Levantamento aponta que 70% do aumento da pobreza entre 2012 e 2021 está ligado a uma piora na distribuição de renda no Brasil
(Foto: Oswaldo Forte/Agência Belém)
247 - Um estudo elaborado pelos pesquisadores Pedro Ferreira de Souza, Rafael Osório e Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que o aumento da desigualdade jogou cerca de 4,2 milhões de brasileiros na pobreza. De acordo com o jornal O Globo, o levantamento aponta que 70% do aumento da pobreza entre 2012 e 2021 está ligado a uma piora na distribuição de renda no Brasil.
“A parcela da população com renda per capita de até R$ 292 mensais subiu de 12,8% em 2012 para 15,7%, o maior nível da série histórica. São cerca de 33 milhões na pobreza”, destaca a reportagem. Em 2021, o crescimento da pobreza registrou a maior alta em 30 anos.
“Essa alta é totalmente explicada pelo auxílio emergencial ter sido bem menor (no ano passado em relação a 2020, no auge da pandemia) e a recuperação econômica bem mais lenta, com mercado de trabalho ruim”, disse Souza. “Esperávamos que voltasse a 2019, perto de 13%, mas está quase em 16%”, ressaltou o pesquisador.
Ainda segundo ele, “o país está na contramão do que vinha antes de 2014. Desde a recessão de 2015 e 2016, o aumento da desigualdade tem sido um efeito muito constante. O crescimento até varia, mas, nesse período, a maior parte do aumento da pobreza veio do empobrecimento dos mais pobres. Isso traz preocupação diante do novo normal do mercado de trabalho, muito difícil para os mais vulneráveis”.
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