por Jacinto Pereira
Foto de Maria José
Esta era a casa de farinha de meu tio e padrinho de crisma, Manoel Raimundo Brandão, mais conhecido como Manoel Valdo, irmão mais novo de meu pai. Esta é a segunda que ele construiu, a anterior funcionou até mais ou menos 1975. Ele já faleceu, mas sua esposa, minha madrinha Isaura, está viva. Ela já completou 103 anos e continua lúcida. Nesta casa de farinha havia muita animação a partir de junho, quando começavam as farinhadas, não só do meu padrinho, mas também de alguns de seus amigos, pois poucas pessoas da comunidade possuíam um aviamento(como era também chamado) assim. Os arrancadores de mandioca, as raspadeiras de mandiocas, o prenseiro( que era responsável por secar a massa da mandioca antes de torrar para fazer a farinha), e o forneiro( responsável por torrar a massa no forno de fazer farinha e tapiocas). A tarde ficava mais movimentada em função das tapiocas e beijús, que eram feitos após o forneiro tirar a última fornada de farinha. Na hora que ficavam prontas as primeiras tapiocas ou beijús, já se começava a saborear as mesmas. Quando serrava as mandiocas, sobravam pequenos pedaços que se denominavam de crueiras. Depois de terminadas as confecções das tapiocas, o forno já estava mais frio e aí era hora de secar a goma(porvilho) tirada da massa lavada provenientes das mandiocas. Por último se colocava no forno, as crueiras retirada da maasa na hora da peneiragem da maça já enxuta na prensa. Depois de secar as crueiras, já se limpava o forno para receber massa na madrugada seguinte, pois o forneiro começa seu dia por volta das quatro horas aquecendo o forno com lenha de madeira seca. Geralmente quem secava a goma e as crueira, era o dono da farinhada ou outra pessoa da família. Até os anos setenta ou oitenta em alguns casos, não se usava motor ou forrageira para serrar as mandiocas, isso era feito num dodete( uma tora de madeira onde se colocava pedaços de serra,também chamados de tariscas) movimentado pala força de dois homens fortes, que sempre os mesmos que arrancavam as mandiocas.
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