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brasileiro defende união de países contra medidas unilaterais dos EUA e
promete responder com ação na OMC e reciprocidade se a diplomacia
falhar

247 - Em resposta à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em entrevista à TV Record nesta quinta-feira (10), que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) e buscará uma frente comum com outras nações prejudicadas. Lula propôs a formação de um bloco de países atingidos pelas sanções tarifárias dos EUA em favor de uma reação coletiva. A ideia é transformar o caso brasileiro em um exemplo de resistência coordenada ao protecionismo de Washington, que tem prejudicado nações emergentes e enfraquecido as regras do comércio internacional.
A medida hostil do governo Trump reacende o debate sobre a autonomia comercial dos países do Sul Global e a necessidade de reformas no sistema multilateral de comércio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualificou em entrevista ao Jornal Nacional da Rede Globo a medida como “inaceitável”. Lula afirmou que a medida unilateral norte-americana é uma violação das regras do comércio internacional e uma agressão à soberania econômica do Brasil. “O Brasil não aceitará passivamente esse tipo de retaliação comercial. Vamos mobilizar todos os instrumentos legais e diplomáticos disponíveis para defender nossos interesses”, declarou.
O Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) já iniciaram consultas técnicas para elaborar a queixa junto à OMC. O governo também avalia acionar mecanismos regionais de concertação econômica, como o Mercosul e o BRICS, em busca de respaldo internacional.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) manifestaram apoio às ações do governo federal e divulgaram notas públicas repudiando as tarifas norte-americanas. O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que “o empresariado brasileiro está unido na defesa de um ambiente comercial justo e previsível, conforme preconizado pelos tratados multilaterais”.
Entidades populares também reagiram com manifestações e críticas ao governo de Trump.
Analistas ouvidos pelo Valor Econômico apontam que a medida adotada por Washington tem motivações políticas e reflete a estratégia protecionista unilateral de Donald Trump. O Brasil, por sua vez, busca manter sua postura de defesa do multilateralismo e da legalidade internacional, sem ceder a pressões de curto prazo.
A reação do Palácio do Planalto se insere em um contexto mais amplo de realinhamento geopolítico do Brasil, que tem priorizado parcerias com países do Sul Global e reiterado seu compromisso com a reforma das instituições internacionais. Em reuniões recentes do G20 e da cúpula do BRICS, o presidente Lula tem enfatizado a necessidade de uma nova governança econômica mundial baseada na equidade e no respeito mútuo.
A expectativa do governo é de que o processo na OMC seja aberto nas próximas semanas. Paralelamente, o Ministério da Fazenda acompanha os impactos econômicos da medida e avalia eventuais compensações setoriais. O Brasil exporta anualmente cerca de US$ 3 bilhões em produtos siderúrgicos aos EUA, dos quais uma parte significativa será afetada pelas tarifas.
O governo brasileiro reafirmou que seguirá dialogando com os EUA, mas que não abrirá mão de defender sua indústria e seus trabalhadores. “Nossa política externa está baseada no respeito mútuo, mas também na firmeza quando os nossos direitos são violados”, disse Lula.
A ofensiva de Trump se dá em meio a crescentes tensões com os países do BRICS e críticas abertas à proposta de criação de uma moeda alternativa ao dólar para transações comerciais entre os países do grupo. “Nós temos interesse de criar uma moeda de comércio entre os outros países. Eu não sou obrigado a comprar dólar para fazer relação comercial com a Venezuela, com a Bolívia, com a Suécia, com a China. A gente pode fazer nas nossas moedas”, reiterou Lula, sinalizando que o projeto de desdolarização do comércio sul-global está mais vivo do que nunca.
Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula também ironizou a submissão do bolsonarismo a Trump. “Tem gente que se diz patriota, mas se ajoelha diante dos interesses estrangeiros. Nós vamos defender o Brasil com firmeza e dignidade”, afirmou. A declaração vem na esteira de críticas públicas de analistas e formadores de opinião que apontam a incoerência do discurso nacionalista de setores da direita brasileira frente à ofensiva do governo Trump contra o Brasil.
A resposta do governo brasileiro foi bem recebida por entidades industriais, agronegócio e especialistas em relações internacionais, que consideram fundamental a atuação multilateral e a união com países afetados para conter a escalada protecionista. Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que a retaliação americana prejudica a competitividade do setor exportador e viola princípios básicos do comércio internacional.
Movimentos sociais, sindicatos e organizações progressistas também se manifestaram em apoio à posição do governo. Em diversas cidades, entidades realizaram atos em defesa da soberania nacional e da integração regional como forma de resistência ao imperialismo econômico. A medida de Trump contra o Brasil é percebida por amplos setores como um ato de guerra comercial e agressão direta ao direito do povo brasileiro ao desenvolvimento.
O governo brasileiro sinaliza que pretende levar a questão às últimas consequências no plano diplomático e jurídico, mas também reforça a urgência de uma nova ordem econômica internacional. “Se o multilateralismo não funcionar, teremos que reforçar alianças entre os países do Sul, com base na igualdade, no respeito mútuo e na soberania”, disse uma fonte do Palácio do Planalto.
Ao fim da entrevista, Lula voltou a defender o diálogo e criticou o estilo confrontacional de Trump. “Se o presidente americano tem divergências, ele deve levar a questão a um fórum internacional, para discutir o tema civilizadamente”, concluiu.
Com essa postura, o governo brasileiro reafirma sua disposição de enfrentar pressões externas sem abrir mão dos interesses nacionais, buscando fortalecer tanto os mecanismos institucionais como os laços com países que compartilham os mesmos desafios — em nome de um comércio mais justo e de uma ordem multipolar baseada no respeito e na cooperação.
Em sintonia com o apoio da sociedade, o governo Lula se mantém firme e manda a mensagem de que o Brasil não se curvará às pressões econômicas dos EUA. externas. A aposta recai sobre a justiça internacional e a opção pela reciprocidade, reiterando uma postura de defesa da soberania e confiança no jogo diplomático.
Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/lula-anuncia-mobilizacao-internacional-para-enfrentar-tarifaco-de-trump
Fonte: https://blogdafolha.blogspot.com/2025/07/brasil247-lula-anuncia-mobilizacao.html
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