sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

🔴 Jornal PT Brasil | Sexta-feira, 31 de janeiro

Agência Brasil: Festa popular preferida do brasileiro é a junina, e não o carnaval

Pesquisa revela que sertanejo é o gênero musical favorito no país
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 31/01/2025 - 07:34
São Paulo
Festa Junina, Quadrilha
© Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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A festa junina é o evento mais citado entre os moradores das capitais brasileiras que disseram ter frequentado uma festa popular no período de um ano, revela o levantamento Cultura nas Capitais. A pesquisa foi feita pela JLeiva Cultura & Esporte, com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet.

O estudo sobre hábitos culturais dos brasileiros constatou que 78% dos frequentadores de eventos populares nas capitais participaram de festas juninas nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa e que 48% foram a desfiles ou participaram de blocos de carnaval. “Em nenhuma capital, o carnaval apareceu à frente da festa junina para essa pergunta. No Recife, a diferença estava na  margem de erro – festa junina com 74% e carnaval com 71%. Nas demais capitais, a diferença superou os 10 pontos percentuais”, disse João Leiva, diretor da JLeiva Cultura & Esporte.

Em entrevista à Agência Brasil, Leiva afirmou que isso pode ser explicado pelo fato de as festas juninas serem mais descentralizadas que o carnaval, sendo realizadas inclusive em escolas e igrejas católicas e reunirem também um público mais amplo e diverso. Além disso, as festas juninas acabam se estendendo por um período maior do ano, destacou.

“Essa característica – incontáveis eventos distribuídos por quase todas as regiões – ajuda a aumentar o acesso. Por outro lado, mesmo as festas juninas de grande porte, em grandes espaços, não chegam a ter tanto alcance midiático quanto os grandes blocos e desfiles de carnaval. Ou seja: as festas juninas, somadas, têm mais gente, mas menos fama”, disse o pesquisador.

Sertanejo é o gênero favorito

Brasília (DF) 13/07/2024 Dia nacional música e da viola Caipira. Foto reprodução.
Música sertaneja é a preferida em 15 das 27 capitais - Foto: reprodução

 

A mesma pesquisa apontou o sertanejo como o gênero musical favorito em 15 das 27 capitais brasileiras, tendo sido citado por mais de um terço dos entrevistados (34% do total) entre seus três ritmos prediletos, superando até mesmo a soma entre o samba (11%) e o pagode (18%). O pagode aparece na quinta posição entre os ritmos mais citados, abaixo da MPB (27%), do gospel (24%) e do rock (21%) e acima do pop (17%), do forró (16%) e do funk (11%). Já o samba é o oitavo, à frente do rap (9%).

“O gosto musical varia muito com a idade, mas o sertanejo tem uma característica interessante: em todas as faixas etárias, ele é relevante. É o mais ouvido em todos os grupos, com uma exceção. Lidera de 25 a 34 anos (35%), de 35 a 44 anos (35%), de 45 a 59 anos (36%) e de mais de 60 anos (33%). O sertanejo só não é o primeiro entre os jovens de 16 a 24 anos, faixa em que aparece em quarto lugar na preferência – atrás de funk, pop e rap”, ressaltou Leiva.

Realizada entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024, a pesquisa ouviu 19,5 mil pessoas com idade acima de 16 anos nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Diversão fora de casa

De acordo com a pesquisa, embora os cinemas sejam a principal atividade cultural fora de casa, menos da metade dos entrevistados (48% do total) esteve em uma sala de cinema nos 12 meses anteriores à pesquisa. Outra curiosidade apontada pelo estudo é que um terço das pessoas consultadas (36%) nunca visitou um museu e dois em cada cinco (38%) jamais assistiram a uma peça teatral.

“É comum que as atividades culturais que podem ser feitas em casa, ou em quase todos os lugares, sejam as mais citadas. Afinal, um dos fatores que influenciam o acesso é a distribuição dos espaços culturais. Não por acaso, na pesquisa Cultura nas Capitais o maior acesso é a livros (62%) e jogos eletrônicos (51%), que não dependem de deslocamento”, disse Leiva.

Segundo Leiva, o consumo de atividades culturais recuou entre os anos de 2017 e 2024, com exceção dos jogos eletrônicos. A queda ocorreu na grande maioria dos grupos sociais, tendo sido maior entre os homens, indígenas e pardos. Para Leiva, uma das explicações para a queda no consumo foi a pandemia de covid-19.

“A pandemia teve vários efeitos simultâneos sobre o mercado cultural: mudança de hábito das pessoas, aceleração das práticas online, possível insegurança de ir a espaços fechados e redução na produção cultural, ainda que temporária. Parte da população que viveu confinada durante um período razoável de tempo pode ter se acostumado a ficar em casa, desenvolvendo outros hábitos domésticos, inclusive culturais, mas feitos em casa. A pandemia também incrementou o acesso a conteúdos culturais online, o que pode ter facilitado e acelerado a mudança de hábito”, explicou.

Além disso, acrescentou Leiva, a pandemia implicou a perda de renda para alguns setores sociais, o que contribuiu para a redução no acesso.

Apesar disso, a pesquisa mostra que há potencial para crescimento, já que os entrevistados que disseram não ter ido a shows musicais, festas populares, museus e espetáculos de teatro e de dança recentemente disseram que têm muito interesse em ir a esses eventos.

“[A pesquisa] Cultura nas Capitais perguntou a todos os entrevistados qual é, de 0 a 10, seu interesse em ir a cada uma das seguintes manifestações: shows de música, festas populares, museus, teatro e dança. Os entrevistados que não foram a essas atividades, mas deram nota 8, 9 ou 10 para seu interesse em ir, formam o que está sendo chamado de público potencial. Fica claro que, se essas pessoas de fato fossem, o acesso a algumas atividades dobraria”, explicou.

Perfil

Em geral, as pessoas que mais frequentam ou participam de atividades culturais no país são brancas, jovens, têm mais escolaridade e melhor condição econômica. "O acesso à cultura reproduz boa parte dos padrões de exclusão socioeconômicos do país. Os que mais vão a atividades culturais são pessoas de maior nível educacional, maior renda e os jovens e pessoas de meia idade, até os 45 anos. Em geral, essas pessoas compõem a minoria da população que vive nos bairros mais ricos de nossas cidades”, afirmou Leiva.

Homens e mulheres, quase igualmente, têm a mesma participação nesses eventos. As mulheres, no entanto, são as que demonstram mais interesse em participar de atividades culturais, porém são as que encontram mais barreiras para transformar o desejo em acesso. As donas de casa, por exemplo, representam o grupo com menos acesso a atividades culturais.

Os idosos, por sua vez, são a maior parte dos excluídos culturalmente: a maioria deles informou não ter ido a nenhuma atividade cultural em 12 meses. Além disso, eles compõem a principal faixa etária que declarou nunca ter ido a uma atividade cultural.

Segundo o estudo, isso pode ser explicado pelo fato de que as gerações mais velhas tiveram menos acesso à educação no passado e, como a educação é um fator crítico para o acesso à renda e maior diversidade de atividades culturais, eles provavelmente cresceram com menos interesse pela cultura. Leiva disse que outro fator que pode explicar isso é o fato dos idosos geralmente morarem em áreas mais distantes dos locais onde se concentra a maior oferta de equipamentos culturais.

Escolaridade e renda

Theatro Municipal
Pessoas com mais escolaridade e maior renda têm mais acesso a atividades como o balé - Divulgação/Theatro Municipal do Rio de Janeiro

A escolaridade é um dos principais fatores associados à cultura. Quanto mais alta a escolaridade, maior o acesso à cultura, revelou o levantamento. Isso vale tanto para a leitura de livros quanto para videogame ou circo. A diferença é mais importante no acesso a concertos de música clássica, museus, saraus, teatro, bibliotecas e cinema. Enquanto 9% das pessoas com ensino fundamental foram ao teatro, o percentual vai a 40% para quem tem ensino superior. No caso do circo, o percentual é de 9% para quem tem ensino fundamental e de 17% entre quem tem ensino superior.

Quando se considera a classe econômica, as diferenças de acesso entre as classes A e D/E são maiores, no caso de concertos, teatro e museus, e menores no caso de festas populares, circo, leitura e jogos eletrônicos. A pesquisa mostra que 3% das pessoas das classes D/E foram a concertos, enquanto 20% dos respondentes da classe A disseram ter ido à mesma atividade. Para a leitura, o percentual é de 41% para as classes D/E e de 81% para a classe A.

Para Leiva, mais educação e melhor distribuição de renda poderiam ampliar o acesso e o interesse pela cultura no país. “Quanto maior o número de pessoas com ensino superior, maior será o acesso a praticamente todas as atividades culturais. Quanto maior a renda, maior a possibilidade de uma pessoa ir ao cinema, ao teatro, a museus. E isso também pode aumentar a frequência a atividades que a pessoa já pratica, mas com limitações”, acrescentou.

Na opinião do pesquisador, também é importante desenvolver ações voltadas aos extratos da população menos atendidos e descentralizar a distribuição dos equipamentos culturais e de lazer pelas cidades, que geralmente se concentradas em áreas mais ricas. “Oferecer oportunidades perto de onde as pessoas vivem é fundamental. A falta de uma melhor distribuição limita o acesso das pessoas”, afirmou Leiva.

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

🔴 Jornal PT Brasil | Terça-feira, 28 de janeiro

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Boa Noite 247 - América Latina reage a Trump (27.01.25)

Agência Brasil: Turistas estrangeiros gastam US$ 7,3 bi em 2024, recorde em 15 anos

 

Segundo Ministério do Turismo, tax free estimulará gastos no país
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/01/2025 - 17:41
Brasília
Rio de Janeiro (RJ), 24/08/2023 – Cariocas e turistas vão à praia do Flamengo, na zona sul da capital  fluminense em dia de forte calor na cidade. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
© Tomaz Silva/Agência Brasil
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Estimulados pela recuperação das viagens internacionais no pós-pandemia e pela desvalorização do real, os turistas estrangeiros gastaram US$ 7,341 bilhões no Brasil em 2024, divulgou nesta sexta-feira (24) o Banco Central (BC). O valor é o maior em 15 anos, superando inclusive os gastos de 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil, quando os turistas de outros países gastaram US$ 6,914 bilhões.

Em relação a 2023, os gastos de turistas estrangeiros no país subiram 6,28%. Há dois anos, os visitantes de outros países tinham desembolsado US$ 6,907 bilhões. O avanço pode ser explicado pelo número de turistas do exterior, que saltou 12,6% no ano passado e totalizou 6,65 milhões em 2023.

Na comparação de receitas trazidas ao país, os gastos de turistas internacionais em 2024 superaram as exportações de algodão (US$ 5,154 bilhões), de aeronaves (US$ 4,4 bilhões) e de minérios de cobre (US$ 4,16 bilhões)

Apenas em dezembro, os turistas estrangeiros desembolsaram US$ 721 milhões no Brasil, alta de 16% em relação ao mesmo mês de 2023, quando eles tinham deixado US$ 622 milhões no país.

Segundo o Ministério do Turismo, o resultado de 2024 aproxima o Brasil das metas do Plano Nacional de Turismo, que prevê que o país chegue ao fim de 2027 com 8,1 milhões de turistas estrangeiros e US$ 8,1 bilhões em divisas por ano. Em nota, o ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que o aumento da entrada de visitantes estrangeiros criará mais empregos e impulsionará a economia brasileira.

“A chegada de visitantes estrangeiros ao Brasil não apenas movimenta nossa economia, mas também reafirma a força e a beleza do nosso país como um destino desejado no cenário global. Esses recursos são um reflexo do potencial do turismo em gerar empregos, fortalecer comunidades e promover desenvolvimento. Estamos prontos para receber o mundo de braços abertos, com a hospitalidade que só o Brasil sabe oferecer”, declarou o ministro.

Tax free

Uma das apostas do governo para elevar o número de turistas estrangeiros no país é a regulamentação da reforma tributária. Sancionada no último dia 16, a lei complementar institui o programa Tax Free, por meio do qual visitantes de outros países poderão pedir o reembolso de impostos sobre produtos comprados no Brasil e embarcados na bagagem. Esse sistema existe em diversos países, quando o valor total das mercadorias ultrapassa determinado valor.

Para o ministro do Turismo, o Tax Free não apenas estimula o turismo internacional, mas fortalece a economia local. “O Brasil, o Governo Federal e o Congresso deram um grande passo para o crescimento do turismo nacional. Oferecer no Brasil o programa Tax Free para visitantes internacionais significa fortalecer a competitividade dos nossos destinos. Isso representa mais receitas entrando em nossa economia, ampliando a geração de renda e emprego”, disse Celso Sabino por meio de nota.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

www.planalto.gov.br: Medida Provisória 1288/2025 sobre pagamento com Pix

 

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.288, DE 16 DE JANEIRO DE 2025

 

Dispõe sobre medidas para ampliar e garantir a efetividade do sigilo e a não incidência de preço superior, valor ou encargo adicional sobre os pagamentos realizados por meio de arranjo de Pagamentos Instantâneos – Pix, instituído pelo Banco Central do Brasil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º  Esta Medida Provisória dispõe sobre medidas para ampliar e garantir a efetividade do sigilo e a não incidência de preço superior, valor ou encargo adicional sobre os pagamentos realizados por meio de arranjo de Pagamentos instantâneos – Pix, instituído pelo Banco Central do Brasil.

Art. 2º  Constitui prática abusiva, para os efeitos do art. 39 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, a exigência, pelo fornecedor de produtos ou serviços, em estabelecimentos físicos ou virtuais, de preço superior, valor ou encargo adicional em razão da realização de pagamentos por meio de Pix à vista.

§ 1º  A prática dos procedimentos previstos no caput sujeita o infrator às penalidades previstas na legislação do direito do consumidor.

§ 2º  Os fornecedores de produtos ou serviços, em estabelecimentos físicos ou virtuais, deverão informar os consumidores, de forma clara e inequívoca, sobre a vedação de cobrança de preço superior, valor ou encargo adicional para pagamentos por meio de Pix à vista.

§ 3º  Ato do Secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública regulamentará o disposto neste artigo e disponibilizará canal digital de orientação e recebimento de denúncias de ilícitos e crimes contra a relação de consumo.

§ 4º  Para fins de aplicação do disposto na Lei nº 13.455, de 26 de junho de 2017, o pagamento realizado por meio de Pix à vista equipara-se ao pagamento em espécie.

Art. 3º  Não incide tributo, seja imposto, taxa ou contribuição, no uso do Pix.

Art. 4º  Compete ao Banco Central do Brasil normatizar e implementar medidas que garantam a preservação da infraestrutura digital pública, sua disponibilidade isonômica e não discriminatória, nos termos da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, a privacidade das informações financeiras processadas no âmbito do Pix e do Sistema de Pagamentos Instantâneos – SPI, nos termos da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, e a proteção aos dados pessoais, nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, garantindo-se a impossibilidade de identificação dos usuários, observadas as exceções legais.

Art. 5º  Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 16 de janeiro de 2025; 204º da Independência e 137º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

 Este texto não substitui o publicado no DOU de 16.1.2025 - Edição extra

Fonte:  https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2025/Mpv/mpv1288.htm

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Presidência da República
Casa Civil
Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos

Jornal PT Brasil | Quinta-feira, 16 de janeiro

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Bolsonaristas ajudam ao governo a combater a fake news do Pix

 

 

por Jacinto Pereira

Com essa história mentirosa de que a Receita Federal ia taxar quem movimentasse mais de cinco mil reais por mês através do Pix, espalhada ao máximo pelos bolsonarista, atingiu em cheio a 'gadaiada' que orava para pneus e ETs pedindo intervenção militar no Brasil para que Lula na assumisse a Presidência. O que eu já ouvi de pastores descontentes com a mentira de que quem movimenta mais de cinco mil reais por mês através do pix vai ser cobrado imposto, 'não está escrito'. Dizem que seus fiéis falam que não podem pagar o "dízimo" porque o governo vai cobrar imposto e ninguém tem dinheiro em espécie para fazer esse pagamento. O mais engraçado é que os pastores, mesmo aqueles que são contra o PT e o Governo, estão fazendo de tudo para desmentir essa fake news, para ver se os fiéis pagam o "dízimo". Essa mentira fez com que se descobrisse que o povo tem mais dinheiro do que se imaginava.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Quem tem o cntrole das Big techs pode mandar no mundo

 

  

Jacinto Pereira

O presidente eleito e não empossado dos EUA Donald Trump, arranjou uma forma de pautar a Mídia que cobre a Geopolítica mundial, com o objetivo de se manter nas manchetes de noticias até sua posse, que foi usar bravatas sobre como fazer a América grande. 

Uma dessas bravatas foi sobre a anexação do Canadá aos Estados Unidos. Claro que seus dirigentes não gostaram nada disso e reagiram de forma enérgica contra isso.

Outra bravata desvairada foi sobre comprar ou tomar pela força a Groenlândia do Reino da Dinamarca. Houve reações contra esse absurdo tanto da Dinamarca quanto da União Europeia. 

A terceira bravata afirmar que vai tomar o canal do Panamá porque está cobrando taxas menores da China. A resposta do presidente José Raúl Mulino foi de que a soberania do canal não é negociável. 

A quarta bravata foi sobre mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. ..."A presidente do México, Claudia Sheinbaum, sugeriu nesta quarta-feira (8) mudar o nome de uma região dos Estados Unidos, em resposta ao plano do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de mudar o nome do Golfo do México."...

A resposta da Presidenta Claudia Sheindaum, que eu achei até engraçada,  você pode ler no seguinte endereço: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/presidente-do-mexico-rebate-trump-e-exibe-mapa-com-america-mexicana/

Trump sabe que vai ser bem sucedido em seu propósito porque vai contar com o apoio das plataformas sociais do Mark Elliot Zuckerberg e do Elon Musk

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Boa Noite 247 - 8 de Janeiro: No dia da infâmia Lula e STF reafirmam a d...

Diário do Nordeste: Água na Vila de Jericoacoara tem substância nociva até 11 vezes acima do recomendado, alerta pesquisa do IFCE

Componente apresenta riscos à saúde humana em altas concentrações

Rua de vila de Jeri em dia de sol
Legenda: Vila de Jericoacoara é um dos destinos turísticos mais visitados do Estado
Foto: Marcelino Júnior

O nitrato é uma substância que faz parte do ciclo de nitrogênio no corpo humano, mas, em altas concentrações, pode causar uma intoxicação capaz de ser fatal. Na Vila de Jericoacoara, um dos destinos turísticos mais famosos do Ceará, uma pesquisa identificou presença de nitrato na água potável até 11 vezes superior ao recomendado pelas autoridades sanitárias. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) rebate e diz que realiza “rigoroso monitoramento de qualidade” na área.

A alteração foi apontada no estudo “Poluição de águas subterrâneas por nitrato: Avaliação de um risco invisível em um paraíso costeiro do nordeste brasileiro”, elaborado por pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) - campus Camocim e publicado nesta semana, na Journal of South American Earth Sciences, revista científica internacional da área de geociências.

O grupo avaliou, durante 13 meses, entre 2022 e 2023, as concentrações de nitrato em águas obtidas em poços particulares e água de abastecimento público (inclusive retirada de torneiras) e as correlacionou com dados do período chuvoso e de fluxo subterrâneo de água na região.

Veja também

Conforme as análises, a poluição das águas subterrâneas ocorre por nitratos formados a partir de compostos nitrogenados originários de efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) local, operada pela Cagece. Os efluentes da ETE são dispostos na areia e penetram no solo até atingir o lençol freático.

“Durante todo o ano, as águas da região apresentam concentrações de nitrato superiores aos limites permitidos para consumo humano, tornando a água imprópria para beber”, explica Edmo Montes Rodrigues, professor do IFCE e coordenador da pesquisa.

O biólogo lembra que toda a água obtida de forma privada ou por meio de abastecimento público na Vila de Jericoacoara tem origem no lençol freático, justamente de onde o trabalho demonstrou haver valores 11 vezes acima do limite.

O Ministério da Saúde determina que a quantidade de nitrato presente na água potável distribuída à população não pode ultrapassar 10 mg/l (miligramas por litro). O excesso é considerado perigoso à saúde e fator de risco para desenvolvimento de câncer.

“Os sistemas de tratamento convencionais de água não removem esse composto químico, acarretando um risco para a população que consome a água com altas concentrações do composto”, avalia Rodrigues.

Pesquisadores do IFCE realizam coleta de água na Vila
Legenda: Pesquisadores coletaram água de residências, estabelecimentos comerciais e poços para análises
Foto: Arquivo pessoal

Prejuízos à saúde

O estudo destaca a importância de melhorias no tratamento de esgoto e na gestão de águas, focando na prevenção de doenças relacionadas ao nitrato.

O ingresso de altas concentrações de nitrato no corpo humano, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), pode oxidar a hemoglobina para metemoglobina, causando:

  • diminuição do transporte de oxigênio para os tecidos
  • diminuição da pressão arterial
  • aumento do batimento cardíaco
  • dor de cabeça
  • cólica abdominal
  • vômito
  • eventual morte

“Em bebês, os baixos níveis de oxigênio no sangue podem conferir uma coloração azulada na pele, principalmente dos pés, mãos, rosto e lábios, além dos efeitos já descritos”, informa a Companhia. Além disso, já foi comprovado que a substância apresenta potencial cancerígeno.

Estação aquém da capacidade

Para os pesquisadores do IFCE, a estação de tratamento da Cagece está subdimensionada, ou seja, opera abaixo da capacidade que a Vila exige. O equipamento foi instalado em 2009, há mais de 15 anos - tempo em que o lugarejo cresceu e ganhou mais moradores, comércios e hospedagens.

Em 2019, dez anos depois, os pesquisadores foram procurados pela gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o Parque Nacional de Jericoacoara porque, à época, foram notados vazamentos de efluentes em direção ao Parque.

“Na época chuvosa, o solo arenoso fica muito saturado de água e o efluente tem dificuldade de adentrar”, diferencia Edmo. “O nível do lençol freático fica muito superficial e a água não infiltra, então os efluentes transpassam a área da Estação e chegam à área do Parque”.

Mapa espacial da Vila de Jericoacoara
Legenda: Localização da Estação de Tratamento de Esgoto em relação à Vila
Foto: Google Earth

Os estudiosos decidiram investigar em que nível o nitrato - formado pela oxidação da amônia, presente na urina humana e no esgoto doméstico - poderia contaminar a água distribuída à população, inclusive saindo pelas torneiras. Com análises laboratoriais e do fluxo hidráulico, chegou-se à conclusão.

Edmo Rodrigues explica que o nitrato não é um composto fácil de ser removido da água. Fervê-la, por exemplo, não adianta, por isso a preocupação com o uso dela para o preparo de alimentos.

“Nitrato precisa de um sistema específico, e ele é bastante caro. São poucos os lugares que fazem porque eleva o valor da conta, teria que ser repassado ao consumidor. Nesse caso de Jeri, seria necessário um redimensionamento e um sistema que removesse o nitrato para a distribuição da água aos moradores”, afirma.

O que diz a Cagece?

A Cagece declarou, em nota, que o tratamento e a distribuição de água à população de Jericoacoara são realizados “sob rigoroso monitoramento de qualidade”, realizado “rotineiramente”, e segue as recomendações do Ministério da Saúde.

“Ao se detectar a mínima variação, em qualquer uma das etapas de captação, tratamento ou distribuição, são tomadas providências imediatas, como ajuste de tratamento, diluição e limpezas de poços”, assegura.

A Companhia destacou ainda que está investindo cerca de R$51 milhões em “obras estruturantes” para a otimização das redes de água e de esgoto em Jericoacoara. O projeto inclui a construção de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) com tecnologia de osmose reversa, “considerada uma das melhores no processo de purificação da água”.

93,8%
de Jijoca de Jericoacoara tem cobertura de esgoto, segundo a Cagece.

“O município será beneficiado com a requalificação do sistema de esgotamento sanitário. As ações incluem a duplicação da capacidade de tratamento de esgoto com a construção de nova estação elevatória, além da instalação de emissário submarino para devolução dos efluentes ao meio ambiente”, finalizou a empresa.

Fonte:  https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/ceara/agua-na-vila-de-jericoacoara-tem-substancia-nociva-ate-11-vezes-acima-do-recomendado-alerta-pesquisa-do-ifce-1.3602956