De acordo com o calendário oficial, Fortaleza deve completar 287 anos no dia 13 de abril deste ano. A data parece esquecer 123 anos da história que a antecede e agrava a condição obscurecida em que a Barra do Ceará se encontra. Lá, está localizado o Marco Zero da Cidade, que completará 410 anos em 2014 e é reconhecido pelo Poder Público, pela literatura histórica e por documentos científicos, mas ignorado oficialmente e envolto em estigmas.
Para a pesquisadora e historiadora da Universidade Federal do Ceará, Adelaide Gonçalves, o problema da erosão da memória na Cidade decorre das elites econômicas, que vivem da especulação imobiliária. “Não é o povo que derruba as casas para construir prédios altíssimos e impérios do consumo. Fortaleza não é um ente, não podemos dizer que a Cidade não tem memória. Precisamos identificar quem, historicamente, tem desprezo pela história e pela memória local”, garante.
A ideia também é defendida pelo historiador Adauto Leitão, que está à frente do Movimento Marco Zero de Fortaleza, que busca resgatar e marcar a importância do patrimônio histórico que a Barra do Ceará representa.
“O esquecimento da Barra não é um posicionamento histórico, existe a questão do interesse público e privado. É a base da formação cidadã que dá sentido ao ‘pertencer à Cidade’. Daí vem a exigência da população por melhorias no lugar que lhe pertence”, defende.
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