Investigação comercial contra o Brasil envolve acusações falsas e também visa combater a expansão de pagamentos digitais no país

247 – Uma nova ofensiva dos Estados Unidos contra o Brasil foi anunciada nesta terça-feira (15), com a abertura formal de uma investigação sob a chamada “Seção 301” da Lei de Comércio norte-americana de 1974. A decisão foi divulgada pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), sob ordens diretas do presidente Donald Trump. As informações são da nota oficial do próprio USTR, publicada no site do governo norte-americano.
A iniciativa é mais um exemplo da agressiva política protecionista da Casa Branca, agora voltada contra o Brasil, baseada em alegações sem fundamento e motivações geopolíticas. O documento norte-americano alega que o Brasil adota políticas “discriminatórias” e “injustificáveis” em áreas como comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas, propriedade intelectual e até meio ambiente. Especialistas e autoridades brasileiras já apontam que a medida tem caráter político e econômico, especialmente para tentar barrar o avanço do Pix, sistema de pagamentos instantâneos que revoluciona o mercado financeiro brasileiro e ameaça diretamente o oligopólio de empresas norte-americanas como Visa e Mastercard no país.
Acusações falsas e ofensiva contra a soberania
Entre as alegações mais absurdas da investigação está a suposta retaliação do Brasil contra empresas americanas de redes sociais — as mesmas plataformas que se recusam a obedecer às leis brasileiras e a decisões judiciais que buscam combater crimes digitais, incluindo discursos de ódio e disseminação de fake news.
O USTR também acusa o Brasil de adotar tarifas discriminatórias, quando na verdade o país pratica tarifas compatíveis com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), incluindo acordos preferenciais que são comuns em todas as grandes economias do mundo. Em outro ataque infundado, o governo dos EUA afirma que o Brasil falha em combater a corrupção — acusação que ignora as diversas reformas, investigações e legislações anticorrupção implementadas nos últimos anos.
Ameaça ao Pix expõe interesses corporativos dos EUA
Um dos pontos centrais da investida norte-americana é o setor de pagamentos eletrônicos. O USTR afirma que o Brasil “mina a competitividade de empresas norte-americanas” ao supostamente restringir sua atuação. Na prática, o alvo é o Pix, sistema público, gratuito e cada vez mais dominante entre os brasileiros. Desde sua criação pelo Banco Central, o Pix reduziu drasticamente o uso de cartões de crédito e débito — segmento dominado globalmente por empresas dos EUA, como Visa e Mastercard.
Fontes do setor financeiro avaliam que a ofensiva de Trump visa proteger essas corporações, cada vez mais pressionadas pela adoção de um sistema moderno, acessível e que diminui taxas para o consumidor. Ao incluir pagamentos digitais como foco da investigação, os EUA revelam interesse em frear a democratização financeira promovida pelo Brasil.
Defesa do setor produtivo brasileiro
A ofensiva também busca pressionar o Brasil no setor agrícola, acusando o país de supostamente dificultar a entrada do etanol norte-americano, além de repetir discursos preconceituosos sobre o combate ao desmatamento. O governo brasileiro, no entanto, vem avançando em políticas ambientais reconhecidas internacionalmente, incluindo a realização da COP30 em Belém, que já mobiliza recursos e políticas de proteção à Amazônia.
A investigação inclui ainda uma audiência pública marcada para o dia 3 de setembro de 2025, em Washington. Os interessados poderão enviar contribuições até 18 de agosto.
O governo brasileiro já se articula para rebater com firmeza a nova tentativa de agressão comercial promovida por Trump, defendendo a soberania nacional e o direito de seguir políticas públicas de desenvolvimento econômico e inclusão social.
Fonte: https://www.brasil247.com/economia/agressao-dos-eua-ao-brasil-parte-de-mentiras-e-tem-como-alvo-ate-o-pix
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