Estas barriras vermelhas e cheias de falésias, na Praia do Preá, também tinha algumas grutas onde os preás (uma espécie de coelho, porém menor) escondiam-se, e quem quisesse pegar algum teria que fazer eles saírem das tocas. Foi o que fez o senhor Francisco Salustiano (já falecido), mais conhecido como Chiquinho, que era casado com minha Prima Raimunda, filha de meu tio Leôncio Brandão. Chiquinho queria proporcionar uma boa refeição de carne à família. Arranjou uma vara e cutucou várias grutas para ver se os preás saiam. Numa delas a vara tocou num animal que reagiu ao toque da vara e saiu da toca. Para a surpresa de Chiquinho, não se tratava de um preá e sim de uma cobra e das grandes. Chiquinho afastou-se imediatamente do local e desistiu de cutucar outas grutas, indo embora em seguida. Após andar alguns minutos ele olhou para trás e teve outra surpresa, a grande serpente vinha seguindo-o por cima dos seus rastros. Como a vara que usara antes era muito fina, ele resolveu não enfrentar a cobra com ela. Chiquinho caminhou até uma pesqueira (casa que era usada pelos pescadores para guardar os equipamentos de pesca), onde encontrou um pau mais grosso e voltou para enfrentar a cobra. Não andou muito, pois a mesma ainda vinha no seu encalço. Segundo ele me contou, a briga com a cobra foi séria, quando ele batia, parecia que a cobra inchava e aumentava a ferocidade. Só depois de muitas pauladas é que a danada esmoreceu e ele conseguiu matar a bicha. Chiquinho falou que a luta o deixou bastante cansado e prometeu a si mesmo que não mais iria cutucar as grutas das barreiras.
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