domingo, 20 de maio de 2012
A Festa do Distrito de Caiçara – 22 de maio de 2012
Cruz. O Distrito de Caiçara foi criado pela Lei Nº 11.323, de 22 de maio de 1987. Em homenagem a esta data, uma das ruas da sede do distrito recebeu o nome de Rua 22 de Maio. Todos os anos esta data é comemorada com uma intensa programação festiva. Caiçara é um dos lugares mais antigos de nossa região, situada as margens da Lagoa de Jijoca, há 5 km da Praia do Preá. É um dos corredores de turismo para Jericoacoara.
Caiçara já elegeu os vereadores Benedito Edson Pinto e Raimundo Brandão de Sousa e um Vice-Prefeito de Acaraú João Ladislau de Paulo Magalhães.
O primeiro prédio escolar foi transformado em creche e outro maior foi construído por Antônio Raimundo, Prefeito de Cruz, e a energia elétrica foi inaugurada em 1988 pelo Prefeito Jonas Muniz.
São denominações de ruas da Vila de Caiçara: Pe. Valdery, Professora Fransquinha, José João, Afonso Fontes, Mons. Sabino e João Muniz. Há muitas ruas sem denominação oficial.
A estrada de acesso é com piçarra motivo de indignação da população da região que reclama das péssimas condições de transito.
O Poeta João Martins dos Santos assim se expressou sobre a Festa do Distrito:
“Quero que Deus me dê força/
Pelo poder infinito/
Para relembrar agora/
A Festa do meu Distrito/
Que dos lugares que conheço/
O nosso é o mais bonito”.
Este ano, a Festa do Distrito de Caiçara, foi realizada dia 19, teve várias atrações, banda de forró e um bolo de 25m.
A presença da Empresa M. Machado Florestal Ltda. na década de 80 movimentou a comunidade, introduziu novos costumes e gerou emprego e renda para dezenas de pessoas.
Religião
A Igreja de São Francisco de Caiçara foi construída em 1888, ainda durante o período em que o Império Português governava o Brasil. O Santo Cruzeiro, construído para realização das Santas Missões, foi inaugurado em 19 de novembro de 1939, pelo Pe. Pedro e exaltado pelo poeta repentista
João Martins dos Santos.
“Tem o Cruzeiro em lembrança do Pe. Pedro/
Que encima do penedo/
Ele está bem colocado/
Trinta e nove a dezenove de novembro/
Ainda hoje eu me lembro/
quando foi inaugurado”.
Em breve estará completando 75 anos quando será celebrado o seu Jubileu de Brilhante. É um marco histórico e símbolo maior da religiosidade do povo da Vila de Caiçara. Dia 9 de agosto de 2010 foi criada a Área Pastoral do Distrito de Caiçara, pertencente à Paroquia de Santa Luzia de Jijoca de Jericoacoara, com o objetivo de melhor assistir aos paroquianos das comunidades de Formosa, Preá, Cavalo Bravo, Córrego dos Ana, Sambaíba, Paraguai e Solidão. O Padre Maílson foi o primeiro administrador da Área Pastoral, sendo seu sucessor o atual administrador Pe. José Marcone Martins. Antes, a Capela de Caiçara já havia pertencido às Paróquias de Acaraú e Cruz cujos Padres foram José Arteiro, Monsenhor Sabino, Monsenhor Edson e Monsenhor Manoel Valdery. Quando passou a pertencer à Paroquia de Santa Luzia, estiveram atuando na capela o Pe. Edmilson, Pe. Raimundo, Pe. Eudes Cruz e Pe. Lindomar.
A Tradicional Festa de São Francisco é celebrada no mês de setembro, quando seus filhos ausentes procuram visitar a Terra Natal para rever amigos e familiares e participarem dos festejos à São Francisco. Inicialmente, as festas eram coordenadas pelo saudoso José João de Araújo, hoje, nome de Rua na Vila de Caiçara e seguido por Luís Jacinto. O coral é bem animado, constituído de lindas garotas e é um dos melhores da região. A religião predominante é a Católica, mas já há duas igrejas protestantes na Vila de Caiçara: As Igrejas Bíblica e Comunidade Cristã Jericó. A Igreja de São Francisco já esteve rodeada de água com o transbordo da Lagoa de Jijoca. Também teve a frente virada para o Nascente e já passou por várias reformas em sua estrutura física, estando bem diferente de sua forma original.
Infraestrutura
A Vila de Caiçara tem uma escola construída pelo Prefeito Antônio Raimundo de Araújo Neto em 1989, denominada de João Ladislau de Paulo Magalhães, cuja diretora e a Senhora Érica Pereira Queiroz Albuquerque.
Quando ainda pertencia ao município de Acaraú, Caiçara teve a alegria de eleger um vice-prefeito: João Ladislau de Paulo Magalhães, que foi eleito junto com Adenor Martins (1967/1971). Nesse período foi construído o primeiro prédio escolar na comunidade onde funciona uma Creche. Uma quadra poliesportiva coberta foi construída na administração de Manoel Nelson Silveira e coberta na administração do Prefeito Jonas Muniz. Tem arquibancada, banheiros, palco, vestiários e foi denominada Francisco Antônio Costa Moura, numa justa homenagem ao maior jogador de futebol de Caiçara. Falecido em 2006 em Fortaleza durante uma partida de futebol vitima de ataque cardíaco.
Tem uma praça, construída em 1987 na primeira administração Jonas Muniz, ruas calçadas, um Posto de Saúde da Família, uma creche, telefones fixos públicos e residenciais, Sistema de abastecimento de água comunitário que atende a 192 famílias.
Tem um conjunto habitacional, Cemitério Comunitário que inicialmente era cercado de madeira, mas foi murado por determinação do Senhor João Galdino com a participação da comunidade e ampliado em 1987. Um posto de atendimento dos Correios, padaria, internet, salão de cabeleireiro, lanchonetes, churrascaria e a rádio FM Comunitária Marazul 98,7 MHZ legalizada junto ao Ministério das Comunicações e pertencente à Associação de Desenvolvimento Social e Comunicação de Caiçara são fatores de desenvolvimento da Vila. Tem lojas de eletrodomésticos e várias casas comerciais, onde quase de tudo tem pra vender. Oficinas de carros e motos, bares e restaurantes e um Cartório de Registro Civil, sendo tabelião José Arteiro Cruz.
Atualmente, a Vila de Caiçara está lutando pelo seu crescimento. Está sendo feito calçamento de algumas ruas e abertura de outras na periferia. Várias casas têm sido construídas, inclusive pelo programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida.
Curiosidades.
A primeira professora da comunidade foi Francisca Maria de Sousa (Fransquinha) que também é nome de rua, e depois Francisco das Chagas Rocha. Caiçara sempre foi conhecida pela produção artesanal de esteiras de junco, cordas e redes de tucum que também eram usadas para currais de pesca no mar. A população mais velha ainda se lembra das parteiras Margarida e Maria Martins e das rezadeiras Julieta e Izabel Pires. Os tabeliões foram Manoel Marques de Sousa, Francisco Menezes, João Paulo Magalhães e José Arteiro Cruz. Já houve em Caiçara um trabalho da igreja chamado de Ciclo Operário que consistia em visitar as casas, fazer reuniões e ler a Bíblia sob a orientação do Senhor Chico Gomes. O poeta João Martins assim descreveu o Ciclo Operário: “Neste lugar, tem o Ciclo Operário/ Foi feito pelo Vigário/ Para entrar quem quiser/ Se pagará dez Cruzeiros de uma vez/ E dois Cruzeiros por mês/ Cada sessão que houver”.
Também os trabalhadores tinham onde recuperar suas ferramentas com os ferreiros Chagas Ferreira e Francisco Antero. Mas, se o caso era couro tinha o soleiro José Joaquim e o sapateiro Toca Lima. Os carpinteiros Tiago e Antônio Lima fabricavam móveis para todas as famílias, principalmente para os recém casados que pretendiam mobilhar as casas. A primeira padaria instalada na comunidade pertencia ao Senhor José Filenom natural da cidade de Morrinhos. As construções ficavam a cargo dos pedreiros Luís João e Geraldo Muniz. As costureiras Ângela Marta da Silva, Antônia Maria da Silveira e Rita Pereira de Sousa cuidavam da confecção e remendo das roupas usadas na comunidade e preparavam os noivos para os matrimônios. As famílias mais numerosas da comunidade são a dos Jacinto e Pereira. A origem das famílias residentes em Caiçara é muito diversificada. São procedentes de Uruoca, Uruburetama, Camocim, Jijoca, Aranaú, Serra de Tianguá e até de outros estados.
Um senhor por nome de Abdom, ao se aproximar de uma arvore conhecida por mungubeira, em Caiçara, disse: “Eu queria viver do tanto desta mungubeira”. Certa noite, a mungubeira tombou. No dia seguinte, chegou a notícia de que Abdom havia sido assassinado no mesmo horário em sua própria residência na zona rural do atual município de Jijoca.
O último crime de morte em Caiçara foi registrado em 1957, quando o Delegado de Policia Pedro Raimundo assassinou Raimundo Ernesto. Antes tinha havido uma discursão entre eles. O número de afogamento na Lagoa de Jijoca é preocupante, pois já foram registradas mais de uma dezena de afogamentos de homens, mulheres e crianças.
A Vila de Caiçara ainda conserva as características de um lugar tranquilo, onde as pessoas podem ficar nas calçadas para um dedo de prosa sem serem incomodadas. A amizade é o ponto forte da comunidade. Intrigas não existem e as mulheres gostam de trabalhar e viajar em grupos. A juventude é bastante atuante e as moças são de boa aparência e muito simpáticas. A presença de drogas tem sido o principal motivo de preocupação dos pais de família.
A falta de emprego tem sido motivo de muitos jovens migrarem para os grandes centros, principalmente Fortaleza e São Paulo.
Os criadores de gado fazem uma festa todo ano que já tem mais de meio século de tradição.
A Vila de Caiçara é um lugar onde o índice de analfabetismo praticamente não existe. Pouco ou muito, mas todos sabem ler e escrever.
O nosso proposito é prestar uma homenagem ao Distrito de Caiçara por ocasião de seu Jubileu de Prata e resgatar a memória dos nossos antepassados que, com dedicação e trabalho, construíram as nossas riquezas materiais e imateriais.
Dr. Lima
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