terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Apenas 17,7% dos 513 deputados brasileiros são mulheres

 Pesquisa realizada em 178 países constatou que a média mundial da participação feminina em parlamentos é de 26,4%

www.brasil247.com - (Foto: Paulo Emílio)

247 -Pesquisa da Inter-Parliamentary Union (IPU), organização global dos parlamentos nacionais revela que apenas Apenas 17,7% dos 513 deputados brasileiros são mulheres. Os dados foram coletados em 178 países e constatou que a média mundial da participação feminina em parlamentos é de 26,4%.

Na última eleição, por exemplo, somente 91 mulheres foram eleitas deputadas federais, o que corresponde a 17,7% da totalidade das 513 cadeiras disponíveis.

“O número representa um avanço irrisório se comparado ao resultado das eleições de 2018, quando 77 mulheres foram eleitas deputadas federais e ocuparam 15% das cadeiras”, destaca a pesquisa.

Nos estados os dados são parecidos: na somatória de deputadas estaduais e distritais, chega-se ao total de 190 mulheres eleitas (18%). Especificamente em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, a representatividade feminina ficou abaixo de 10%.

“Com relação ao Senado, teria acontecido um retrocesso relevante caso suplentes não tivessem assumido. Considerando apenas o resultado das últimas eleições, das 81 cadeiras disponíveis, apenas dez seriam ocupadas por mulheres senadoras a partir de 2023 – duas a menos que na legislatura anterior. No entanto, haverá o ingresso de cinco mulheres suplentes: uma porque o titular foi eleito governador do Estado, e outras quatro porque os titulares se tornaram ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”, conclui a pesquisa.

Entre os motivos elencados pela pesquisa que contribuem para que o Brasil esteja puxando para baixo a média das Américas de participação
feminina nos parlamentos, estão: 

Bom dia 247: Lula: “O Brasil é um país de paz” (31.01.23)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Lula diz a Macron que guerra do Brasil é contra a pobreza, não contra a Rússia

 Líder brasileiro diz que está disposto a se engajar de forma ativa na busca pela paz

www.brasil247.com - Lula e Emmanuel Macron Lula e Emmanuel Macron (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ao presidente da França, Emmanuel Macron, que o Brasil não fará parte das operações de guerra contra a Rússia, mas que está disposto a se engajar de forma ativa na busca pela paz. O recado foi dado na conversa mantida entre os dois líderes, na quinta-feira (26). Lula deixou claro que sua guerra é, hoje, contra a pobreza, informa o jornalista Jamil Chade no UOL.

O telefonema de mais de uma hora tratou de vários temas da agenda bilateral. Mas também serviu para que o francês iniciasse uma aproximação ao Brasil nos assuntos relacionados com a Ucrânia. Segundo relatos do Palácio do Planalto, não houve uma pressão indevida por parte de Macron, que ainda está construindo uma nova relação com o Brasil e quer restabelecer a confiança bilateral, depois de quatro anos de tensão com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mas, entre os europeus, não se esconde que o apoio irrestrito à democracia brasileira depois dos ataques de 8 de janeiro por bolsonaristas seria instrumentalizado para ganhar a simpatia de Lula em temas de interesse dos centros do poder do Velho Continente.

Mas Lula deixou claro que não vai adotar uma postura nos temas internacionais apenas para agradar aos novos aliados.

Fonte: https://www.brasil247.com/mundo/lula-diz-a-macron-que-guerra-do-brasil-e-contra-a-pobreza-nao-contra-a-russia

AGU pede afastamento de servidores envolvidos em terrorismo bolsonarista de Brasília

Em nota, a Advocacia da União cita uma análise preliminar segundo a qual a participação dos servidores nos atos de vandalismo representa diversas infrações disciplinares

www.brasil247.com - Atos terroristas em Brasília - 08.01.2023 Atos terroristas em Brasília - 08.01.2023 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Agência Brasil - A Advocacia-Geral da União e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos encaminharam, de forma conjunta à Controladoria-Geral da União (CGU), pedido para “imediata instauração de processo administrativo disciplinar” contra servidores federais que tenham participado dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.

No documento enviado, a AGU e o ministério informam que a participação de servidores nos atos de 8 de janeiro já está sob análise da CGU, mas afirmam ser “inadmissível a participação de servidores públicos federais em atos de vandalismo e depredação de patrimônio público em manifestação violenta e inconstitucional que prega a supressão do Estado Democrático de Direito”.

>>> AGU pede bloqueio de bens de mais 42 golpistas bolsonaristas

Em nota, a AGU diz que uma análise preliminar indica que a participação de servidores nos atos representa “diversas infrações disciplinares”, entre as quais, violação do dever de lealdade para com as instituições, violação de dever de zelo para com a conservação do patrimônio público e violação do dever de manutenção de conduta compatível com a moralidade pública.

“Danos ao patrimônio público configuram crime qualificado contra a administração pública passível da aplicação de penalidade de demissão”, acrescenta a nota ao recomendar à CGU que analise a necessidade de afastamento cautelar dos servidores cuja participação nos atos tenha sido confirmada.

“Além da evidente periculosidade dos agentes, que desdenham por completo o regular funcionamento das instituições, os envolvidos podem, no exercício de suas atribuições diárias, se utilizar de sistemas e de meios postos à disposição de servidores públicos para embaraçar as investigações”, complementa a nota.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/agu-pede-afastamento-de-servidores-envolvidos-em-terrorismo-bolsonarista-de-brasilia

No governo Bolsonaro, famílias pobres foram enganadas e pagaram para receber cisternas

 O convênio responsável pela construção das cisternas não prevê o pagamento por parte das famílias beneficiadas

www.brasil247.com - (Foto: Agência Brasil)

247 - "Famílias pobres que vivem em comunidades isoladas no semiárido mineiro tiveram de pagar para serem beneficiadas pelo Programa de Cisternas do governo federal, cujo orçamento já incluía todas as despesas relacionadas", informa a Folha de S. Paulo em reportagem deste domingo (29). 

O Programa de Cisternas do governo federal tem um contrato de R$ 15 milhões para a instalação de 3.012 cisternas em cinco municípios contemplados por um convênio firmado entre o Consórcio Inframinas e o Ministério da Cidadania do governo Jair Bolsonaro (PL).

A construção de cisternas, que armazenam água da chuva para consumo, é bancada pelo convênio, que não prevê o pagamento por parte dos moradores, mas famílias afirmam que precisaram pedir dinheiro emprestado para custear parte do equipamento.

No governo Lula (PT), a pasta passou a ser chamada de Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Questionado, o órgão afirmou que iria suspender a entidade responsável pela cobrança.

"A direção da Ceapa disse à Folha que cobrou a contrapartida dos moradores porque considerou inicialmente que as prefeituras iriam arcar com parte dos custos das obras. Como não houve essa contribuição, disse, se viu obrigada a pedir a participação dos beneficiários. Após questionamentos, afirmou que passou a ressarcir os beneficiários", diz a reportagem.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/no-governo-bolsonaro-familias-pobres-foram-enganadas-e-pagaram-para-receber-cisternas

domingo, 29 de janeiro de 2023

Florestan assume o comando editorial do 247 e Attuch fala sobre as mudanças no Brasil 247 e na TV 247

 Nova estrutura visa valorizar a equipe e responder aos anseios da comunidade de leitores e telespectadores

www.brasil247.com - Leonardo Attuch e Florestan Fernandes Júnior Leonardo Attuch e Florestan Fernandes Júnior (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

Por Eduardo Ribeiro, diretor do Portal dos Jornalistas – O Brasil 247 (site e TV) passará a contar, a partir de 1º de fevereiro, com uma nova estrutura editorial, trazendo para a equipe permanente, em funções estratégicas e de liderança, parte de seus atuais colaboradores. Florestan Fernandes Jr., por exemplo, que deixou o Tribunal de Contas do Município de São Paulo, assume a Direção de Redação; Mario Vitor Santos, diretor institucional; Luís Costa Pinto, chefe da sucursal Brasília e diretor de Projetos Especiais. Há novidades também na equipe interna, de suporte: Aquiles Lins assume como secretário de Redação do Brasil 247 e a Dayane Santos, como coordenadora da TV 247. Rodrigo Vianna, diretor da TV 247. Joaquim de Carvalho, repórter especial e documentarista. Hildegard Angel, Regina Zappa e Marcelo Auler, sucursal Rio. Miguel Paiva, Renato Aroeira, Carlos Latuff e Nando Motta, chargistas (veja o expediente completo no final do texto).

Gisele Federicce, que era diretora de Redação, saiu para comandar a comunicação do Ministério das Mulheres.

Principal projeto editorial contemporâneo de perfil progressista, o Brasil 247 atingiu, em 2022, 364 milhões de pageviews (30 milhões/mês) e sua TV tem hoje cerca de 1,2 milhão de inscritos, que geraram no ano passado 256 milhões de visualizações de vídeos. É uma audiência robusta e que atinge um público altamente politizado, intelectualizado e formador de opinião.

Um dos grandes defensores da retomada democrática pelas forças progressistas, o Brasil 247 vê agora o País voltar a ser gerido por um governo com esse perfil e que tem os compromissos sociais em seu principal vértice,

Para falar das mudanças na estrutura editorial do veículo e analisar as mudanças políticas no País e na imprensa, de um modo geral, o Portal dos Jornalistas ouviu Leonardo Attuch, diretor-presidente e idealizador do Brasil 247.

Portal dos Jornalistas – O Brasil 247 está anunciando esta semana mudanças relevantes em sua estrutura editorial, com contratações, remanejamentos e algumas saídas. Pode falar sobre as motivações dessa reestruturação e quais os objetivos em termos editoriais, de audiência e mesmo de negócios?

Leonardo Attuch – O objetivo da reorganização é valorizar a nossa equipe, profissionalizar ainda mais a redação e investir mais na produção de jornalismo de qualidade, tanto no site Brasil 247, como na TV 247. A chegada como diretor de Redação do Florestan Fernandes Júnior, que já era comentarista da TV 247 e integrante do nosso Conselho Editorial, faz parte desse esforço. O Mario Vitor Santos torna-se diretor institucional e passa também a integrar nosso Conselho. Luís Costa Pinto volta ao 247 como chefe da Sucursal Brasília, ao lado das colunistas Helena Chagas e Tereza Cruvinel, e passa também a atuar como diretor de Projetos Especiais. Internamente, o Aquiles Lins assume como secretário de Redação do Brasil 247 e a Dayane Santos como coordenadora da TV 247. O objetivo é produzir o jornalismo de maior qualidade do Brasil, comprometido com a democracia, o desenvolvimento, a inclusão social e a soberania nacional.

Portal dos Jornalistas – O País enfrenta turbulências, mas volta a respirar ares democráticos. Qual o papel que você crê que o 247 cumpriu nos quatro anos de governo Bolsonaro e que papel pensa que ele cumprirá agora no novo governo Lula?

Attuch – O papel do 247 vem de antes do governo Bolsonaro, uma vez que fomos um dos primeiros veículos a denunciar o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff. O golpe contra Dilma, a prisão política do ex-presidente Lula e o governo Bolsonaro são fenômenos entrelaçados. Os três fazem parte da doutrina de choque e pavor imposta ao Brasil a partir de junho de 2013 para que o País fosse alvo de um choque neoliberal, que teve como consequências a volta da fome, o retrocesso econômico, a retirada de direitos e a transferência da renda do petróleo brasileiro para os acionistas minoritários da Petrobrás. Impossível saber quantas consciências foram tocadas pelo nosso jornalismo, mas inegavelmente o Brasil 247 e a TV 247 têm cumprido um papel relevante no debate público.

Portal dos Jornalistas – Como tem sido a evolução da audiência do 247, considerando o site, a TV e outros projetos da casa?

Attuch – O Brasil 247 registrou uma audiência de 364 milhões de páginas vistas em 2022, o que representa uma média de 30 milhões de page views por mês. Trata-se de uma audiência estável, com público altamente engajado e extremamente qualificado do ponto de vista intelectual. Esta audiência já foi maior e pode voltar a ser maior, caso haja maior transparência e equanimidade nos mecanismos de busca das grandes plataformas. Além disso, a TV 247, com 1,2 milhão de inscritos e 256 milhões de visualizações de vídeos em 2022, consolidou-se como a maior produtora de conteúdo jornalístico independente do YouTube no Brasil, com viés progressista e democrático.

Portal dos Jornalistas – O 247, assim como vários outros projetos jornalísticos de qualidade e de diferentes estilos e setores, são árvores recentes nessa secular floresta editorial que se transforma de modo intenso e permanente.  Você é otimista com essas transformações? Como enxerga o futuro vendo o que tem acontecido com a mídia mainstream e o novo jornalismo, se é que podemos usar essa definição?

Attuch – Sim, sou bastante otimista em relação ao futuro da mídia independente, uma vez que os hábitos de consumo já mudaram radicalmente, privilegiando os meios digitais, e os custos de produção também se tornaram menores, favorecendo novos atores independentes, como é o caso do Brasil 247 e da TV 247.

Portal dos Jornalistas – Uma das mudanças mais profundas no chamado jornalismo digital, pelo que temos observado, se dá na linguagem, na abordagem das notícias, em que mais vale uma manchete que busca o clique do que aquela que informa e causa impacto. Esse, claro, é apenas um exemplo, mas são ilimitadas as “pegadinhas” editoriais atrás de cliques e de um bom ranqueamento nas ferramentas de busca. O 247 tem trabalhado isso na sua jornada editorial? O que pensa disso?

Attuch – Nós não apostamos em click baits e oferecemos conteúdo de qualidade e profundidade aos nossos leitores e telespectadores. O que não significa que não tomemos posição, nos momentos mais importantes. Nosso pacote de conteúdos envolve um mix com notícias rápidas, artigos aprofundados, vídeos curtos, lives longas com grandes comentaristas, entrevistas com personalidades, autoridades e intelectuais… e assim por diante. É um pacote para todos os gostos.

Portal dos Jornalistas – A propósito, a senioridade da equipe do 247, com nomes consagrados e ampla experiência em várias mídias e plataformas, não é comum na mídia digital, onde equipes jovens – e não tão experientes – predominam. Qual seu olhar sobre esse aspecto do jornalismo contemporâneo?

Attuch – Temos uma combinação entre jovens e grandes mestres do jornalismo brasileiro. Tenho grande orgulho em ter reunido a equipe com maior senioridade e experiência do jornalismo brasileiro, com nomes consagrados como Tereza Cruvinel, Hildegard Angel, Paulo Moreira Leite, Helena Chagas, Florestan Fernandes Júnior, Marcelo Auler, Alex Solnik, Mario Vitor Santos, Regina Zappa, Miguel Paiva, Aroeira, Rodrigo Vianna, Joaquim de Carvalho, Luís Costa Pinto, Carlos Latuff, Gustavo Conde e Denise Assis, entre muitos outros. Quem viveu mais e tem mais experiência jornalística reporta e comenta com mais qualidade.

Portal dos Jornalistas – Com o retorno de um governo democrático, em Brasília, você vê chances de também voltar a haver uma distribuição mais democrática dos investimentos publicitários do Governo Federal, como nos tempos de Franklin Martins, por exemplo, no segundo mandato do Governo Lula?

Attuch – A distribuição de verbas publicitárias oficiais nunca foi a nossa preocupação central. Mas é importante que se diga que, assim que assumiu o cargo, logo após o golpe de estado de 2016, Michel Temer instituiu blacklists na distribuição de recursos publicitários, destruiu a política de mídia técnica e passou, indiretamente, a comprar consciências, o que, a meu ver, constitui crime contra a administração pública. Só foram contemplados com anúncios federais os veículos que aceitaram participar da fraude contra a democracia. Como não nos rendemos ao golpe, fomos discriminados nas blacklists da era Temer/Bolsonaro, mas é melhor estar em paz com a consciência do que viver numa gaiola dourada de um projeto que provocou fome e destruição nacional.

Portal dos Jornalistas – J&Cia soube que o 247 entrou na parada para a contratação do Jânio de Freitas, tão logo ele foi demitido da Folha. Mas ele, ao final, acabou fechando com o Poder 360. Pode falar um pouco sobre essa negociação e mesmo sobre a importância do Jânio de Freitas ir para um veículo digital?

Attuch – Fizemos uma proposta a ele, para que se juntasse ao nosso time de grandes jornalistas, mas ele aceitou uma outra oferta e respeitamos sua decisão. Sobre a importância de ir para um veículo digital, eu diria que só existem veículos digitais. Os digitais que ainda têm edições impressas mantêm as mesmas para iludir o mercado com uma falsa ideia de influência, como se o papel ainda fosse símbolo de poder. Os leitores dos veículos impressos também estão quase que exclusivamente no digital.

Portal dos Jornalistas – Pode falar um pouco sobre os planos futuros do 247? Tem novidades a caminho?

Attuch – Nosso projeto é seguir contemplando a nossa comunidade de leitores e telespectadores com jornalismo de alta qualidade e seguir contribuindo para a formação de uma consciência democrática no Brasil e também para a formação de consensos em torno de questões como o desenvolvimento econômico e a soberania nacional. Já temos o site, a TV e talvez passemos a organizar grandes conferências nos próximos anos.

Portal dos Jornalistas – Para finalizar, queria que você comentasse o impacto do 247 na sua vida. Valeu a pena ter apostado num empreendimento ousado num tempo de incertezas?

Attuch – Quando eu olho para trás e vejo tudo o que construímos até aqui, formando a melhor equipe de jornalistas da imprensa brasileira, e o conselho editorial mais qualificado do Brasil, só tenho motivos para agradecer.

Confira o novo expediente do Brasil 247

Diretor-presidente: Leonardo Attuch

Diretor de Redação: Florestan Fernandes Júnior

Diretor Institucional: Mario Vitor Santos

Conselho Editorial: Celso Antônio Bandeira de Mello, Celso Amorim (licenciado), Carol Proner (licenciada), Marco Aurélio de Carvalho, Marcia Tiburi, Aloizio Mercadante (licenciado), Luiz Carlos Bresser Pereira, Florestan Fernandes Júnior, Jessé Souza, Mario Vitor Santos, Vilma Reis, Felipe Coutinho, Ferréz, Paulo Moreira Leite e Leonardo Attuch

Secretário de Redação e Direção Nordeste: Aquiles Lins

Direção da TV 247: Rodrigo Vianna

Coordenação da TV 247: Dayane Santos

Repórter Especial e Documentarista: Joaquim de Carvalho

Sucursal Brasília: Luís Costa Pinto (diretor), Helena Chagas (editora especial) e Tereza Cruvinel (editora especial)

Sucursal Rio de Janeiro: Hildegard Angel, Marcelo Auler, Regina Zappa, Denise Assis, André Constantine, Dafne Ashton, Ricardo Nêggo Tom, Miguel Paiva, Renato Aroeira e Nando Motta

Âncoras da TV 247: Rodrigo Vianna, Dayane Santos e Gustavo Conde

Coordenação do Cortes 247: Heberth Xavier

Comentaristas e Colunistas: Tereza Cruvinel, Paulo Moreira Leite, Alex Solnik, Helena Chagas, Hildegard Angel, Florestan Fernandes Júnior, Denise Assis, Regina Zappa, José Reinaldo Carvalho, Marcelo Auler, Leonardo Stoppa, Miguel Paiva, Mario Vitor Santos e Moisés Mendes

Editores Executivos: Guilherme Levorato e Leonardo Sobreira

Editores e Repórteres: Dayane Santos, José Reinaldo Carvalho, Paulo Emílio Gonçalves, Leonardo Lucena, Laís Gouveia, Juca Simonard, Camila França e Guilherme Paladino

Apresentadores da TV 247: Dafne Ashton, Andrea Trus, Sara Goes, Miguel Paiva, Regina Zappa, Sarah Wagner York, Valéria Marchi e Ricardo Nêggo Tom

Comentaristas da TV 247: André Constantine, Brian Mier, Nathalia Urban, Jeferson Miola, Lejeune Mirhan e Cesar Calejon

Chargistas: Carlos Latuff, Miguel Paiva, Nando Motta e Renato Aroeira

Edição de Arte: Ana Pupulin, Felipe Gonçalves e Thiago Monteiro

Diretor de Tecnologia e Monetização: Nicolas Iwashita

Programação: Thiago Monteiro

Administração e Finanças: André Barbugiani, Elaine Martins e Elizabete Souza

Email de contato: contato@brasil247.com.br

Fonte: https://www.brasil247.com/midia/florestan-assume-o-comando-editorial-do-247-e-attuch-fala-sobre-as-mudancas-no-brasil-247-e-na-tv-247-tryx91i2

Para que ninguém esqueça o verdadeiro objetivo do Bolsonaro

 

 

https://horadopovo.com.br/bolsonaro-comemora-o-4-de-julho-para-bajular-trump/

Bolsonaro: eu não vim para construir nada, estou aqui para destruir

Iser Assessoria 30 de abril de 2019

por Evilázio Gonzaga, especial para o site Viomundo – 28/04/2019

O anúncio do fim de investimentos em ciências sociais revela que o bolsonarismo pretende transformar as universidades em escolas técnicas, formadoras de mão de obra barata para empresas exportadoras de commodities minerais e do agronegócio.
O objetivo é voltar ao padrão econômico da era colonial.

O anúncio de Bolsonaro sobre os planos de reduzir ou eliminar os investimentos nas faculdades de ciências humanos, além do espanto que provoca, também indica que há um método por trás dos bastidores, orientando as ações do governo.

Para a maioria da plateia é mais uma decisão desastrada, formulada por um governo de ignorantes. Porém, a decisão tem sentido, quando o quebra-cabeças é montado.

Uma peça central no tabuleiro foi a visita de Bolsonaro, acompanhado de Sérgio Moro – o ex-juiz, que, por suas reiteradas demonstrações de analfabetismo cultural, levanta sérias dúvidas sobre a lisura ou a qualidade dos concursos para a magistratura no Brasil – à sede da CIA, nos Estados Unidos.

Foi uma atitude inédita, pois nenhum outro chefe de estado, no cumprimento de suas funções, fez uma visita à agência estadunidense, responsável exatamente responsável por espionar outros países.

A visita, somada às cenas mais vergonhosas de subserviência, puxa-saquismo e degradação, que se tem notícia em uma viagem oficial de uma delegação governamental a Washington, revela sem sombra de dúvida que o governo bolsonarista fez a opção de colocar o Brasil como um estado subalterno aos Estados Unidos.

Todos os outros exemplos que ocorreram fartamente, como:

*as continências prestadas por Bolsonaro à bandeira dos EUA ou a John Bolton, um funcionário de segundo escalão;
*o apoio ao muro da vergonha;
*as ameaças de participar da guerra estadunidense contra a Venezuela;
*a entrega de Alcântara;
*a venda da Embraer;
*a paralisação de projetos militares de ponta, substituídos pela compra de material obsoleto dos EUA;
*o descaso com a rápida extinção da indústria brasileira;
*o alinhamento indecente da diplomacia do Itamarati ao departamento de estado.

E vários outros fatos comprovam que há um método orientando o governo bolsonarista.

O que os formuladores dessas políticas pretendem pode ser compreendido nas teses do estudioso da geopolítica estadunidense de origem polonesa, Zbigniew Brzezinski.

O polaco-estadunidense foi assessor de Jimmy Carter no período imediatamente após a Guerra do Vietnam, quando o país sofreu a sua maior humilhação na história.

A partir da derrota, Brzezinski e outros estudiosos da geopolítica sugeriram que os Estados Unidos deveriam adotar várias estratégias novas, para manter e expandir a sua hegemonia mundial.

Entre elas, o cinturão sanitário, para conter a União Soviética, no sul da Ásia – o que levou à intervenção secreta da CIA no Afeganistão, financiando, recrutando, organizando, treinando e armando os grupos islâmicos que combateram o governo pró-Moscou; o conceito de bloqueios econômicos, inaugurado contra o Irã, e o descarte da prática tradicional de invasão e ocupação de países, como havia ocorrido no Vietnam e resultou em desastre.

As ideias do polonês incluem outras ideias, mas o que interessa agora é a mudança no conceito de submissão ou neutralização de países recalcitrantes ao alinhamento automático com as diretrizes de Washington.

A partir da tese de que invadir militarmente deveria ser evitado, porque é muito oneroso em termos de vidas de jovens estadunidenses e dinheiro, Brzezinski e outros estrategistas sugeriram duas vertentes principais que poderiam ser utilizadas em cada caso particular, em algumas situações combinadas.

A primeira é atuar para desorganizar os países insubordinados às diretrizes dos EUA.

A desorganização é feita com bloqueios econômicos, articulação de oposição interna e ataques militares limitados para afetar a economia desses países.

Podem ser incluídos nesse caso o Iraque, o Irã e a Iugoslávia – que após a queda da União Soviética avançava para ser um dos países mais poderosos da Europa e do mundo.

Esses exemplos e outros são países desorganizados, que não possuem limitada energia para contestar o poderio estadunidense. E, em alguns casos não podem resistir à exploração dos seus recursos naturais pelas empresas do difuso “ocidente” (é o caso do Iraque, Líbia e Síria, onde a construção de um oleoduto ligando os poços de petróleo iraniano ao Mar Mediterrâneo foi inviabilizada).

Em outros locais, basta a cooptação da elite endinheirada, para dobrar determinados países. É o padrão utilizado na América Latina e, também, na Europa.

Aparentemente apoiando os interesses de setores das classes altas e dirigentes de alguns países, o governo estadunidense, suas agências de inteligência e espionagem, ONGs ligadas a bilionários conservadores e os braços do sistema financeiro mundial (na verdade, do difuso “ocidente”) atuam para impor, na verdade, a geoestratégia do governo estadunidense.

O país é a potência hegemônica mundial e como todo império quer preservar o seu status planetário.

Isso é natural, qualquer potência na história demonstrou o mesmo propósito de manter ou expandir seu peso no tabuleiro geopolítico.

A União Europeia tem imenso potencial graças ao seu estágio civilizatório, o nível científico de seus países, o padrão educacional de sua população, a força da sua indústria, além de outras vantagens para avançar e ameaçar a hegemonia dos Estados Unidos.

Então, não será estranha a descoberta em algum ponto no futuro que os movimentos que buscam a dissolução da comunidade têm dedos externos.

O melhor exemplo a ser estudado é o Brexit, que nenhuma vantagem traz para o Reino Unido.

Na América Latina, há um terreno fértil, para ações de desestabilização, devido à tibieza da elite.

Os casos trágicos da Argentina, Equador e Peru são reveladores.

No Chile, foi descoberto que instituições internacionais, como o Banco Mundial, operaram, falsificando dados sobre a economia do país, para facilitar a vitória de Piñera, o candidato da extrema direita.

No Brasil, Fernando Henrique Cardoso, o presidente intelectual, se tornou conhecido nos meios acadêmicos por uma teoria, para justificar a subordinação do país aos Estados Unidos: a Teoria da Dependência.

A teoria defende que os países em desenvolvimento devem se alinhar a potências hegemônicas e assumir um papel econômico e social dentro da ordem estabelecida pelo país líder.

No caso, o Brasil deveria se concentrar na exportação de commodities minerais e do agronegócio, abrindo mão da industrialização – ou seja, retornando a uma situação semicolonial.

O bolsonarismo leva esta proposição de absoluta subserviência geopolítica aos EUA à sua máxima potência.

Mesmo concordando com esses princípios e operando para a sua viabilização, FHC manteve o lustro da democracia e da civilização, mantendo o Brasil relativamente organizado.

Bolsonaro manda às favas as aparências. Atua para manter o país desorganizado e em estado de tensão permanente.

Paulatinamente, o bolsonarismo vai destruindo uma a uma das conquistas civilizatórias do país.

Suas falas e atitudes revelam muito mais do que ignorância ou loucura: um método de destruição programado, conforme ele combinou em Washington.

O objetivo é demolir o país, para assegurar sua dependência e incapacidade de avançar.

Nesse projeto de demolição, não há espaço para coisas como desenvolvimento, industrialização, inovação, ciência.

Um país dependente não precisa disso. Basta formar a mão de obra barata, para trabalhar sem direitos básicos nas empresas, que irão saquear as riquezas naturais do Brasil e exportar comida envenenada para africanos e asiáticos.

Compreendendo o objetivo, é possível perceber o motivo pelo qual bolsonarismo quer extinguir o estudo de ciências humanas: simplesmente porque eles não querem que o Brasil seja um país.

Aliás, Bolsonaro havia anunciado com muita clareza o seu propósito nos Estados Unidos: eu não vim para construir nada, estou aqui para destruir e há muita coisa para ser destruída do Brasil”.

*Evilázio Gonzaga é jornalista, publicitário e desenvolvedor de marketing digital.

Fonte: https://iserassessoria.org.br/bolsonaro-eu-nao-vim-para-construir-nada-estou-aqui-para-destruir/

Eu já tive a maioria desses itens, e você?

 Imagem

sábado, 28 de janeiro de 2023

Justiça determina recontratação de cubanos do Mais Médicos

 

A decisão do TRF-1 dá prazo de 10 dias para que o governo apresente um plano de execução para contratação dos médicos

www.brasil247.com - (Foto: ABr | Divulgação)

247 - O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou a recontratação de 1.789 médicos cubanos integrantes do Programa Mais Médicos. O pedido foi apresentado pela Associação Nacional dos  Profissionais Médicos Formados em Instituições de Educação Superior Estrangeiras e dos Profissionais Médicos Intercambistas do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

A decisão, assinada pelo juiz federal Carlos Augusto Pires Brandão, dá prazo de 10 dias para que o governo apresente um plano de execução para contratação dos médicos.

Ainda fica estabelecido que deve ser prorrogado por um ano o contrato dos médicos contratados no 20º ciclo do programa. Os profissionais contratados nessa etapa foram excluídos do programa por decisão do governo de Cuba, após o país deixar o programa em novembro de 2018, e determinar a volta dos médicos.

O magistrado cita ainda a emergência de saúde pública no território indígena Yanomami, em Roraima. “Há um outro fato a recomendar esta urgente medida judicial. O Programa Mais Médicos para o Brasil permite implementar ações de saúde pública de combate à crise sanitária que se firmou na região do povo indígena Yanomami. Há estado de emergência de saúde pública declarado, decretado por intermédio do Ministério da Saúde”, disse o juiz.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/justica-determina-recontratacao-de-cubanos-do-mais-medicos

"O PLANO TEVE INÍCIO HÁ 30 ANOS": ALERTA IMPORTANTE DO PREMIADO ESCRITOR...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Ao vivo 27/01 | Ministro Alexandre Padilha concede coletiva de imprensa

Lula promete em reunião com governadores que bancos públicos financiarão a 'obra dos sonhos' de cada estado

 Presidente afirmou querer retomar o BNDES como banco de desenvolvimento: "ele tem que emprestar dinheiro para que governadores possam concluir obras inevitáveis para o estado"

www.brasil247.com - Alckmin, Lula e Padilha em reunião com governadores Alckmin, Lula e Padilha em reunião com governadores (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O presidente Lula (PT) realiza na manhã desta sexta-feira (27) sua primeira reunião com todos os governadores brasileiros e prometeu que haverá financiamento dos bancos públicos a obras de todos os estados. 

"Queremos ouvir quais são as coisas que vocês consideram prioritárias nos estados de vocês. Cada governador ou governadora já tem uma demanda, tem na cabeça aquilo que pretende fazer. Nós não temos o orçamento que desejávamos, foi feito pelo governo anterior. Nós começamos a governar o Brasil antes de tomar posse porque tivemos que articular uma PEC por conta de complementação do orçamento do ex-presidente, que não tinha colocado dinheiro suficiente para pagar as coisas que já tinha compromisso de pagar. Essa PEC vai nos permitir fôlego para cumprir os compromissos sociais que tínhamos assumido durante a campanha. Mas nós sabemos que tem obra que vocês também consideram prioritárias. Cada governador ou governadora tem uma obra na cabeça que é a obra dos seus sonhos, a principal para o estado, para uma região. E nós queremos compartilhar com vocês a possibilidade de repartir o sacrifício de uma obra dessa”, afirmou.

O presidente afirmou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fará aportes para as obras estaduais, e citou também o Banco do Nordeste. “Pretendo fazer com que o BNDES volte a ser um banco de desenvolvimento, e para ser um banco de desenvolvimento ele tem que ter paciência e competência de, se for necessário, emprestar dinheiro para que governadores possam concluir obras consideradas inevitáveis para o estado. É esse o papel do BNDES, foi no meu governo e voltará a ser, um banco de desenvolvimento. O dinheiro que o BNDES captar tem que ser repartido com investimentos para pequenas e médias empresas, grandes empresas, governadores e prefeitos. (...) O Banco do Nordeste há muito tempo não consegue emprestar dinheiro para governador, e nós vamos garantir que o Banco do Nordeste volte a emprestar dinheiro para governador. Se o governador estiver com as contas bem equilibradas, que possa fazer dívida. Não há porque o governo federal, através dos bancos públicos, facilitar com que esses governadores tenham acesso a recurso para fazer as obras que são consideradas importantes para cada estado”.

Lula afirmou que entende a preocupação dos governadores com a necessidade de compensação pelo corte no ICMS e prometeu que o assunto será abordado. “Sabemos que cada governador tem suas demandas locais, que os governadores querem discutir uma série de coisas que muitas vezes parece que nós não queremos discutir, mas nós temos que discutir. A questão do ICMS é uma coisa que está na cabeça de vocês desde que foi aprovada pelo Congresso Nacional e é uma coisa que vamos ter que discutir. Podemos acertar, podemos dizer que não pode ou que pode, mas a gente não vai deixar de discutir nenhum assunto com vocês”.

Por fim, o presidente garantiu que não haverá discriminação de governadores pela ideologia política que ocupam e pediu o fim da judicialização da política. "Depois que ouvir todo mundo quero encerrar essa reunião fazendo proposta de trabalho para nós. Queria que vocês tivessem em mente o seguinte: não há da parte do presidente, do vice, nenhum veto a qualquer companheiro que queira conversar. A porta estará aberta a todo governador que tiver uma demanda que precisa ser discutida com o governo federal. Iremos tentar mostrar ao Brasil que governar de forma civilizada é muito importante para que a gente possa reencontrar a paz nesse país. Precisamos garantir ao povo que a disseminação do ódio acabou, que o que aconteceu no dia 8 de janeiro não voltará a acontecer, porque não é própria da democracia aquela barbárie. Vamos recuperar a democracia, e a essencialidade da democracia é falar o que quer, desde que a gente não obstrua o direito do outro falar. A gente pode falar o que quer, desde que a gente não adentre o espaço de outras pessoas. O Brasil precisa voltar à normalidade. Vou conversar muito para que o Judiciário faça o papel do Judiciário, que o Congresso faça o papel de Congresso. É preciso parar de judicializar a política. A gente perde uma coisa no Congresso e em vez de aceitar a regra do jogo de que a maioria vence e a minoria cumpre aquilo que foi aprovado, a gente recorre a uma outra instância para ver se a gente consegue ganhar. É preciso parar com esse método, porque isso faz com que o Judiciário adentre ao Legislativo e fique legislando. E que o Poder Executivo cumpra com aquilo que tem que cumprir, que é executar o orçamento aprovado pelo Congresso e fazer com que o programa que foi definido em uma campanha política seja cumprido".

Fonte: https://www.brasil247.com/poder/lula-promete-em-reuniao-com-governadores-que-bancos-publicos-financiarao-a-obra-dos-sonhos-de-cada-estado

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Dia mundial da Educação ambiental

26 de janeiro é o Dia Mundial da Educação Ambiental, data instituída em 1975 para destacar a necessidade de ações de caráter educativo para o desenvolvimento sustentável. A degradação ambiental é, hoje, um dos maiores temores de governos e sociedade, e a educação é uma ferramenta fundamental para reverter esse quadro.
Carla

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Carla
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Ministro do Trabalho diz que levou a Lula proposta de correção do IR e que vai pra cima das empresas de aplicativos

O ministro Luiz Marinho classificou o Uber como trabalho escravo

www.brasil247.com - Lula e Luiz Marinho Lula e Luiz Marinho (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu a criação de uma política permanente de correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que caminhe junto com a valorização do salário mínimo.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Marinho confirmou que levou a pauta do reajuste da tabela ao presidente Lula na reunião que teve, na semana passada, sobre salário mínimo. “Tem de estabelecer uma política permanente, como tem com o salário mínimo”, disse. “Nós desejamos que as coisas caminhem conjuntamente. Se depender de mim, elas vão andar”, afirmou.

Na entrevista, o ministro afirmou que o trabalho informal, sem carteira assinada, serve para explorar o trabalhador e condenou o controle da inflação com arrocho salarial, restrição ao consumo e juros altos.

Marinho falou sobre a estratégia para aumentar o emprego, a reforma trabalhista e a regulamentação do trabalho pelos aplicativos. Classificou o Uber como “trabalho escravo” e disse que vai enquadrar as empresas de aplicativos que trabalham dessa forma. 

A estratégia do governo Lula para o salário mínimo é a valorização. Paralelamente a isso, o Ministério do Trabalho vai se empenhar no fomento ao trabalho formal, com carteira assinada. Marinho enfatizou que o governo Lula vai trabalhar para fortalecer a negociação coletiva, a qualidade do contrato de trabalho. E lembra: "No governo Lula, geramos 14 milhões de empregos com carteira assinada e 20 milhões nos governos Lula e Dilma".

Vamos perseguir no debate da reforma tributária para chegar no que o presidente Lula deseja, que é isentar (do Imposto de Renda) quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre impostos, o ministro do Trabalho declarou: "Eu vejo a seguinte situação: tem 1% dos bilionários que não pagam imposto ou pagam pouco. Não pagam sobre lucros e dividendos. Você vai comprar um pastel na feira e tem lá uma carga de imposto grande. E o cidadão saca R$ 50 milhões de resultado no ano e não paga nada de imposto? Especula na Bolsa e não paga nada de imposto? É uma coisa errada".

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/ministro-do-trabalho-diz-que-levou-a-lula-proposta-de-correcao-do-ir-e-que-vai-pra-cima-das-empresas-de-aplicativos

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Calote de Lemann, Telles e Sicupira atinge bancos, indústrias, big techs e editoras de livros

Bilionários provocaram dano bilionário à economia brasileira

www.brasil247.com - Carlos Alberto Sicupira, Paulo Lemann e Marcel Telles Carlos Alberto Sicupira, Paulo Lemann e Marcel Telles (Foto: Reprodução | Divulgação/Expert)

247 - A Americanas entregará à Justiça nas próximas horas a lista final de seus credores, como parte do processo de recuperação judicial. Segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, são 7.972 credores, entre pessoas físicas, jurídicas e municípios. 

Diante das dívidas declaradas à Justiça, de R$ 43 bilhões, e da lista de credores, a Americanas, controlada pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, provocará um dano também bilionário à economia brasileira.

>>> Bancos declaram guerra a Lemann, Telles e Sicupira após rombo na Americanas: "é fraude, é crime, não tem discussão"

O trio caloteiro atingirá bancos, indústrias, big techs e até editoras de livros.

Veja a lista:

Bancos:

  • BTG: R$ 3,5 bilhões
  • Deutsche Bank: R$ 5,2 bilhões
  • Bradesco: R$ 4,8 bilhões
  • Santander: R$ 3,6 bilhões
  • BV: R$ 3,2 bilhões
  • Safra: R$ 2,5 bilhões
  • Itaú: R$ 2,9 bilhões
  • Banco do Brasil: R$ 1,3 bilhão
  • Caixa: 501 milhões
  • BNDES: R$ 276 milhões

Empresas de Tecnologia:

  • Google: R$ 294 milhões
  • Apple: R$ 98 milhões
  • Facebook: R$ 14,8 milhões

Fabricantes de chocolates:

  • Nestlé: R$ 259 milhões 
  • Ferrero Rocher: R$ 14,8 milhões
  • Mondelez: R$ 93 milhões
  • Neugebauer: R$ 15 milhões
  • The Hershey: R$ 16,7 milhões

Fabricantes de televisores:

  • Samsung: R$ 1,2 bilhão
  • Semp: R$ 70 milhões
  • LG: R$ 52,8 milhões

Fabricantes de computadores:

  • Lenovo: R$ 31 milhões
  • Dell: R$ 37 milhões

Editoras de livros:

  • Companhia das Letras: R$ 7,2 milhões
  • Intrínseca: R$ 5,9 milhões

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/calote-de-lemann-telles-e-sicupira-atinge-bancos-industrias-big-techs-e-editoras-de-livros

Governadores do Nordeste sintonizam discurso com pauta de Lula de combate à fome

Líderes da região demonstram unidade no enfrentamento da miséria que retornou ao Brasil depois dos governos de Temer e Bolsonaro

www.brasil247.com - Lula  e João Azevedo, governador da Paraíba e presidente do Consórcio do Nordeste Lula e João Azevedo, governador da Paraíba e presidente do Consórcio do Nordeste (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - Os governadores do Nordeste estão sintonizados com a política de Lula de priorizar o combate à fome. 

Foi o que ficou claro na reunião do Consórcio Nordeste, realizada na semana passada. 

Os nove membros do fórum, que se encontraram em João Pessoa na preparação para a reunião que Lula fará com todos os governadores do país na próxima sexta-feira (27), saíram do local falando sobre a urgência de enfrentar o problema entre os nordestinos, informa o Painel da Folha de S.Paulo.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), se incorporou ao grupo que tem maioria de aliados do presidente Lula. Ela disse ao final da reunião que o principal desafio da região é o enfrentamento da pobreza e da fome.

Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia, afirmou ser impossível atingir um padrão de felicidade "enquanto houver um nordestino com fome", e o governador cearense Elmano de Freitas (PT) falou em agregar experiências e políticas públicas para "que o nosso povo não tenha esse sofrimento".

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/governadores-do-nordeste-sintonizam-discurso-com-pauta-de-lula-de-combate-a-fome

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Na Celac, Lula critica "excessiva dependência" de insumos do exterior e pede união das indústrias sul-americanas

"Não significa que devemos nos fechar ao mundo", explicou o presidente. "Temos de unir forças em prol de melhor infraestrutura, de mais investimentos em nossa região"

www.brasil247.com - Lula Lula (Foto: Reprodução)

247 - Sentado em local de destaque ao lado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, o presidente Lula (PT) participou nesta terça-feira (24) da VII Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). "Não preciso dizer o que significa ter o querido amigo Lula presidindo a nossa irmã pátria brasileira. A Celac sem o Brasil é uma Celac muito mais vazia. Sua presença hoje acaba de nos completar", declarou Fernández, que presidiu a cúpula.

Em seu discurso, Lula criticou a "excessiva dependência que temos de insumos fundamentais para o bem-estar de nossas sociedades", mas destacou que "isso não significa que devemos nos fechar ao mundo. Salienta apenas que essa integração será feita em melhores termos se estivermos bem integrados em nossa região. Temos de unir forças em prol de melhor infraestrutura física e digital, da criação de cadeias de valor entre nossas indústrias e de mais investimentos em pesquisa e inovação em nossa região".

"Nossa estratégia de desenvolvimento deve caminhar passo a passo com a redução da desigualdade em suas diversas dimensões, com a garantia de acesso aos direitos fundamentais no campo da educação, da saúde e do trabalho, entre tantos outros. Para crescermos de maneira sustentável não podemos seguir ostentando índices inaceitáveis de pobreza e fome, nem tampouco conviver com a desigualdade e a violência de gênero que atingem metade de nossas populações. É preciso respeitar e proteger nossos povos originários – até hoje ameaçados e negligenciados. É preciso trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens. Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima", completou em seguida.

O presidente também falou sobre a Amazônia e classificou como "muito bem-vinda" a ajuda financeira internacional para a preservação do bioma. No entanto, alertou: "são os países que fazem parte desses biomas que devem liderar, de maneira soberana, as iniciativas para cuidar da Amazônia".

Leia o discurso na íntegra:

"Querido amigo Alberto Fernández, Presidente da Argentina, presidente pro tempore da CELAC e campeão mundial de futebol, que nos recebe fraternalmente em Buenos Aires, queridas e queridos colegas chefes de Estado e de Governo dos países que integram nossa região, amigas e amigos presentes,

Quis o destino, companheiro Alberto Fernández, que minha primeira atividade fora do país neste novo mandato, fosse na Argentina, e para uma reunião de Cúpula da Comunidade dos Países Latino-americanos e Caribenhos.

No meu primeiro pronunciamento após o resultado das eleições, afirmei que o Brasil estava de volta ao mundo. Nada mais natural do que começar esse caminho de retorno pela CELAC.

Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da CELAC.

Nos meus dois primeiros mandatos, estive dedicado – ao lado de tantos que vejo hoje aqui reunidos em torno desta mesa – à tarefa de construir uma América Latina alicerçada em laços de confiança.

É com muita alegria e satisfação muito especiais que o Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito forte de solidariedade e proximidade.

Renovo, hoje, com uma dose de emoção, o espírito que nos animou em 2008, quando sediamos na Costa do Sauípe, no estado brasileiro da Bahia, a primeira reunião de Cúpula da América Latina e do Caribe, que três anos depois evoluiria para o formato desta Comunidade.

Aquela reunião teve um sentido histórico e que segue muito atual. Porque foi a primeira vez que os chefes de estado e de governo da América Latina e do Caribe nos reunimos, sem qualquer tutela estrangeira, para discutir nossos problemas e buscar soluções próprias para os desafios que compartilhamos.

Esse espírito – de solidariedade, diálogo e cooperação – em uma região do tamanho e da importância da América Latina e do Caribe, não poderia ser mais atual e necessário.

O mundo vive um momento de múltiplas crises: pandemia, mudança do clima, desastres naturais, tensões geopolíticas, pressões sobre a segurança alimentar e energética, ameaças à democracia representativa como forma de organização política e social. Tudo isso em um quadro inaceitável de aumento das desigualdades, da pobreza e da fome.

Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política.

A maior parte desses desafios, como sabemos, é de natureza global, e exige respostas coletivas. Não queremos importar para a região rivalidades e problemas particulares. Ao contrário, queremos ser parte das soluções para os desafios que são de todos.

A CELAC avançou e colaborou neste período recente para comprovarmos a importância e o potencial deste mecanismo. Tomei conhecimento, com muita satisfação, do quanto foi construído durante as presidências recentes do México e da Argentina, que coincidiram com um período internacional dos mais difíceis.

A CELAC atuou prontamente durante a pandemia da covid-19, inclusive com a constituição de um plano de fortalecimento das capacidades de produção de vacinas e medicamentos.

A CELAC não se omitiu em face dos desafios da segurança alimentar, da segurança energética e da mudança do clima.

Estou convencido de que, com sentido pragmático e com base na colaboração com organizações e agências especializadas – a exemplo da FAO, da OMS e da CEPAL, entre tantas outras –, temos muito a contribuir para cada uma dessas questões.  

Na área de energia, contamos com capacidades muito especiais para participar, de forma vantajosa, da transição energética global. Temos matrizes energéticas diversificadas e potencial de crescimento em energias renováveis e limpas.

Além disso, temos em nossos territórios alguns dos principais biomas; dispomos de recursos naturais estratégicos, como os minerais críticos; conservamos parcela significativa da biodiversidade do planeta; e somos uma potência em recursos aquíferos, chave para o futuro da humanidade.

Na COP-27, no Egito, anunciei que o Brasil convocará, em breve, uma Cúpula dos Países Amazônicos. A cooperação que vem de fora da nossa região é muito bem-vinda, mas são os países que fazem parte desses biomas que devem liderar, de maneira soberana, as iniciativas para cuidar da Amazônia. Por isso, é crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – a OTCA.

O Brasil apresentou recentemente a candidatura de Belém do Pará para sediar a COP-30, em 2025. O apoio que estamos recebendo dos países da CELAC é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima.

Senhoras e senhores,

Há uma clara contribuição a ser dada pela região para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade.

Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a ASIAN e, muito especialmente, a União Africana.

Minhas amigas e meus amigos,

As diversas crises que vivemos hoje no mundo demonstram o valor da integração. A pandemia da Covid-19 evidenciou os riscos associados à excessiva dependência que temos de insumos fundamentais para o bem-estar de nossas sociedades.

Isso não significa que devemos nos fechar ao mundo. Salienta apenas que essa integração será feita em melhores termos se estivermos bem integrados em nossa região. Temos de unir forças em prol de melhor infraestrutura física e digital, da criação de cadeias de valor entre nossas indústrias e de mais investimentos em pesquisa e inovação em nossa região.

Nossa estratégia de desenvolvimento deve caminhar passo a passo com a redução da desigualdade em suas diversas dimensões, com a garantia de acesso aos direitos fundamentais no campo da educação, da saúde e do trabalho, entre tantos outros. Para crescermos de maneira sustentável não podemos seguir ostentando índices inaceitáveis de pobreza e fome, nem tampouco conviver com a desigualdade e a violência de gênero que atingem metade de nossas populações. É preciso respeitar e proteger nossos povos originários – até hoje ameaçados e negligenciados. É preciso trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens.

Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima. Nosso passado colonial. A presença intolerável da escravidão que marcou nossas sociedades profundamente desiguais. As tentações autoritárias que até hoje desafiam nossa democracia.

Mas também a imensa riqueza cultural dos nossos povos indígenas e da diáspora africana. A diversidade de raças, origens e credos. A história compartilhada de resistência e de luta por autonomia. Tudo isso nos faz sentir parte de algo maior e alimenta nossa busca por um futuro comum de paz, justiça social e de respeito na diversidade.

Por isso, não poderia terminar sem homenagear um brasileiro extraordinário, que se dedicou a repensar nossa região quando uma comunidade latino-americana e caribenha ainda era uma miragem.

Em outubro passado, Darcy Ribeiro, homem público e um dos nossos maiores pensadores, teria completado cem anos. Tendo vivido o exílio, nos anos 60 e 70, ele foi dos primeiros a falar da nossa unidade na diversidade. Essa Pátria Grande, e a apontar a contribuição civilizatória muito particular que a nossa região tem a dar para o mundo.

O Brasil volta a olhar para seu futuro com a certeza de que estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul, na UNASUL e na CELAC. 

Ao companheiro Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadino que assume a CELAC, dedico toda a boa sorte do mundo

É com esse sentimento de destino comum e de pertencimento que o Brasil regressa à CELAC, com a sensação de quem se reencontra consigo mesmo.

Muito obrigado".

Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/na-celac-lula-critica-excessiva-dependencia-de-insumos-do-exterior-e-pede-uniao-das-industrias-sul-americanas

Lula: objetivo da moeda comum é reduzir a dependência em relação ao dólar

 "Se dependesse de mim a gente teria comércio exterior sempre na moeda dos nossos países para que não precise depender do dólar", disse o presidente

www.brasil247.com - Lula e Alberto Fernández na vérpera da cúpula da Celac Lula e Alberto Fernández na vérpera da cúpula da Celac (Foto: Ricardo Stuckert)

BUENOS AIRES (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira, em entrevista conjunta com o presidente argentino, Alberto Fernández, que os governos do Brasil e da Argentina terão um grupo de trabalho para analisar a criação de uma moeda comercial comum --ou unidade de conta comum-- a ser usada nas transações entre os dois países para reduzir a dependência do dólar.

"Que nossos ministros da Fazenda, cada um com sua equipe econômica, possam nos fazer uma proposta de comércio exterior e de transações entre os dois países que seja feita em uma moeda comum a ser construída com muito debate e muitas reuniões. Isso é o que vai acontecer", disse Lula a jornalistas após encontro com Fernández em Buenos Aires.

"Se dependesse de mim a gente teria comércio exterior sempre na moeda dos nossos países para que não precise depender do dólar", acrescentou.

As declarações de Lula acontecem num momento em que o Brasil busca caminhos para reativar o comércio bilateral com a Argentina, cuja economia está enfrentando uma série de desafios, incluindo a falta de dólares, com o governo lutando para reabastecer as reservas em moeda estrangeira enquanto também enfrenta uma taxa de inflação de quase 100% no ano passado.

A proposta de "moeda comercial" comum --sem relação com uma espécie de "euro" latino-americano--, deve, como disse o presidente brasileiro, consumir "muitos debates", mas do encontro saiu um memorando de entendimento de cooperação econômica que dá as bases tanto para o estudo em questão como para medidas mais imediatas.

Como antecipou a Reuters, as equipes econômicas trabalham num desenho de um mecanismo que aumente o financiamento de exportações brasileiras ao país vizinho apoiado por garantias internacionais dadas pela Argentina.

No texto do memorando desta segunda, aparece que os dois países "comprometem-se a implementar linhas de financiamento de importações operadas por entidades bancárias e garantidas pelos governos de ambos os países, com prazos, volumes e contragarantias, acordados caso a caso, com critérios de risco".

A intenção do governo Lula é permitir que bancos brasileiros façam empréstimos para importadores argentinos poderem comprar bens de empresas brasileiras. O Fundo Garantidor de Exportações, ligado ao Ministério da Fazenda, dá segurança aos bancos, ao mesmo tempo que o governo argentino dá ao Brasil garantias com liquidez internacional, em jurisdições como Nova York ou Londres, que resguardem o Tesouro Nacional.

O modelo, além de permitir que a Argentina consiga aumentar a importação de produtos brasileiros, é, ao mesmo tempo, um embrião da proposta do governo brasileiro para criar uma unidade comum de troca para a América do Sul.

Após a fala de Lula, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, disse em Brasília que a proposta de eventual criação de moeda comum não visa substituir as moedas nacionais.

Em entrevista à GloboNews, Galípolo afirmou que a atuação da política monetária dos Estados Unidos pode impor constrangimentos ao comércio entre os países, ao citar dificuldades da Argentina em converter sua moeda para realizar transações externas.

"A gente está tomando todos os cuidados para que esses créditos sejam sempre condicionados a colaterais e garantias, inclusive garantias reais", disse, ressaltando que a China tem ocupado o espaço perdido pelo Brasil no comércio com a Argentina ao usar mecanismos similares.

Um segundo passo seria a discussão sobre os meios de troca, disse o secretário, ressaltando que "parece fazer pouco sentido" ter o comércio da região constrangido em função da política monetária norte-americana.

A proposta deve começar a ser desenhada, como disse Lula, a partir de um grupo de trabalho, também previsto no memorando, entre os governos de Brasil e Argentina.

"Se dependesse de mim a gente teria comércio exterior sempre nas moedas dos outros países para que a gente não precise ficar dependendo do dólar. Por que não tentar criar uma moeda comum entre os dois países, com países do BRICS?", defendeu Lula.

"Eu acho que com o tempo isso vai acontecer e eu acho que é necessário que aconteça, porque muitas vezes há países que tem dificuldade de adquirir o dólar e você pode fazer acordos, estabelecer um tipo de moeda para o comércio, que os bancos centrais façam um acerto de contas para que os dois países possam continuar fazendo negócio."

O tema criou turbulência nos últimos dias depois que em um artigo assinado por Lula e pelo presidente argentino falava em discussões sobre uma moeda comum para transações comerciais e financeiras, o que foi mal interpretado como ideia para criar uma moeda corrente única.

O tema foi alimentado pelo governo argentino, que tem interesse direto no assunto --em especial em um ano eleitoral, que promete ser difícil para Alberto Fernández--, mas fontes do governo brasileiro correram para esfriar o tema e esclarecer que não existe a ideia de uma moeda corrente única para a região.

BNDES

Em sua fala ao lado de Fernández, Lula fez questão de afirmar que fará o possível para ajudar a Argentina e outros países da região, dentro das possibilidades brasileiras. Uma das medidas citadas pelo presidente responde a um pedido direto do presidente argentino, o financiamento do gasoduto que sai do campo de Vaca Muerta até Buenos Aires e, depois, até a fronteira com o Brasil.

"Eu tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto, nos fertilizantes que a Argentina tem, no conhecimento científico e tecnológico da Argentina. E se há interesse dos empresários e do governo e nós temos um Banco de Desenvolvimento para isso, nós vamos criar as condições para fazer o financiamento que a gente puder fazer para ajudar no gasoduto argentino", disse Lula.

Apesar da promessa, o presidente brasileiro deixa nas entrelinhas que o modelo de financiamento não está exatamente definido. Uma fonte ouvida pela Reuters revelou que o Brasil não deve voltar ao modelo anterior de financiar diretamente obras de infraestrutura em outros países, mas financiar a compra de bens de empresas brasileiras a serem usados nas obras.

O acesso ao gás argentino, no entanto, é de interesse direto do Brasil, que hoje depende em grande parte do gás boliviano. O campo de Vaca Muerta está entre os maiores campos gasíferos do mundo, e poderia aliviar a dependência brasileira.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/lula-objetivo-da-moeda-comum-e-reduzir-a-dependencia-em-relacao-ao-dolar

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Lula pede desculpas ao povo argentino pelas "grosserias" do "genocida" Bolsonaro

  "Um país que tem a grandeza do Brasil não tem o direito de ficar procurando inimigos. Precisamos construir amigos", declarou o presidente

www.brasil247.com - Lula e Alberto Fernández Lula e Alberto Fernández (Foto: Presidência da República)

247 - Em discurso ao lado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, nesta segunda-feira (23), o presidente Lula (PT) pediu desculpas ao povo argentino pelas "grosserias" proferidas contra ele por Jair Bolsonaro (PL), a quem se referiu como "genocida".

"Eu estou na verdade pedindo desculpas ao povo argentino por todas as grosserias que o último presidente do Brasil, que eu trato como ‘genocida’ por causa da falta de responsabilidade no cuidado com a pandemia, todas as ofensas que ele fez ao companheiro Alberto Fernández e à Argentina. Um país que tem a grandeza do Brasil, que tem a extensão territorial que tem o Brasil, que tem 16 mil km de fronteira com a nossa querida América do Sul, um país que é maior economicamente, industrialmente, não tem o direito de ficar procurando inimigos. Precisamos construir amigos, parceiros, e por isso quero afirmar: Alberto Fernández, meu amigo e presidente da Argentina, o Brasil está outra vez de braços abertos para acolher os companheiros argentinos no negócio, na cultura, no futebol e na manutenção na relação de amizade que nós temos há tantos anos", declarou.

Lula afirmou esperar que ao final de seu mandato, em 2026, a Argentina seja a maior parceira do Brasil na América do Sul e América Latina. "Quando terminar meu mandato, a relação com a Argentina será a melhor relação entre todos os países da América do Sul e da América Latina. Não que eu tenha preferência só pela Argentina, é porque a Argentina é um país grande, já foi a 5ª economia do mundo, tem conhecimento científico e tecnológico, é um país que tem uma quantidade de universidades de primeira linha extraordinária - aliás, quero agradecer às universidades argentinas, porque só nesse país acho que recebi 11 títulos de doutor honoris causa, oito de uma única vez. É por essa grandeza da argentina, por essa importância política e econômica, que eu posso afirmar: hoje é o começo de uma nova história. Estejam certos que a Argentina será tratada com o carinho e o respeito que ela sempre mereceu, que nem o futebol será motivo de nos dividir, porque os interesses econômicos dos nossos torcedores são maiores que os dirigentes dos nossos países”.

Lula também falou na necessidade de estreitar relações com o país vizinho nas áreas comerciais, científicas, tecnológicas e culturais. "Os nossos empresários já compreendem e precisam compreender cada vez mais o peso e o que a Argentina significa para nós. Os empresários argentinos precisam compreender o que significa o Brasil para uma boa relação Brasil-Argentina. As nossas universidades precisam estar mais próximas, porque uma boa relação é apenas comercial, é também a relação científica e tecnológica, é também a relação cultural e, sobretudo, a relação política. Portanto, quero dizer para vocês, com muito orgulho, que estou de volta para fazer bons acordos com a Argentina, para compartilhar a construção daquilo que falta ser construído, para ajudar com que a Argentina e o Brasil possam crescer economicamente, que o nosso povo possa voltar a ter condições de ter moradia, para garantir que o nosso povo possa comer pelo menos três vezes ao dia, para garantir que o nosso povo possa voltar a estudar, trabalhar e ter acesso à cultura".

Fonte:  https://www.brasil247.com/americalatina/lula-pede-desculpas-ao-povo-argentino-pelas-grosserias-do-genocida-bolsonaro

Marcia Carmo explica a nova aliança entre Brasil e Argentina

domingo, 22 de janeiro de 2023

Lula atuou com firmeza diante de 'insubordinação inadmissível' de ex-comandante do Exército, diz Gleisi

 

"O presidente Lula atuou mais uma vez com firmeza para garantir a CF e as prerrogativas de comandante das Forças Armadas", afirmou a presidente nacional do PT

www.brasil247.com - Gleisi Hoffmann e Luiz Inácio Lula da Silva Gleisi Hoffmann e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

247 - A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, elogiou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que exonerou o general Julio Cesar Arruda do cargo de comandante do Exército, nomeando o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

Gleisi disse que o general Julio Cesar agiu com "insubordinação inadmissível", em relação ao general ter se recusado determinação de Lula para exonerar o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, de um posto de comando sensível em Goiânia.

"O presidente Lula atuou mais uma vez com firmeza para garantir a CF e as prerrogativas de comandante das Forças Armadas. O comportamento do ex-comandante do Exército caracterizou insubordinação inadmissível perante ameaças à democracia e de partidarização da Força", afirmou Gleisi Hoffmann.

"A democracia rejeita qualquer tutela sobre os poderes civis que emanam do voto popular. Crise haveria se o presidente Lula não tivesse atuado em defesa da Constituição", acrescentou.

Leia também matéria da agência Reuters sobre oassunto:

(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou neste sábado o atual comandante do Exército, o general Júlio César de Arruda, e indicou para o cargo o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que hoje é comandante militar do Sudeste.

O anúncio oficial da troca foi feito à noite no Palácio do Planalto pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que falou em "fratura no nível de confiança" na relação com o comando do Exército após os episódios dos acampamentos e do dia 8 de janeiro.

"Nós achávamos que nós precisávamos estancar isso logo de início, até para que nós pudéssemos superar esse episódio", disse Múcio aos jornalistas, tendo ao lado o general Paiva, que não deu declarações.

"Por isso conversamos hoje com o general que estava no comando, logo cedo, o general Arruda, a quem eu faço as minhas melhores referências, e queria apresentar aqui aos senhores o seu substituto, o general Tomás, que a partir de hoje é o novo comandante das Forças Armadas, do Exército brasileiro", acrescentou o ministro.

Múcio falou após reunião com Lula, que chegou a Brasília vindo de Boa Vista no final da tarde, após a notícia da exoneração de Arruda já ter vindo à tona com informações não oficiais, e foi ao Planalto.

A troca de comando no Exército, noticiada mais cedo pela Reuters com base em informações de fontes, ocorre em meio a uma crise militar no governo após os ataques de bolsonaristas radicais aos Três Poderes em 8 de janeiro. Dias depois dos ataques, que teve a participação de manifestantes pró-golpe militar que faziam acampamentos em frente ao QG do Exército em Brasília, Lula demonstrou ter desconfiança na cúpula militar e acusou "gente das Forças Armadas" de ter sido conivente com a depredação em Brasília.

Na sexta-feira, o presidente se reuniu com Arruda e os comandantes da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e da Força Aérea, Marcelo Kanitz Damasceno, em Brasília.

Após o encontro, Múcio disse a jornalistas que as ações de 8 de janeiro não foram o tema principal da reunião, mas frisou que haveria punição se comprovada a participação de militares nos atos violentos. "Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas, mas se algum elemento teve envolvimento pessoal, vai ser apurado", afirmou.

Arruda foi indicado pelo ministro Múcio ainda antes da posse de Lula, no início de dezembro, respeitando critério de antiguidade no Exército --ele é o mais antigo general quatro estrelas da ativa. Em entrevista à imprensa na ocasião, Lula disse que as Forças Armadas têm uma missão nobre e destacou ter tido uma relação "extraordinária" com os militares na primeira vez que governou o país.

Arruda assumiu o cargo de forma interina ainda no governo Jair Bolsonaro, a dois dias da posse de Lula.

Uma das fontes afirmou à Reuters que pode ter pesado para a demissão de Arruda uma possível resistência do general à reversão da nomeação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, para o Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.

Na sexta-feira, quando veio à tona no portal Metrópoles a informação sobre a nomeação, o tema causara tensão entre o ministro da Defesa e o comandante, disse a fonte.

Múcio não fez referência ao caso do ajudante de ordens na breve fala à imprensa.

"Evidentemente, depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos, a questão do dia 8 de janeiro, as relações, principalmente do comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança", disse o ministro.

O general Paiva, que agora substituirá Arruda no comando do Exército, fez na sexta-feira um discurso contundente em defesa do respeito ao resultado das eleições.

Falando em cerimônia que homenageou militares mortos no Haiti, Paiva disse que o Brasil vive atualmente um "terremoto político", tendo como pano de fundo a desinformação, e afirmou que é papel das Forças Armadas defender a democracia.

"Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna", discursou Paiva. "Esse é o papel de quem é instituição de Estado."

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/lula-atuou-com-firmeza-diante-de-insubordinacao-inadmissivel-de-ex-comandante-do-exercito-diz-gleisi

Dino determina inquérito para apurar genocídio em território Yanomami

 

Crimes ambientais também serão alvo da investigação

www.brasil247.com - Índios yanomami em Roraima Índios yanomami em Roraima (Foto: Condisi-YY/Divulgação)

Agência Brasil – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, vai determinar abertura de inquérito policial para apurar o crime de genocídio e crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Dino integrou a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve hoje (21) em Boa Vista e viu de perto a crise sanitária que atinge os indígenas, vítimas de desnutrição e outras doenças.

A partir de segunda-feira (23), a Polícia Federal estará à frente das investigações para apurar as responsabilidades pela situação dos indígenas. Para Dino, “há fortes indícios de crime de genocídio” diante dos “sofrimentos criminosos impostos aos yanomami”.

A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros. A contaminação da terra e da água pelo mercúrio utilizado no garimpo impacta na disponibilidade de alimento nas comunidades.

A situação de contaminação e fome já levou à morte 570 crianças nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano. Além disso, em 2022 foram confirmados 11.530 casos de malária na região do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. As faixas etárias mais afetadas estão entre os maiores de 50 anos, seguidas pelas faixas de 18 a 49 anos e de 5 a 11 anos.

Em entrevista à imprensa, Lula se comprometeu a combater as ilegalidades nas terras indígenas e criticou o governo anterior pela desatenção aos povos da região.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara também cobrou responsabilização. "Nós viemos aqui nessa comitiva para constatar essa situação e também tomar todas as medidas cabíveis para a gente resolver esse problema. Precisamos responsabilizar a gestão anterior por ter permitido que essa situação se agravasse ao ponto de chegar aqui e a gente encontrar adultos com peso de criança e crianças numa situação de pele e osso", disse em entrevista à imprensa.

Além de Dino e Guajajara, integraram a comitiva os ministros da Saúde, Nisia Trindade; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida; Secretaria-Geral da Presidência, Marcio Macêdo; e do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, além da primeira-dama Janja Silva, entre outras autoridades.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/dino-determina-inquerito-para-apurar-genocidio-em-territorio-yanomami

Chefe do Exército demitido por Lula se recusou a exonerar coronel Cid, que operou o caixa paralelo do clã Bolsonaro

 Lula teria decidido demitir comandante do Exército após ele se recusar a exonerar o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro de posto em Goiânia, segundo o jornalista Igor Gadelha

www.brasil247.com - General Júlio César de Arruda, Jair Bolsonaro e coronel Mauro Cesar Barbosa Cid General Júlio César de Arruda, Jair Bolsonaro e coronel Mauro Cesar Barbosa Cid (Foto: Divulgação/Exército | Alan Santos/PR)

 247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu demitir o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, depois que o militar se recusou em exonerar o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, de um posto de comando sensível em Goiânia. A informação é do colunista Igor Gadêlha, do Metrópoles

O coronel Cid está no epicentro de um novo escândalo de corrupção do governo de Jair Bolsonaro. A mando do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) investiga a participação do militar em um suposto esquema de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto. Além de bancar gastos da ex-família presidencial, o esquema pode ter sido usado para financiar os atos de terrorismo em Brasília do dia 8 de janeiro.

>>> Gleisi diz que caixa 2 de Bolsonaro é 'gravíssimo': "antes era Queiroz, agora o laranja é Cid"

Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre o assunto:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu, neste sábado (21), o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda. Ele foi empossado interinamente no cargo em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro, em um acerto com a equipe de transição para que a troca do comando ocorresse antes da posse do novo governo. No lugar de Arruda à frente da corporação assumirá o também general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

Paiva foi destaque de noticiários durante a semana depois de, na quarta-feira (18), ter feito declarações incisivas contra os atos de terrorismo contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Em sua fala, ele cobrava respeito ao resultado das eleições de outubro. “Democracia pressupõe liberdade, garantias individuais […] e alternância do poder”, disse o então comandante militar do Sudeste.

Sentido democracia

Ele falava durante cerimônia, em São Paulo, em homenagem aos militares brasileiros mortos no Haiti. Em seu discurso, Paiva conclamou o Exército a respeitar o resultado da eleição que levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. “( Democracia)também é o regime do povo (…) É o voto. E quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste”, afirmou.

O agora nomeado novo comandante do Exército também disse que o Brasil passa “por um terremoto político”, estimulado por “ambiente virtual que não tem freio e de que todos nós, hoje, somos escravos”. E repudiou a adesão de militares de qualquer corrente política. “Ser militar é ser profissional, respeitar a hierarquia e a disciplina. É ser coeso, íntegro, ter espírito de corpo e defender a pátria. É ser uma instituição de Estado, apolítica e apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”, completou.

Tomás Paiva foi chefe de gabinete do general Eduardo Villas Bôas, que comandou o Exército durante o governo de Dilma Rousseff e no governo Temer.

Página virando

Um dia antes de ser demitido do comando do Exército, Júlio César Arruda participou nesta sexta-feira (20) de uma reunião, no Palácio do Planalto, com Lula, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

Foi a primeira reunião do presidente com os comandantes das Forças Armadas depois de Lula defender punição para militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Após o encontro, José Múcio Monteiro falou em “virar a página” dos atos golpistas. O ministro da Defesa disse também não ver envolvimento “direto” das Forças Armadas nos ataques em Brasília, e que os comandantes concordavam com a tomada de providências contra os militares eventualmente envolvidos nos atos.

Em entrevista à GloboNews, na última quarta-feira (18), Lula disse que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falharam e não o alertaram da possibilidade de ataques golpistas. Além da crítica, Lula disse na entrevista que era necessário “não politizar” as instituições militares.

Fonte: https://www.brasil247.com/poder/chefe-do-exercito-demitido-por-lula-se-recusou-a-exonerar-coronel-cid-que-operou-o-caixa-paralelo-do-cla-bolsonaro

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

O ministro Flávio Dino merece o apoio do povo pacífico de nosso país

 

Polícia Federal segue investigando os crimes contra a nossa Pátria perpetrados por golpistas e seus aliados. O trabalho técnico é contínuo e de acordo com a lei. Medidas cautelares e coercitivas obedecem às ordens do Poder Judiciário. A democracia venceu e vencerá.
 
Grifo meu: Eu fico imaginando que vai ser necessário construir novos presídios para caber todos os bolsonaristas envolvidos em atos violentos

Primeira molécula de Hidrogênio Verde produzida no Brasil é lançada no Ceará

 

Iniciativa tem papel importante na transição energética e contribuirá para uma economia de baixo carbono do país
 

Um passo histórico para a geração de energia limpa no Brasil. O governador Elmano de Freitas participou, na tarde desta quinta-feira (19), do lançamento da primeira molécula de Hidrogênio Verde (H2V) produzida no Ceará e no país. Essa é a primeira etapa estratégica do desenvolvimento do projeto piloto de H2V no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém), em São Gonçalo do Amarante, que tem à frente a EDP Brasil e parceiras estratégicas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também esteve presente na solenidade, ao lado do CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, e do embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, entre outras autoridades.

“Estamos diante de um dia histórico para o Ceará. Temos de agradecer ao nosso governo anterior e à EDP Brasil por investir no Ceará, agora com nosso ministro de Minas e Energia aqui presente, demonstrando que estaremos de mãos dadas com o setor privado para desenvolver a possiblidade de termos uma grande indústria de hidrogênio verde para o Brasil e para o mundo”, pontuou o governador Elmano de Freitas. “Temos um estado forte, com um povo forte, um povo produzindo”, completou.

O desenvolvimento da planta de H2V é um importante marco para a geração de energia limpa no País. Em sua primeira viagem como ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, destacou que esta área é uma das fortes apostas do novo Governo Federal. “A agenda de transição energética terá absoluta prioridade, pela importância dessa agenda para o desenvolvimento social, econômico e industrial do nosso país. Além de fazer parte nossa contribuição internacional da redução das emissões de gases de efeito estufa nos âmbitos do Acordo de Paris”, afirmou o ministro.

Com investimento de R$ 42 milhões, a unidade instalada no Complexo do Pecém é a primeira do Ceará, da América Latina e a primeira do Grupo EDP.


Produção de Hidrogênio Verde

Considerado um combustível universal, o hidrogênio, em sua versão verde, pode ser obtido ao se utilizar energia renovável, como é o caso da energia eólica, da energia solar/fotovoltaica e do processo de separação da molécula de hidrogênio da molécula de oxigênio existente na água. Todas fontes abundantes no Ceará.
“Elegemos o Complexo do Pecém para abrigar nossa primeira planta de hidrogênio verde no Brasil porque reconhecemos que o Ceará reúne características estratégicas para protagonizar o processo de introdução do hidrogênio verde no País, seja por seu excepcional potencial solar e eólico – fundamental para a produção do gás –, seja por sua localização e excelente oferta de infraestrutura para o escoamento desse produto ao mercado internacional”, pontuou o João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil.

A planta de Hidrogênio Verde (Pecém H2V) da EDP é um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento da UTE Pecém. Contempla uma usina solar com capacidade de 3 MW e um módulo eletrolisador de última geração para produção do combustível com garantia de origem renovável, com capacidade de produzir 250 Nm3/h do gás.


Futuro

Além do projeto piloto da EDP Brasil, o Ceará vislumbra novos empreendimentos no setor. Até o momento, o Governo do Ceará, que é acionista majoritário do Complexo do Pecém, já assinou 24 Memorandos de Entendimento (MoU) para a implantação de projetos de Hidrogênio Verde, principalmente na área da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará.

A produção da EDP Brasil é um piloto do que pode ser executado pelas 24 empresas que já firmaram memorando. Três desses memorandos já evoluíram para pré-contratos. O primeiro deles foi assinado com a multinacional australiana Fortescue Metals Group em junho de 2022.
Com isso, Estado e Fortescue, líder global na indústria de minério de ferro, vão atuar em cooperação para viabilizar a implantação da primeira usina de H2V no Pecém. Também foi assinado um pré-contrato com a AES Brasil, multinacional geradora de energia 100% renovável, que visa instalar uma planta de produção e comercialização do Hidrogênio Verde e derivados na ZPE Ceará. Por fim, foi assinado um pré-contrato com as empresas Casa dos Ventos e Comerc Eficiência para a instalação de unidade fabril de produção de hidrogênio e amônia verde com sua primeira fase prevista para iniciar operação em 2026.

Impacto na vida dos cearenses

Além a importância histórica do momento, onde o Ceará é a casa da primeira molécula de Hidrogênio Verde da América Latina, o governador Elmano de Freitas enfatizou que cada investimento foi feito pensando em melhores oportunidades para o povo cearense.

“O que aconteceu aqui pode nos dar a oportunidade histórica de elevação de renda para o nosso povo, de dar oportunidade de emprego para o nosso povo”, ressaltou o chefe do Executivo Cearense. “Não é só aumentar o PIB do Ceará, é mudar de vez a vida de milhares e milhares de cearenses por meio da produção de energia. Nós podemos ter grandes plataformas de energia solar, mas também poderemos ter pequenas e isso significa tirar nosso povo da extrema pobreza, e fazê-los terem renda”, finalizou.
Fonte:  http://www.macariobatista.com/