© AFP 2023 / Evaristo Sá
Atualmente, medidas relacionadas ao gás natural no Brasil foram desengavetadas com apoio do Palácio do Planalto, entre elas o brasduto, rede de gasodutos que passaria por capitais e áreas do interior do Brasil, estimada em R$ 100 bilhões.
Um dos fortes motivos, de acordo com a Folha de São Paulo, seria a proximidade do ministro da Casa Civil, Rui Costa, com o empresário Carlos Suarez, chamado por executivos do setor como “o homem do gás“.
Suarez é o S da OAS, construtora que ajudou a fundar em Salvador, nos anos de 1970, mas da qual depois se desligou. Agora, o empresário é dono da Termogás, que controla distribuidoras de gás encanado em regiões ainda não atendidas por gasodutos.
O brasduto, mencionado anteriormente, é tratado como pilar para o novo programa do governo anunciado nos 100 primeiros dias: o “Gás para Empregar“. Em linhas gerais, o projeto propõe usar o gás para promover a reindustrialização do Brasil.
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O projeto foi lançado na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), atipicamente prestigiada pelo presidente Lula, segundo a mídia, além do vice Geraldo Alckmin e de cinco ministros, incluindo Costa. O gás foi tratado como prioridade, apesar de ser fóssil e questionado por ambientalistas, e de o governo dizer que prioriza a transição energética verde.
Para analistas do setor, um grande sinal de apoio ao gás e a Suarez, foi Costa insistir na indicação de Efrain da Cruz para secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, que, segundo o jornal, é ligado ao Centrão e associado à defesa de projetos do empresário —como as térmicas previstas na Lei da Eletrobras. Além disso, o ministro tem ajudado a agilizar projetos e indicações para acelerar o uso do gás no país.
Até especialistas em energia respeitados no PT tentaram evitar que Efrain fosse efetivado por causa do histórico como diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica. A Casa Civil, porém, insistiu no nome. Efrain é um defensor do gás associado a Suarez. Sua indicação foi mal recebida até no mercado financeiro, segundo a mídia.
O CEO da Termogás, José Garcez, conversou com a Folha de São Paulo e negou qualquer participação dos sócios e dirigentes da empresa na indicação de Efrain para o MME e disse que o empresário “não indica ninguém, as escolhas são do governo”.
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As relações entre Suarez e Costa passam por interesses do empresário em assuntos sob a responsabilidade do governo estadual, principalmente os relacionados ao setor imobiliário na Bahia, estado onde Rui Costa foi vereador, secretário, deputado e governador.
Em outubro de 2018, pouco depois de Costa se reeleger governador, a administração local renovou, com dispensa de licitação, um contrato de locação com a Patrimonial Beaufort, empresa que tem a esposa de Suarez como sócia.
A mídia afirma que procurou o ministro, mas ele não quis se manifestar, e que Suarez também não atendeu a reportagem.
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