin caracteriza a mudança de
regime como um golpe, declarando: "Aqueles que estavam por trás dos
últimos eventos na Ucrânia tinham uma agenda diferente: eles estavam
preparando outra tomada de governo; eles queriam tomar o poder e não
poupariam esforços. Recorreram ao terror, assassinato e tumultos".
25 de março de 2014. O presidente Barack Obama zomba da Rússia "como
uma potência regional que ameaça alguns de seus vizinhos imediatos - não
por força, mas por fraqueza".
12 de fevereiro de 2015. Assinatura do acordo de Minsk II. O acordo é
apoiado unanimemente pela Resolução 2202 do Conselho de Segurança da
ONU em 17 de fevereiro de 2015. A ex-chanceler Angela Merkel mais tarde
reconhece que o acordo de Minsk II foi projetado para dar tempo para a
Ucrânia fortalecer suas forças militares. Ele não foi implementado pela
Ucrânia, e o presidente Volodymyr Zelensky reconheceu que não tinha
intenção de implementar o acordo.
1º de fevereiro de 2019. Os EUA unilateralmente retiram-se do Tratado
de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF). A Rússia critica
duramente a retirada do INF como um ato "destrutivo" que aumentou os
riscos de segurança.
14 de junho de 2021. Na Cúpula da OTAN de 2021 em Bruxelas, a OTAN
reafirma a intenção de expandir a OTAN e incluir a Ucrânia: "Reiteramos a
decisão tomada na Cúpula de Bucareste em 2008 de que a Ucrânia se
tornará membro da Aliança".
1º de setembro de 2021. Os EUA reiteram o apoio às aspirações da
Ucrânia de ingressar na OTAN na "Declaração Conjunta sobre a Parceria
Estratégica EUA-Ucrânia".
17 de dezembro de 2021. Putin apresenta um projeto de "Tratado entre
os Estados Unidos da América e a Federação Russa sobre Garantias de
Segurança", com base na não expansão da OTAN e limitações na implantação
de mísseis de alcance intermediário e de curto alcance.
26 de janeiro de 2022. Os EUA respondem formalmente à Rússia que os
EUA e a OTAN não negociarão com a Rússia sobre questões de expansão da
OTAN, fechando a porta para um caminho negociado para evitar a expansão
da guerra na Ucrânia. Os EUA invocam a política da OTAN de que "Qualquer
decisão de convidar um país para ingressar na Aliança é tomada pelo
Conselho do Atlântico Norte com base no consenso entre todos os Aliados.
Nenhum país terceiro tem voz nessas deliberações". Em suma, os EUA
afirmam que a expansão da OTAN para a Ucrânia não é da conta da Rússia.
21 de fevereiro de 2022. Em uma mensagem à nação, o presidente Putin
declara: "É um fato que, nos últimos 30 anos, tentamos pacientemente
chegar a um acordo com os principais países da OTAN em relação aos
princípios de segurança igual e indivisível na Europa. Em resposta às
nossas propostas, invariavelmente nos deparamos com decepção e mentiras
cínicas ou tentativas de pressão e chantagem, enquanto a aliança do
Atlântico Norte continuou a se expandir apesar de nossos protestos e
preocupações. Sua máquina militar está se movendo e, como disse, está se
aproximando de nossas próprias fronteiras."
16 de março de 2022. Rússia e Ucrânia anunciam progressos
significativos em direção a um acordo de paz mediado pela Turquia e pelo
primeiro-ministro israelense Naftali Bennett. Conforme relatado na
imprensa, a base do acordo inclui: "um cessar-fogo e retirada russa se
Kyiv declarar neutralidade e aceitar limites em suas forças armadas".
28 de março de 2022. O presidente Zelensky declara publicamente que a
Ucrânia está pronta para a neutralidade combinada com garantias de
segurança como parte de um acordo de paz com a Rússia. "Garantias de
segurança e neutralidade, o status não nuclear de nosso Estado - estamos
prontos para isso. Esse é o ponto mais importante... eles começaram a
guerra por causa disso".
7 de abril de 2022. O ministro das Relações Exteriores russo, Lavrov,
acusa o Ocidente de tentar sabotar as negociações de paz, afirmando que
a Ucrânia voltou atrás em propostas previamente acordadas. O
primeiro-ministro Naftali Bennett mais tarde afirma (em 5 de fevereiro
de 2023) que os EUA bloquearam o acordo de paz pendente entre Rússia e
Ucrânia. Quando perguntado se as potências ocidentais bloquearam o
acordo, Bennett respondeu: "Basicamente, sim. Eles bloquearam e eu achei
que estavam errados". Em algum momento, Zelensky também retirou sua
oferta de neutralidade.
Com a cronologia acima, fica claro que a expansão da OTAN para a
Ucrânia foi uma política desastrosa que ignora a segurança e os
interesses vitais da Rússia, que está disposta a travar uma guerra
nuclear para evitar essa expansão. A única saída para a Ucrânia é um
acordo de paz negociado, que reconheça a neutralidade do país e ofereça
garantias de segurança para todas as partes envolvidas.
No entanto, o governo Biden continua a rejeitar essa opção, optando
por manter a pressão militar e retórica hostil contra a Rússia. Essa
abordagem apenas prolongará a guerra e aumentará o sofrimento humano na
Ucrânia.
É hora de rejeitar a narrativa da guerra e buscar uma solução
pacífica e diplomática para o conflito na Ucrânia. A paz e a segurança
da região dependem disso.
São tantas as formas usadas pelos bancos para tomar dinheiro de pequenos
correntistas, que as fezes faz a gente se sentir como se estivéssemos
sendo assaltados, tantas são as taxas que nos cobram para manter ativa
uma conta em algum deles. Como se não bastasse, passamos o dia atendendo
telefonemas de seus agentes financeiros, tentando nos empurrar um
empréstimo consignado em prestações a perder de vista. Tem bancos
cobrando empréstimos em até 96 prestações. As agências programam seus
computadores para ficarem ligando para as pessoas selecionadas por eles e
se a gente atende e não tem um funcionário disponível para falar com o
futuro cliente, eles desligam e liga outra vez e do mesmo lugar ou de
outros lugares. Eu por exemplo, aciono o Spam que seleciona uma boa
parte, mas eles chamam de outros números, até de cidades próximas de
onde moro, que enganam esse mecanismo de seleção e ainda me sobram mais
de trinta ligações por dia. Isso tira a minha paz e acredito que o mesmo
aconteça com outras pessoas também. Parece que a coisa piora quando o
juro da celic aumenta e os bancos ficam com menos tomadores de
empréstimos para investimento. O 'pobre' é tão perseguido, que as vezes
me lembro de um enunciado que um amigo sempre repetia, que era o
seguinte: "Pobre é como cachimbo, nasceu pra levar fumo".
Ainda acreditam que o Governo Lula vai fechar igrejas?
Que este governo vai tomar as casas das?
Acredita que este governo vai distribuir mamadeira de piroca?
Ainda acreditam que este governo vai incentivar o aborto?
Ainda concordam que o Brasil se tornará uma Venezuela?
O Lula, já implantou o comunismo no Brasil?
Vocês não gostaram da queda da inflação?
O que acharam da queda do dólar?
Não gostaram de ver o Brasil acumular mais de quarenta bilhões de dólares de reservas internacionais?
Não estão gostando de comprar comida e combustível mais barato?
O que acham da saída de mais de vinte milhões de famílias da linha da misérias com as políticas sociais deste governo?
Continuam
admirando um presidente que foi transformado em inelegível, que já tem
mais de trezentos processos para responder e que nesses meses visitou
mais a polícia do que os templos religiosos?
Certamente não é novidade que a Rússia é líder mundial em tecnologias militares avançadas, particularmente novos tipos de mísseis e outras armas similares. Como Moscou tem uma vantagem confortável sobre Washington DC tanto no desenvolvimento quanto na implantação de armas hipersônicas , decidiu capitalizar essa enorme vantagem e agora está usando uma porção maior de seu arsenal incomparável para deter a beligerante talassocracia. No final de junho, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que aproximadamente metade de todas as divisões de mísseis estratégicos russos foram rearmadas com ogivas hipersônicas.
“Cerca de metade das unidades da Força de Mísseis Estratégicos da Rússia [RVSN] foram equipadas com os mais recentes sistemas de mísseis 'Yars' e estão sendo rearmadas com ogivas modernas 'Avangard'”, Putin foi citado pela TASS, acrescentando ainda: “À luz da os novos desafios e a inestimável experiência da operação militar especial [SMO] continuaremos a melhorar as Forças Armadas de todas as maneiras possíveis.”
Putin também enfatizou a importância dos esforços da Rússia para desenvolver ainda mais sua tríade nuclear como a principal garantia da segurança estratégica do gigante eurasiano, bem como da estabilidade geopolítica em nível global. Além disso, ele também anunciou que novas unidades do combustível líquido, o superpesado “Sarmat” ICBM (míssil balístico intercontinental) “em breve entrará em serviço”. Parece que esse processo está em suas fases finais e que Moscou de fato enviará lançadores adicionais dessas armas incomparáveis. O presidente russo acrescentou que esforços de modernização semelhantes estão sendo implementados nas outras duas pernas de sua tríade nuclear.
No momento em que as declarações mencionadas foram dadas, não estava exatamente claro por que Putin “de repente” teve que enfatizar a importância das armas hipersônicas da Rússia e outros sistemas estratégicos importantes . Ou seja, no início de julho, o Exército dos EUA informou que demonstrou a capacidade operacional de seu mais novo lançador de mísseis terrestres com o recente disparo bem-sucedido do sistema de um míssil de cruzeiro de ataque terrestre “Tomahawk”. Isso ocorreu após um lançamento de teste de um míssil SM-6 multifuncional no início deste ano, do que é oficialmente conhecido como Sistema de Armas “Typhon”.
O Exército dos EUA agora tem uma unidade registrada sob o nome oficial de bateria de capacidade de médio alcance equipada com o “Typhon”, que possui quatro lançadores baseados em reboques e outros veículos e equipamentos de apoio. O Rapid Capabilities and Critical Technologies Office (RCCTO) do serviço anunciou o lançamento do “Tomahawk” em 28 de junho , mas o teste real ocorreu no dia 27. Isso aconteceu há pouco mais de meio ano, depois que o Exército dos EUA recebeu seus primeiros lançadores “Typhon” e outros componentes de sua primeira bateria de capacidade de médio alcance (MRC) da Lockheed Martin, um dos gigantes do Complexo Industrial Militar da América (MIC ).
Os oficiais de alto escalão do Exército dos EUA declararam recentemente que seu objetivo é atingir pelo menos o nível inicial de verdadeira capacidade operacional com a primeira bateria MRC antes do final do ano fiscal de 2023 (que será em setembro deste ano). Como mencionado anteriormente, uma bateria “Typhon” completa é composta por quatro lançadores e um posto de comando, todos em reboques, além de outros veículos de apoio. O serviço planeja empregar o “Typhon” principalmente contra alvos terrestres usando “Tomahawk” ou SM-6. E enquanto o primeiro tem origem terrestre ( BGM-109G “Gryphon” da era da Guerra Fria ), o último é um míssil naval.
Na verdade, o SM-6 foi originalmente projetado como um míssil superfície-ar (SAM), com uma capacidade anti-navio secundária. No entanto, a Marinha dos EUA o modificou e agora opera várias versões projetadas para missões multiuso. Considerando o quão atrás os EUA estão da Rússia em termos de armas hipersônicas, o SM-6 é sua melhor aposta para engajar armas hipersônicas altamente manobráveis. E mesmo isso é altamente questionável, apesar das tentativas dos EUA de apresentar suas alegações ridículas sobre o “Patriota” derrubando mísseis hipersônicos russos como verdadeiras . Se essa afirmação fosse verdadeira, os EUA nunca precisariam do SM-6 para combater os mísseis russos.
A velocidade do 9-A-7660 “Kinzhal” varia de mais de 12.000 km por hora a quase 16.000 km por hora. Se imaginarmos um míssil interceptador voando a 4.000 km por hora atingindo outro míssil voando três ou quatro vezes mais rápido do que isso, alguém pode realmente acreditar que haveria algo mais do que um monte de faíscas, muito menos destroços de qualquer tipo? Pior ainda, o suposto “míssil hipersônico russo 'Kinzhal'” caiu no chão em condições relativamente boas e foi até fotografado e apresentado como suposta “evidência”. Assim, novamente, se nada mais do que a física básica for levado em consideração, as alegações tornam-se extremamente difíceis de considerar , muito menos de considerar pelo valor de face.
No entanto, como os EUA não possuem armas hipersônicas operacionais próprias, com o cancelamento mais recente de seu projeto de míssil AGM-183A , essa capacidade do Pentágono foi adiada ainda mais. Isso está tornando desesperador apresentar os mísseis da Rússia como muito piores do que realmente são. E, no entanto, em total contraste com os EUA, a Rússia possui o míssil hipersônico lançado do ar “Kinzhal” com capacidade para Mach 12, transportado por interceptadores MiG-31K/I modificados e bombardeiros de longo alcance Tu-22M3, o “Avangard” com capacidade para Mach 28. ” O HGV implantado em vários ICBMs e o míssil de cruzeiro hipersônico “Zircon” com capacidade de Mach 9, implantado em plataformas navais (submarinos e navios de superfície) e (em breve) em plataformas terrestres.
A Rússia está décadas à frente dos EUA , tanto em termos de implantação quanto de capacidades de armas hipersônicas. Além disso, Moscou tem usado esses sistemas contra o regime de Kiev e alvos de alto valor da OTAN na Ucrânia. As forças armadas russas não são apenas a única força armada do mundo que utiliza amplamente mísseis hipersônicos, mas também a única que os introduziu em todos os domínios (ar, terra, mar), inclusive em armas estratégicas.
O presidente quer incentivar o setor de eletrodomésticos, assim como fez com a indústria automobilística
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
247 - A pedido do presidente Lula (PT), o governo está analisando a possibilidade de reduzir impostos como forma de incentivar a troca de eletrodomésticos, porém, a equipe econômica se mostra relutante devido ao impacto fiscal, informa o jornal O Globo. Neste momento, o foco da equipe econômica é a redução do déficit projetado para as contas públicas deste ano e a meta de zerá-lo até 2024.
Caso Lula insista no programa, espera-se que o ministro Haddad o aceite e busque fontes para compensação. Em uma entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da Rede TV!, o ministro declarou que poderá discutir um possível programa com Lula. "Amanhã eu tenho despacho com ele [presidente Lula] e isso deve ser tema". Haddad ressaltou que é necessário encontrar espaço fiscal para implementar a proposta.
Ao apresentar a ideia ao vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), na quarta-feira (12), Lula mencionou o programa de incentivo para carros, ônibus e caminhões, que utilizou créditos tributários como forma de desconto em futuros pagamentos de impostos. Para compensar os gastos desse programa, a solução encontrada foi antecipar a cobrança de impostos sobre o óleo diesel, movendo-a de dezembro para setembro. No caso dos eletrodomésticos, o governo poderia adotar novamente o crédito tributário ou reduzir as alíquotas dos impostos federais sobre os produtos, como foi feito em 2009. A proposta seria baseada na eficiência energética e no consumo de água dos aparelhos, como critério para desoneração.
Lula solicitou à ministra Simone Tebet (MDB) uma 'aberturazinha' no Orçamento para criar esse programa. No entanto, a ministra do Planejamento afirmou que ainda não há nada calculado nesse sentido. De acordo com ela, apesar da vontade política de Lula e do governo como um todo, não faz sentido apresentar um programa de estímulo ao consumo antes do 'Desenrola', que busca reduzir o endividamento dos brasileiros. "O mais importante e necessário para que isso ocorra é o 'Desenrola' acontecer antes. As famílias estão endividadas, então não adianta lançar uma linha branca com desconto. As pessoas não irão comprar ou terão que recorrer a empréstimos com juros altos".
A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) considera a ideia positiva, pois incentiva a substituição de produtos antigos por modelos mais eficientes, com menor consumo de energia e água. O presidente executivo da Eletros, Jorge José do Nascimento Júnior, destacou que os consumidores pagarão menos pelo produto final e terão uma redução nas contas de energia e água. A Eletros planeja entregar ao governo um esboço de um programa de incentivos nos próximos 40 dias, priorizando a sustentabilidade e a eficiência energética dos produtos. Nascimento afirmou que já ocorreram reuniões do setor em três ministérios para discutir o assunto: Casa Civil, Cidades e Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Ele ressaltou que o programa precisa atender a famílias de diferentes níveis de renda e garantir acesso a produtos com eficiência energética.
Além da redução tributária, a indústria sugere a criação de crédito subsidiado para a troca de eletrodomésticos, beneficiando os participantes do programa Minha Casa, Minha Vida. "A desoneração é interessante. No entanto, precisamos de um programa sustentável", disse Nascimento.
O presidente afirmou ainda: "nunca vou precisar de um favor pessoal do Zanin, porque eu nunca vou fazer nada errado"
Lula no Congresso da UNE (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
SÃO PAULO (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na noite desta quinta-feira a discussão de emendas com deputados federais, mas acrescentou que "não pode" haver orçamento secreto.
"Você pode discutir emendas que sejam feitas publicamente, (com) a sociedade sabendo para onde é que vai ser encaminhado aquele recurso, para que projeto vai ser encaminhado aquele recurso. Não tem nenhum problema você fazer isso, o que é grave é quando você passa a ideia de que é secreto. Aí você já cria a tese da suspeição, e nunca é bom você viver sob suspeição", disse Lula em entrevista à Record TV.
O chamado orçamento secreto foi um mecanismo criado durante o governo de Jair Bolsonaro para distribuição de recursos conforme indicação de parlamentares sem que houvesse clareza sobre onde o dinheiro era efetivamente aplicado. Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou o mecanismo inconstitucional.
No atual governo, a liberação de emendas vem sendo utilizada pelo Planalto como uma das maneiras para obter apoio dos deputados em votações importantes, como a da reforma tributária.
STF – Durante a entrevista Lula também reafirmou que não indica amigos para o STF. Recentemente, o presidente recebeu uma série de críticas por ter indicado o advogado Cristiano Zanin para vaga de ministro do STF, em substituição a Ricardo Lewandowski. As críticas surgiram justamente por conta da proximidade de Zanin e Lula – o advogado defendeu o presidente em processos no âmbito da operação Lava Jato.
"Eu nunca escolho um amigo para ser ministro da Suprema Corte, porque ele não está lá para prestar serviços para mim, ele está lá para prestar serviço para a sociedade brasileira", disse Lula.
Ao ser perguntado especificamente sobre Zanin e sua proximidade com ele, Lula respondeu: "Ele não era amigo, ele era meu advogado. E uma pessoa extremamente capaz."
O presidente afirmou ainda: "nunca vou precisar de um favor pessoal do Zanin, porque eu nunca vou fazer nada errado".
Questionado sobre sua próxima indicação para o tribunal, ele se esquivou.
"Eu sempre indicarei as pessoas de acordo com os interesses da sociedade brasileira", disse.
Em outubro, a atual presidente do Supremo, ministra Rosa Weber terá que se aposentar compulsoriamente, abrindo uma vaga na corte.
Lula foi perguntado ainda sobre um possível asilo ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está preso no Reino Unido e deverá ser extraditado aos Estados Unidos.
Assange é procurado pelas autoridades norte-americanas por 18 acusações relacionadas à divulgação pelo WikiLeaks de vastos documentos militares confidenciais e mensagens diplomáticas dos Estados Unidos.
"Eu acho que não era nem possível (o asilo), porque ele está preso na Inglaterra, e acho que já foi inclusive julgada a extradição dele para os EUA", respondeu Lula, acrescentando que, como democrata, fica incomodado com o fato de Assange estar preso num momento em que muito se fala sobre liberdade de imprensa.
O Desenrola Brasil entrará em operação no início da próxima semana operação
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília - 27/06/2023 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
247 - O Desenrola Brasil entrará em operação na próxima segunda-feira (17), quando 1,5 milhão de brasileiros que devem até R$ 100 vão sair da lista de negativados e cidadãos com renda de até R$ 20 mil poderão renegociar suas dívidas diretamente com instituições financeiras. O pontapé inicial do programa será dado com a publicação de uma portaria no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (14), informa a Folha de S.Paulo.
O Desenrola garante que serão renegociadas dívidas inscritas até 31 de dezembro de 2022, e o devedor terá o prazo mínimo de 12 meses para quitar os débitos. Segundo o secretário de Reformas Econômicas da pasta, Marcos Barbosa Pinto, a etapa inicial do programa tem dois efeitos diretos na economia.
As instituições financeiras que negociarem dívidas bancárias no Desenrola terão direito a um crédito presumido que, na prática, melhora a posição de capital do banco e abre espaço para impulsionar novos financiamentos. O governo estima que cerca de R$ 50 bilhões poderão ser negociados nesse contexto, beneficiando em torno de 30 milhões de pessoas.
A dívida interna e externa em todo o mundo aumentou mais de cinco vezes nas últimas duas décadas, superando a taxa de crescimento econômico
Dívida pública dos EUA bate recorde e vai a mais de US$ 21 trilhões (Foto: REUTERS/Jo Yong-Hak)
Reuters - A dívida pública global subiu para um recorde de US$ 92 trilhões em 2022, à medida que os governos faziam empréstimos para combater crises, como a pandemia de Covid-19, com o ônus sendo sentido de forma aguda pelos países em desenvolvimento, mostrou um relatório da ONU.
A dívida interna e externa em todo o mundo aumentou mais de cinco vezes nas últimas duas décadas, superando a taxa de crescimento econômico, uma vez que o Produto Interno Bruto (PIB) apenas triplicou desde 2002, de acordo com o relatório desta quarta-feira (12), divulgado antes da reunião dos ministros das Finanças e chefes dos BCs do G20, de 14 a 18 de julho.
"Os mercados podem parecer não estar sofrendo – ainda. Mas as pessoas estão", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, a repórteres. "Alguns dos países mais pobres do mundo estão sendo forçados a escolher entre pagar sua dívida ou servir seu povo."
Os países em desenvolvimento são responsáveis por quase 30% da dívida pública global, dos quais 70% são representados por China, Índia e Brasil. Cinquenta e nove países em desenvolvimento enfrentam uma relação dívida/PIB acima de 60%, um limite que indica altos níveis de dívida.
"A dívida tem se traduzido em um fardo substancial para os países em desenvolvimento devido ao acesso limitado a financiamento, custos crescentes de empréstimos, desvalorizações da moeda e crescimento lento", acrescentou o relatório da ONU.
Além disso, a arquitetura financeira internacional tornou o acesso ao financiamento para os países em desenvolvimento inadequado e caro, disse a ONU, apontando para pagamentos líquidos de juros da dívida superiores a 10% das receitas de 50 economias emergentes em todo o mundo.
"Na África, o valor gasto em pagamentos de juros é maior do que os gastos com educação ou saúde", constatou o relatório, com 3,3 bilhões de pessoas vivendo em países que gastam mais com pagamentos de juros da dívida do que com saúde ou educação.
"Os países estão enfrentando a escolha impossível de pagar sua dívida ou servir seu povo."
Credores privados, como detentores de títulos e bancos, representam 62% do total da dívida pública externa dos países em desenvolvimento.
Na África, essa participação dos credores cresceu de 30% em 2010 para 44% em 2021, enquanto a América Latina tem a maior proporção de credores privados detentores de dívida externa do governo para qualquer região em 74%.