quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Investimentos em educação deram salto histórico nos governos do PT


Diferentemente do que promove o desgoverno atual, os governos petistas fizeram altos investimentos e melhorias do ensino básico ao superior

16/05/2019 19h19 - atualizado em 18/11/2019 16h45

Ricardo Stuckert

Lula visita o campus de Teófilo Otoni da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais

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O legado que o PT deixou para a educação brasileira é incontestável. Ao contrário do que faz o desgoverno de Bolsonaro promovendo cortes por todos os lados, os governos petistas deram atenção e direcionaram recursos fundamentais para a pasta. Por isso, é possível verificar um salto de investimentos na área da educação entre 2003 e 2015.

De acordo com reportagem da A Pública, os investimentos dobraram entre 2008 e 2013: “Em termos reais, houve aumento em todos os 12 anos subsequentes, culminando com um investimento de R$ 127,9 bilhões em 2015 (ou R$ 137,2 bilhões, em termos reais). Deste crescimento, destaca-se o aumento entre 2008 e 2013, quando os valores praticamente dobraram, saltando de R$ 66,7 bilhões para R$ 126,7 bilhões, já com a correção inflacionária.”

A proporção dos valores destinados à educação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) também aumentou com o PT no governo federal. Entre o intervalo de 2006 a 2013, o número aumentou de 4,9% para 6,2% segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicados pela A Pública.

Investimentos concretos do PT na educação

Durante o governo de Lula, que contou com Fernando Haddad como Ministro da Educação a partir de 2005, os investimentos em educação foram do ensino básico ao ensino superior, passando ainda pelos institutos federais, bolsas e programas que permitiram que famílias tivessem, pela primeira vez, um parente no curso superior.

Confira como o PT revolucionou a educação:

ProUni
Haddad assumiu o MEC em 2005 e foi responsável pela implementação do Prouni (Programa Universidade para Todos), programa que concede bolsas de estudos a alunos de baixa renda ou vindos do sistema público em instituições privadas de ensino. De 2005 até 2014, o número estimado de beneficiados é de 1,5 milhão de estudantes.

Ideb
Em 2007, Haddad criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para avaliar a qualidade do ensino nas escolas públicas e, a partir disso, desenvolver ações para superar os principais desafios encontrados.

Universidades e institutos federais
As universidades públicas e institutos federais, antes centralizados nas capitais dos estados, foram levados também para o interior do país. Foram criadas 18 novas universidades federais e 173 campus universitários, praticamente duplicando o número de alunos entre 2003 a 2014: de 505 mil para 932 mil.

Os institutos federais também tiveram uma grande expansão durante os governos do PT: foram implantados mais de 360 unidades por todo o país.

Capes
No governo do PT, as bolsas de pós-graduação da Capes recebiam grandes investimentos. De 2003 a 2012, por exemplo, o aumento de bolsas de mestrado foi de aproximadamente 30 mil. Já de doutorado, mais de 15 mil bolsas foram concedidas no período.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da A Pública

Fonte: https://pt.org.br/investimentos-em-educacao-deram-salto-historico-nos-governos-do-pt/

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

A Letra Dessa Música Fala a Triste Realidade que Vivemos Hoje!!! Preste ...

sábado, 25 de dezembro de 2021

Como presente de natal para meus leitores eu doarei o tempo que dedico a escolher, produzir e divulgar a boa informação

por Jacinto Pereira de Souza

Quero abraçar a todos que me acompanham nas redes sociais e também aos leitores das postagens que divulgo nos meus blogs e sites. Meu trabalho de selecionar matérias já divulgadas em outros mecanismos de mídia e algumas que escrevo, é uma forma de fazer chegar até você as boas informações que encontro. Faço isso com muito prazer e sem ajuda financeira de ninguém até agora. Enquanto eu puder estarei fazendo isso como uma forma de disseminar conhecimentos que ajudarão a melhorar o mundo em que vivemos.

Segue alguns dos endereços da internet pelos quais eu levo até você todos os dias, as informações que considero importante que sejam socializadas:

 http://www.jacintopereira.com/

http://blogdafolha.blogspot.com/

http://programaradiodebate.blogspot.com/

http://cavalobravo.blogspot.com/

http://cspu.blogspot.com/

https://jacintomistico.blogspot.com/

Obrigado, que o futuro seja sempre melhor que o passado para todos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Em mais de sete anos de pesquisa ufológica, não encontrei argumentos que me fizessem mudar de opinião

por Jacinto Pereira

Jacinto Pereira de Souza
Sou Ufólogo, gosto muito das estrelas. Acredito que existem civilizações em muitas delas. Talvez hajam civilizações mais avançadas cientificamente do que em nosso planeta, até porquê se não fosse assim, não vinham aqui. Minhas pesquisas me levam a acreditar que muitas civilizações já nos visitaram no passado e nos observam até hoje. Não cabe mais em nós, a ideia de que só a Terra é habitada. Acredite, Existem mais páginas na internet falando de Óvnis, Ufos e ET, do que falando em Jesus Cristo. Sou uma pessoa que não acredita em Extraterrestres, Eu tenho certeza que eles existem.

Isto foi publicado por mim em 10 de fevereiro de 2015 no face book, mas foi escrito a bem mais tempo e eu continuo pensando assim

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Estou triste com as contradições do governo brasileiro

por Jacinto pereira

O governo federal e seus apoiadores adoram falar que querem a ordem, o progresso e o Brasil acima de todos.

Na prática, muitas decisões tomadas pelo Governo Federal, criaram muitas polêmicas, confusões e até desordem social. Como exemplo eu citaria as tais reformas sociais, que na prática só favorecem aos ricos e correntistas, para  eles tudo é dado e para os mais pobres e trabalhadores, praticamente nada. Outra confusão foi a forma como esse governo se portou durante a pandemia. Fez isso com tentativas de dificultar a vacinação no tempo certo para o controle da disseminação do vírus nas camadas mais vulneráveis da sociedade. Outra coisa foi criar e sempre defender a fragilização da Saúde Pública em favor das iniciativas privadas nessa área.

Não sei como um governo que enfatiza tanto o valor da Ordem, mas age de forma contrária à  ordem democrática, ameaçando com ditadura e eliminação dos outros poderes da Democracia Brasileira.

Na questão do progresso, as decisões econômicas, só aumentaram o desemprego, a inflação, os juros e a insegurança para os trabalhadores, trazendo o problema da fome para o cotidiano das trabalhadoras e trabalhadores pais de famílias. Esse é um governo que quer progresso mais é inimigo de quem é progressista.

Quando falam em um Brasil acima de todos, não dá para entender como esse pessoal do governo entende essa frase, pois fazem tudo para entregar aos capitalistas estrangeiros e a alguns nacionais, as nossas estatais, nossas tecnologias e as nossas reservas de riquezas naturais e se tornando cada vez mais submisso e sem nenhuma contra partida em favor de nossa gente. Graças a isso estamos sofrendo com os custos dos combustíveis e da energia, que o governo abdicou da posse e do controle desses bens que eram do Povo Brasileiro. Essas atitudes foram tão desastrosas e deixaram o país numa situação tão ruim, que a imagem do Brasil lá fora é de um país que não se pode levar a sério o que diz ou deixa de dizer. É lamentável a situação de um país que já foi tão respeitado, onde a geopolítica queria ouvir o que o Brasil tinha a dizer sobre tudo que acontecia no mundo e hoje ter um governo que não pode ser acreditado em função de tantas mentiras pronunciadas por gente desse governo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Brasil vive o maior êxodo de sua história

Avião voa diante do sol

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Crise econômica, instabilidade política e violência são principais motivos para deixar o BrasilFoto: Steve Parsons/PA Wire/empics/picture alliance

MigraçãoBrasil

Edison Veiga

Número de brasileiros no exterior saltou de 1,9 milhão em 2012 para 4,2 milhões hoje. E o fenômeno tende a prosseguir: em 2018, 70 milhões afirmaram que deixariam o país se pudessem.

https://www.dw.com/pt-br/brasil-vive-o-maior-%C3%AAxodo-de-sua-hist%C3%B3ria/a-59698193?fbclid=IwAR1Ew49LwPBNriXrVk2TYOejUvJc1ds9UoTqeu2WmA3P1sDQS_yJpWEPgx0

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Uma conjunção histórica de fatores tem feito com que muitos brasileiros achem mais verde a grama do vizinho. Em um fenômeno sem precedentes na história do país, este início de século registra o maior movimento de migração de cidadãos brasileiros rumo a outros países pelo mundo.

Segundo um levantamento do Ministério das Relações Exteriores, o número de brasileiros vivendo no exterior saltou de 1.898.762 em 2012 para 4.215.800 hoje — os últimos dados foram consolidados a partir de informações coletadas pelos consulados em 2020. No período, portanto, o aumento foi de 122%. E, pela quantidade atual de expatriados, pode-se dizer que cerca de 2% dos brasileiros moram hoje em um país estrangeiro.

"Esse movimento de saída de brasileiros nos últimos anos é inédito e, de fato, representa a maior diáspora da história brasileira", analisa Pedro Brites, professor na Fundação Getúlio Vargas.

Se o Brasil foi construído, desde a colonização portuguesa, por levas e levas de imigrantes — de várias partes do mundo, em ondas sucessivas — o atual momento indica uma virada de maré, como se o país que sempre recebeu agora tivesse se tornado um "exportador de gente". "O Brasil passou a ser um lugar de onde as pessoas saem. Isso significa que a sociedade de afluência que aqui se formou está extinta", comenta o sociólogo Rogério Baptistini Mendes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

"Agora o horizonte é sombrio, com a experiência do desemprego estrutural contemporâneo, associado aos males herdados: a desigualdade e a exclusão do passado", completa o sociólogo.

Vontade de sair

E o fenômeno tende a prosseguir. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em 2018 indicou que, se pudessem, 70 milhões de brasileiros maiores de 16 anos se mudariam para o exterior. No recorte por qualificação, essa era uma vontade de 56% dos adultos com curso superior.

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De acordo com levantamento publicado este ano pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, 47% dos brasileiros entre 15 e 29 anos gostaria de deixar o país, se possível. É um recorde histórico. Entre 2005 e 2010, este era o desejo de 26,7% dos jovens; de 2011 a 2014, anseio de 20,1%.

"Em geral, todos movimentos migratórios são ocasionados por motivações religiosas, perseguições políticas, guerras ou questões econômicas. As crises econômicas pelas quais o Brasil tem passado nos últimos anos fez com que muitos decidissem emigrar buscando melhores condições de trabalho, quer sejam profissionais altamente qualificados, ou de baixa qualificação", contextualiza a historiadora Renata Geraissati Castro de Almeida, pesquisadora de imigração na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos.

"No cenário atual, de aumento da inflação, afetando o preço do que consumimos no dia a dia, a alta do dólar, e com a ausência de perspectivas de melhorias, a situação tende a piorar", acrescenta.

Brites enumera como sendo três as razões que motivam essa diáspora de brasileiros. Em primeiro lugar, "o mais relevante deles", segundo o professor: a economia. "Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem perdido postos de emprego em pontos-chave, com enfraquecimento de setores como a engenharia civil, baixo investimento em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento. Essa mão de obra qualificada tem procurado oportunidades fora", exemplifica.

"O Brasil atravessa um período de baixo crescimento econômico, estagnação relativa da economia. Isso efetivamente tira perspectivas de oportunidades de boa parte da população, que passa a procurar mecanismos para seguir sua vida", afirma.

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O segundo fator é a instabilidade política, um cenário que se agravou com o movimento de impeachment da então presidente Dilma Rousseff e, em 2018, a eleição de Jair Bolsonaro. "Essa turbulência acirrada afasta parte da população do nosso país", reconhece o professor.

"Por fim, há a questão da violência urbana, uma chaga social brasileira crônica que sempre tem de ser considerada. As pessoas buscam outras opções, nos Estados Unidos e na Europa, para tentar levar uma vida um pouco mais tranquila e segura", diz o especialista.

"A instabilidade econômica e política do país na última década, associada a um crescimento da violência, e das taxas de desemprego tem servido de gatilho para que muitos decidam buscar melhores oportunidades de emprego e qualidade de vida em outros países", resume a historiadora Castro de Almeida.

País do futuro?

Para o sociólogo Mendes, "a saída de brasileiros é indício de algo mais grave do que o encerramento de um ciclo de desenvolvimento". "É o processo civilizatório, de construção da nação imaginária, que sofre um abalo profundo", pondera.

"É fato que, do ponto de vista econômico, o Brasil moderno, com mercado interno forte sustentado no setor industrial e capaz de oferecer empregos de qualidade aos cidadãos, está quase que definitivamente sepultado", prossegue o sociólogo. "Mas o principal é que os grupos no poder promoveram uma ruptura com a própria história e, portanto, como o povo, sem oferecer nenhum tipo de projeto alternativo de futuro. O país é apresentado aos viventes como um acampamento de estranhos, não uma sociedade política. Um certo discurso que junta agentes do mercado, governantes e líderes religiosos neopentecostais conduz à lógica do salve-se quem puder ou, em termo mais brandos, o mundo é dos eleitos. Isso explica a fuga do desastre."

Em outras palavras, as gerações atuais já não se iludem mais com o discurso de que o Brasil é o tal "país do futuro". "Sem emprego, renda e assistência, em um cenário absolutamente hostil, sair passa a ser a solução", diz Mendes.

"O Brasil, terra do futuro, já não faz mais parte do imaginário de uma geração de brasileiros que vaga errante em busca daquilo que imagina ser uma boa vida: salário, segurança, educação, assistência. Ou seja: comunidade política organizada. É o paradoxo das ideias que conduziram ao poder o representante dos que negam o Estado e a própria política", contextualiza.

Em termos de destinos escolhidos, a América do Norte e a Europa estão entre as principais escolhas. Nos próximos dias, a DW Brasil vai contar histórias de emigrantes brasileiros nos destinos que mais os acolhem ao redor do mundo. São biografias distintas, ligadas por alguns pontos em comum: a superação e a esperança.

Ou, como comenta o sociólogo Mendes, "em todos os casos, o que está em causa é a ideia de que a vida vai mudar para melhor no país de chegada".

9 fotos

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Edison VeigaEdison Veiga

Edison Veiga Repórter

@edisonveiga

Fonte: https://www.dw.com/pt-br/brasil-vive-o-maior-%C3%AAxodo-de-sua-hist%C3%B3ria/a-59698193?fbclid=IwAR1Ew49LwPBNriXrVk2TYOejUvJc1ds9UoTqeu2WmA3P1sDQS_yJpWEPgx0

Jornal Nacional: um projeto de poder

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

A satisfação de levar a boa informação aos meus leitores nos meus sites

Minha foto

por Jacinto Pereira

Hoje dei uma olhada na quantidade de visitas aos meus sites e blogs e me veio a ideia de somar todos, e para minha alegria eu até me surpreendi com a quantidade das visitas, um total de  5.326.355. só tenho que agradecer a cada um desses leitores.

São esses os endereços: 

http://www.jacintopereira.com/

https://blogdafolha.blogspot.com/

https://cspu.blogspot.com/

https://programaradiodebate.blogspot.com/

https://cavalobravo.blogspot.com/

https://jacintomistico.blogspot.com/

Se você quer me mandar uma mensagem pode fazer pelo jpsmistico@gmail.com

domingo, 5 de dezembro de 2021

Bolsonaro prepara aumento de mais 12% no preço dos combustíveis #Shorts

Primeiro vôo da Latam chega ao Aeroporto Regional de Jericoacoara


A Latam Airlines decidiu dobrar a oferta de vôos pelo Brasil e incluiu na sua rota o trecho  entre São Paulo - Cruz (Aeroporto Regional de Jericoacoara), iniciando suas operações nesta quarta-feira, 01/12. A primeira aeronave  aterrissou às 12:10h no Aeroporto Regional do Polo Turístico de Jericoacoara. A empresa aérea disponibilizará dois voos diários na alta temporada. A companhia também anunciou mais voos em Fortaleza, que escolheu como hub para turbinar com voos na retomada das viagens.

“Quando anunciamos Jeri, havíamos confirmado um voo diário partindo de São Paulo/Guarulhos a partir de 1º de dezembro. Com o otimismo que estamos vendo para esse mercado, resolvemos já começar a operação com o dobro da oferta, pelo menos durante a alta temporada, que vai até janeiro de 2022”, explica Diogo Elias, diretor de Vendas e Marketing da companhia. Essa segunda frequência estará disponível nos canais de venda da companhia nos próximos dias.

Assim como a rota para Juazeiro do Norte, iniciada hoje, a segunda frequência de Jeri também será operada em aeronaves Airbus A320, que acomodam 162 passageiros em classe Economy e 8 em Premium Economy. Decolará de Guarulhos às 8h30 e 12h20 para pousar em Jericoacoara às 12h10 e 16h15, respectivamente. No sentido inverso, decolará de Jericoacoara às 12h45 e 16h50 para pousar em Guarulhos às 16h35 e 20h50, respectivamente.

O Aeroporto Regional do Polo Turístico de Jericoacoara está localizado na Localidade de Cajueirinho, no município de Cruz, há 10km da sede do município de Jijoca de Jericoacoara.

Com informações de

Idomilson Martins

Fonte: http://www.oacarau.com/2021/12/primeiro-voo-da-latam-chega-ao.html

Projeto Eco Juá é lançado em Cruz e Jijoca de Jericoacoara

 

Com o objetivo envolver a sociedade em torno das questões relativas à preservação do meio ambiente e sustentabilidade, promovendo o descarte correto do óleo vegetal usado no dia-a-dia para fabricação de outros produtos, os municípios de Cruz (foto) e Jijoca de Jericoacoara aderiram ao Eco Juá.

O Programa é uma parceria dos municípios com o Grupo Juá e Consórcio Público de Manejo dos Resíduos Sólidos da Região do Litoral Norte (CPMRS-RLN). O programa fará a distribuição de coletores em pontos estratégicos na sede e nas praias dos municípios, evitando o descarte irregular.

Fonte: http://www.oacarau.com/2021/12/projeto-eco-jua-e-lancado-em-cruz-e.html

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Hoje é o Dia Mundial de Combate à Aids, que já matou cerca de 37 milhões de pessoas


O Dia Mundial de Combate à Aids é comemorado em 1º de dezembro. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde e é celebrada anualmente desde 1988 no Brasil

1 de dezembro de 2021, 04:16 h Atualizado em 1 de dezembro de 2021, 04:48

(Foto: OMS)

247 - Transcorre neste 1º de dezembro o Dia Mundial de Combate à Aids. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde e é celebrada anualmente desde 1988 no Brasil.

Doença causada pelo vírus HIV, geralmente por contato sexual desprotegido com pessoa contaminada, pode ser também transmitida por transfusão sanguínea e compartilhamento de objetos perfurocortantes.

A Aids é uma doença que não mata por si só. Por causar um grande impacto no sistema imunológico, o paciente fica sujeito a doenças oportunistas, como a pneumonia, que surgem no organismo nesse momento de fraqueza. Assim sendo, não se morre de Aids, morre-se das complicações geradas pelas doenças oportunistas.

Os primeiros casos de Aids foram descobertos nos Estados Unidos, Haiti e África Central em 1977 e 1978, mas só foram classificados como a síndrome em 1982, quando se compreendeu melhor a doença. No Brasil, o primeiro caso foi diagnosticado em São Paulo, em 1980.

Embora hoje seja uma doença cujo controle é possível e cujos infectados podem viver vidas saudáveis, foi responsável pela morte de cerca de 36,8 milhões de pessoas desde o início da epidemia, em 1981, segundo o Unaids (Programa para Aids da ONU, na sigla em inglês.

Estimativas do Unaids de 2020 apontam que cerca de 37,7 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo—1,7 milhão de crianças e 53% mulheres e meninas. Especialistas alertam que, caso medidas educativas de prevenção não sejam implementadas, os casos podem voltar a subir, destaca reportagem da Folha de S.Paulo.

Fonte: https://www.brasil247.com/saude/hoje-e-o-dia-mundial-de-combate-a-aids-que-ja-matou-cerca-de-37-milhoes-de-pessoas

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Governos Lula e Dilma em matéria de seguridade social e acesso à educação superior


Jul-Sep 2018

RESUMO

O artigo faz um balanço das políticas sociais desenvolvidas no Brasil pelos governos Lula e Dilma (2003 - 2016). Nosso enfoque são as políticas de Seguridade Social e de acesso à educação superior, cuja apresentação e análise fazemos em quatro partes. A primeira é dedicada ao Programa Bolsa Família, considerado o carro-chefe dos programas sociais do PT. A segunda parte trata da Previdência Social e da política de valorização do salário mínimo; a terceira analisa aspectos da Saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS) e a quarta aborda a política de acesso à educação superior. Conclui-se que as políticas sociais realizadas pelos governos Lula e Dilma apresentam um duplo caráter. De um lado, não há dúvida de que constituíram um avanço, melhorando as condições de vida e de reprodução das parcelas mais pobres do país, sobretudo por conta do Programa Bolsa Família, da valorização do salário mínimo e, para uma menor parcela, do acesso à educação superior gratuita. De outro lado, percebe-se que a via ou o instrumento eleito para que essa melhora ocorresse foi a renda ou o salário, mantendo-se, em geral, sem alteração as estruturas seculares que geram a pobreza e a desigualdade no país. Ao mesmo tempo, tais governos foram determinantes na consolidação do setor privado em aéreas de política social, inflando a pressão por privatização que tenderá a se acentuar nos próximos anos.

PALAVRAS-CHAVE:
Políticas Sociais; Previdência e Saúde; Salário Mínimo; Programa Bolsa Família; Educação Superior

INTRODUÇÃO

Afastada Dilma Rousseff da Presidência da República, qual o balanço que se pode fazer das políticas sociais desenvolvidas pelos governos capitaneados pelo Partido dos Trabalhadores (PT)? Durante o período 2003-2015, as políticas realizadas nesse campo sempre foram objeto de intensa discussão, tanto entre os especialistas como entre seus críticos, fossem eles posicionados à esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT) ou à direita. Pelo lado dessa esquerda, elas foram vistas, na melhor das avaliações, como limitadas, posto que não foram associadas a medidas que promovessem alteração da estrutura oligárquica e desigual da sociedade brasileira. Mas também algumas das medidas adotadas por esses governos foram entendidas, por essa mesma esquerda, como retirada de direitos dos trabalhadores. De maneira geral, a ideia era que as políticas sociais desses governos não tinham a centralidade que o discurso oficial propagava, sendo residual e dependente da política macroeconômica fundada no tripé meta de inflação, superávit primário e câmbio flexível, que sempre esteve a serviço do cumprimento dos interesses dos credores da dívida pública.

Pelo lado da direita, principalmente aquela que se expressa na grande mídia televisiva e escrita, as críticas foram muitas: começando pelos efeitos da política de transferência de renda (Programa Bolsa Família) nos salários da base da pirâmide do mercado de trabalho, que impedem a contratação de trabalhadores a qualquer preço pelo Brasil afora, tal como antes; passando pela responsabilização em parte do aumento real do salário mínimo pela elevação do custo da mão de obra e pela não competitividade dos produtos brasileiros no exterior; e terminando por apontar que a trajetória do gasto social estava descontrolada e que isso impedia a manutenção de um crescimento sustentável. Isso tudo sem considerar as avaliações de outro cunho, que advoga que a pessoa apta ao trabalho, embora extremamente pobre, não deve receber auxílio pecuniário, pois tal ação só reforça o lado preguiçoso das pessoas (sic).

No corpo deste artigo, não vamos analisar todo o conjunto de políticas desenvolvidas pelos governos Lula e Dilma que poderiam ser entendidas como sociais. Elas estão presentes em diversas áreas e são muitas - tais como habitação (Minha Casa Minha Vida e a abertura de empréstimos para a compra de casa própria), educação (Prouni, Fies, política de cotas, criação de quase uma vintena de novas universidades e ampliação de vagas públicas na educação superior), saúde, previdência, assistência social, mercado de trabalho (aumento expressivo do rendimento real médio e o mais baixo nível de desemprego), integração social, entre outras. Atemo-nos ao que tradicionalmente é considerado integrante da proteção social garantida e/ou organizada pelo Estado, isto é, aquela contemplada pela Seguridade Social, mais o Programa Bolsa Família, o salário mínimo, mas também abordamos a política voltada à educação no nível superior pela importância que ela assume no debate nacional. Já são suficientes temas para serem abordados em um balanço do que foram as políticas sociais nos governos encabeçados pelo PT. Além desta introdução, o texto está dividido em quatro partes. A primeira é dedicada ao Programa Bolsa Família (BF), considerado o carro-chefe dos programas sociais do PT. A segunda parte trata da Previdência Social e da política de valorização do salário mínimo; a terceira analisa aspectos da Saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS) e a quarta aborda a política de acesso à educação superior. O texto é finalizado com breves considerações finais.

VOLTANDO-SE PARA OS MUITO POBRES

O Programa Bolsa Família (BF), introduzido por Lula em 20031, é o principal instrumento de transferência de renda existente no Brasil, caso não seja considerado o impacto do benefício assistencial (Benefício de Prestação Continuada - BPC) e do piso de um salário mínimo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) pago aos trabalhadores rurais e urbanos. À diferença desses últimos, que foram instituídos pela Constituição de 1988 e pelas leis que a regulamentam em matéria de Previdência e Assistência Social, não constitui um direito e é parte integrante de um programa. Isso significa que, em tese, pode sofrer descontinuidade ou alterações sem exigir mudança constitucional. Não é por acaso que o documento “A Travessia Social” (Estadão, 2016), elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), a que é filiado Michel Temer, propõe que o BF seja dirigido somente aos 5% mais pobres da população brasileira, o que corresponde a cerca de 10 milhões de pessoas, bem distante do total de beneficiários do programa no início de 2016 (cerca de 14 milhões de famílias, o que corresponde a 28% da população). O gasto com o BF é pouco superior a 0,5% do PIB.

O BF consiste de dois benefícios: o Básico, dirigido às famílias situadas na extrema pobreza (renda per capita até R$ 85,00 mensais) e o Variável, dirigido a famílias pobres com renda per capita entre R$ 85,01 e R$ 170,00 mensais, desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos. O primeiro não está sujeito a condicionalidades, aproximando-se, por isso, de um tipo de renda mínima, dirigido à parcela mais pobre da população. O quanto cada família recebe é resultado do somatório dos benefícios recebidos, que dependem da composição familiar e de sua renda. O máximo de benefício variável que uma família pode acumular é cinco. Em seu início, o BF restringia-se ao Benefício Único e Variável, dirigido a famílias com crianças de até 15 anos de idade. No governo Dilma, ele foi ampliado para contemplar outras situações, de modo a focalizar na gestante, na nutriz, nos adolescentes de 16 e 17 anos de baixa renda, e com o intuito de auxiliara na superação da extrema pobreza.

A estimativa da quantidade de famílias passíveis de ser objeto do BF é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas as informações relativas às famílias, em cada município, integram o Cadastro Único para Programas Sociais, monitorado pelo ministério responsável pelo programa (antes Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e, após o afastamento de Dilma Rousseff, Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário). As informações dos beneficiários do BF são de domínio público, de modo que qualquer pessoa pode acessar o banco de dados administrado pela Caixa Econômica Federal e ver o nome e a data de nascimento da pessoa responsável pelo recebimento do benefício, bem como de seus filhos. Ressalte-se que o artigo 23 da Lei 10.836/2004 garante que a mulher seja preferencialmente a titular do cartão de benefícios, dando ênfase ao papel da mãe na estrutura familiar, muito embora o BF utilize o conceito de unidade nuclear e não de unidade familiar. Vários estudos apontam que essa “preferência” (que é adotada internacionalmente em matéria de assistência social) teve grande impacto no empoderamento das mulheres, muitas vezes chefe de famílias monoparentais. Como não poderia deixar de ser, a distribuição regional do BF é fortemente concentrada na região Nordeste, a mais pobre do país, seguida da região Sudeste, a mais populosa.

Vários foram os impactos da introdução do Programa Bolsa Família. O primeiro deles, para além de seu objetivo explícito, foi auxiliar na formação de uma nova base social de apoio ao governo, diferente da sua tradicional, isto é, vinculada aos sindicatos, aos movimentos sociais e ao PT (Marques et al, 2009). Essa é a mesma conclusão a que chega André Singer (2009). Outro importante efeito diz respeito à injeção de recursos que os benefícios pagos representam nos municípios mais pobres, superando, em alguns casos, em 40% a receita disponível dos mesmos (receita provinda de arrecadação própria mais as transferências constitucionais) (Marques, 2005). A isso se somam os estudos relativos a seu efeito multiplicador, movimentando as economias locais (Neri, 2013).

Por outro lado, estudos apontam que os beneficiários do BF não apresentaram maior nível de cobertura vacinal do que a população de baixa renda não coberta pelo programa (Sawyer, 2007) e que a frequência escolar aumentou relativamente pouco (2,2 pontos percentuais), tendo sido maior na região Nordeste do que na região Sudeste (2,2 e 1,5 pontos percentuais, respectivamente)2 (Silveira Neto, 2010). Na área da saúde, considerando um de seus principais indicadores (taxa de mortalidade infantil em crianças menores do que 5 anos de idade), 17% da redução observada no período 2004-2009 são atribuídos ao BF (Rasella, 2013).

Outros estudos estimaram o impacto do BF na redução da pobreza e na desigualdade de renda. Segundo o Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA, 2010), a população situada abaixo da linha de pobreza (definida internacionalmente como US$ PPC3 1,25 dia), que correspondia a 12% da população brasileira um ano antes do início da implantação do BF, havia caído para 4,8% em 2008. A pobreza, por sua vez, caiu de 26,1% para 14,1% da população no mesmo período. Já quanto à desigualdade da renda, 16% da redução ocorrida entre 1999 e 2009 são atribuídos ao BF, embora esse benefício não chegue a representar 0,8% da renda das famílias (Soares et al., 2010). Segundo esses autores, essa aparente contradição explica-se pela alta focalização do programa, isto é, pelo fato de o benefício ser destinado aos mais pobres. Ainda de acordo com esses autores, a presença do BF é fator explicativo do aceleramento da redução da pobreza e da extrema pobreza nos anos 2000.

Apesar dos impactos positivos do BF, do simples fato de sua existência ter melhorado a condição de vida de milhões de brasileiros e de o mesmo ser reconhecido mundialmente, o programa recebeu e recebe vários tipos de crítica, como anteriormente mencionado. No campo da esquerda, destacam-se pelo menos duas: o fato de não ter sido acompanhado por medidas que eliminassem os determinantes da pobreza no país e de ser identificado como um programa inspirado pelo Banco Mundial. Com respeito à primeira crítica, não há o que dizer, pois, independentemente das causas que se atribui à pobreza, os governos do PT não alteraram (ou mesmo se propuseram a isso) as bases sobre as quais se reproduz a sociedade brasileira.

Já em relação à inspiração atribuída ao Banco Mundial, é preciso se recuperar alguns pontos. É fato que, além do Brasil, vários países da América Latina desenvolveram políticas de transferência de renda condicionada. Elas integram a segunda geração de políticas assistências introduzidas na região quando ficou evidente que as políticas macroeconômicas neoliberais tiveram como resultado a persistência da pobreza e o aumento significativo do número de pessoas em situação de “vulnerabilidade social”4. Segundo a Cepal (2009, p. 94), a criação de uma nova geração de políticas sociais associadas ao combate à pobreza expressou “o reconhecimento dos escassos avanços em matéria de redução da pobreza” durante os anos 1990. As políticas focalizadas de segunda geração são políticas “massivas” (dado o número de pessoas por elas contempladas), contrastando com aquelas voltadas a determinadas comunidades, típicas das políticas focalizadas de primeira geração. Segundo Solano (2009), ao se referir a um trabalho do Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD) e a outro do Banco Mundial, todos os programas que integram essa nova geração de políticas sociais focalizadas têm pelo menos três elementos em comum: o foco em famílias pobres ou extremamente pobres, com crianças e adolescentes; o princípio da contrapartida (ou condicionalidade) e a ideia de “acumulação de capital humano”5 no longo prazo.

Não há dúvida quanto ao apoio dado pelo Banco Mundial a essas iniciativas. Mas esse apoio pode ser entendido como uma mudança parcial de sua posição anterior, pois previamente defendia que a não redução da pobreza nos anos 1990, quando na maioria dos países da América Latina foram implantadas políticas neoliberais, devia-se a problemas de “governança” (Banco MundIAL, 2000). E não há “desgovernança” que explique a necessidade de políticas de transferência de renda massivas, tais como a realizada no Brasil. No país, não só os recursos destinados ao BF integram a Seguridade Social, tendo origem em contribuição, como a concepção do programa tem suas raízes na proposta de renda mínima garantida defendida por Eduardo Suplicy, que foi muito discutida no país, nos anos 1990. Reforça esse tipo de interpretação, o fato de o BF ter um componente - o Benefício Básico - que não exige contrapartida. A existência de um benefício dirigido às famílias extremamente pobres, sem que lhe seja exigido o cumprimento de qualquer condicionalidade, pode ser entendida como um embrião de renda mínima garantida, apesar de apenas direcionada à população miserável.

Dessa forma, desqualificar o BF porque o Banco Mundial (BM) apoia políticas de transferência de renda é no mínimo estranho, para não dizer que é puramente animado por interpretações maniqueístas, isto é, se o BM apoia, “somos contra”. O relevante a discutir é se a política de transferência de renda no Brasil - O Programa Bolsa Família - foi (é) acompanhada pela defesa da privatização da proteção social e pela destinação de ações e serviços públicos, especialmente na área da saúde, somente aos mais pobres, tal como o Banco defendeu abertamente em alguns momentos. Apesar dos problemas enfrentados no campo da proteção social mais identificada com a Seguridade Social, tal como é exposto adiante, esse não foi o caso no Brasil. A implantação do BF não provocou um deslocamento da presença do Estado na proteção social estruturada na Constituição de 1988.

A PREVIDÊNCIA SOCIAL E O SALÁRIO MÍNIMO

No campo da Previdência Social, os governos do PT serão lembrados de maneira contraditória. De início, no primeiro ano de Lula, foi encaminhada proposta de reforma que alterou as condições de acesso dos servidores públicos à aposentadoria (incorporação do critério de idade) e que introduziu a contribuição dos aposentados, fossem eles servidores ou não. Essas propostas coincidiam com aquelas que haviam sido rechaçadas quando da reforma previdenciária realizada por Fernando Henrique Cardoso6, sobre a qual o PT havia se manifestado contra. Não foi por outro motivo que tal encaminhamento teve como resultado a expulsão das fileiras do partido da senadora Heloisa Helena e dos deputados federais Luciana Genro, João “Babá” Batista Araújo e João Fontes, por não aceitarem fazer a defesa da proposta do governo, que nunca havia sido discutida no interior do PT.

Um dos aspectos que chamou a atenção, na época, foi o fato de o texto da exposição dos motivos retomar argumentos até então usados por aqueles situados nas fileiras neoliberais e de dar exemplos sem nenhum cuidado estatístico, deturpando fatos sem cerimônia (Marques e Mendes, 2005). Quanto às propostas, além da introdução do critério de idade, sempre combatida pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais, mas passível de ser discutida no campo previdenciário, dado que o processo de envelhecimento constitui uma realidade mundial que altera os parâmetros sobre os quais foram construídos os sistemas previdenciários atuais, destaca-se a cobrança de uma contribuição dos aposentados. Em 7 de agosto de 2003, pela Câmara, e em 19 de dezembro de 2003, pelo Senado, foi aprovada a proposta de reforma previdenciária nº 29, encaminhada pelo governo Lula em 29 de abril de 2003. Em curto espaço de tempo e com base na autoridade de sua expressiva votação (61,27% dos votos no segundo turno), estava aprovado aquilo que antes pareceria impossível. Tentada e derrotada por três vezes durante o governo FHC, e sempre contando com o voto contrário do PT, a contribuição dos aposentados passou a ser uma realidade. Antes de Lula, somente o último governo militar, de João Baptista Figueiredo, ousou cobrar de aposentados, no caso, dos segurados do então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Instituída em 1981 e consistindo uma alíquota de 3% a 5%, a cobrança foi extinta em 1984. Tal como nos anos 1980, os argumentos contrários a essa iniciativa continuam os mesmos: a contribuição dá origem a um direito futuro e, por isso, não há como exigir que o aposentado contribua, posto que ele não usufruirá de outro benefício. Sua cobrança significa a quebra de um dos princípios mais fundamentais da doutrina previdenciária, o da equidade na participação do custeio. Ao final, o governo Lula aprovou a contribuição de 11% para os aposentados, muito embora, em função da resistência, tenha sido obrigado a isentar as aposentadorias de valores mais baixos.

O segundo aspecto previdenciário que será lembrado do governo do PT é a introdução da fórmula 85/95, já no último ano do primeiro governo Dilma. Primeiramente encaminhada por uma Medida Provisória (MP 676/15) e depois tornada Lei (13.183, de 04/11/15), essa medida veio melhorar sensivelmente o valor do benefício dos futuros aposentados, que puderam, a partir daí, escolher entre as regras até então vigentes e a fórmula 85/95. Na Lei que regulamenta a reforma previdenciária promovida por FHC (9.876/99), o critério de idade mínima que não havia sido aprovado no Congresso Nacional, reapareceu mediante o que passou a ser conhecido como fator previdenciário.

Sobre o valor do benefício calculado (cuja base também foi alterada na época), passou a incidir um redutor (o fator) que varia de acordo com a idade do segurado, levando em conta os anos de sobrevida, em média, que terá o aposentado, e segundo as estimativas do IBGE. Sobre isso, assim disse o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese):

Sem ter incorporado a proposta de limite mínimo de idade para a aposentadoria dos já inscritos no sistema (60 anos para mulheres e 65 anos para os homens), previsto originalmente pelo executivo quando do envio da PEC nº 20 [...] a nova legislação previdenciária optou pelo incentivo à permanência em atividade do trabalhador, mediante uma modalidade de cálculo em que o benefício é diminuído caso ele seja jovem ou tenha pouco tempo de contribuição, mas que aumenta à medida que a concessão da aposentadoria é adiada (Dieese, 2001, p. 252).

Já Solange Paiva Vieira, mentora da fórmula de cálculo do fator previdenciário, então assessora especial do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), em entrevista à revista Conjuntura Econômica assim afirmou:

Fiz então a conta de trás para frente, com variáveis como a expectativa de vida, fluxo de caixa, tempo de contribuição e a taxa de juros implícita. Eu peguei tempo de contribuição por expectativa de sobrevida e multipliquei o tempo de contribuição pela alíquota contributiva.[...] A gente fez uma captação virtual. [...] É uma capitalização [...] tem uma capitalização com uma taxa de juros que varia entre 2,5% e 4,5%. Taxa real, dependendo da idade em que a pessoa se aposenta. Está lá, é o que a pessoa contribui, corrigido por essa taxa de juros ao ano (FGV, 2001, p. 58).

O resultado da aplicação do fator provocou, como esperado, o adiamento da entrada de solicitação de aposentadoria. Se, em 1998, 77,3% das novas aposentadorias urbanas por tempo de contribuição foram concedidas para segurados com idade entre 45 a 64 anos, em 2008 esse percentual já havia aumentado para 96,1% e, em 2014, já somava 97,0%. E o impacto do fator no adiamento se fez sentir mais sobre as mulheres do que os homens: enquanto, em 1998, 72,8% das mulheres e 78,7% dos homens haviam solicitado aposentadoria com idade entre 45 e 64 anos, em 2008 esse percentual foi de 96,4% para mulheres e 95,9% para homens, e, em 2014, último dado disponível, esse percentual foi de 97,0% para mulheres e 97,1% para homens. Essa evolução mostra que o fator reduziu a diferença que havia entre homens e mulheres em relação à idade de solicitação de aposentadoria por tempo de contribuição. Entre os anos 1998 e 2008, a idade média das mulheres passou de 48,5 anos para 51,3 anos, e a dos homens, de 50,1 anos para 53,9 anos. Em 2014, a idade média já foi de 52,3 anos e 55,1 anos, respectivamente (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2016).

Desde a entrada em vigor do fator previdenciário, foi forte a campanha para sua revogação. Entre os que lutaram para derrubá-lo, além das centrais sindicais e dos movimentos sociais, destacou-se o senador Paulo Paim (PT). É a partir dessa luta que, em 2015, Dilma editou a Medida Provisória 676/15, introduzindo a fórmula 85/95 que, comparada ao fator, é mais vantajosa para os trabalhadores. Essa fórmula mantém o tempo de contribuição anteriormente exigido e estipula uma idade mínima (30 e 55, para mulheres; 35 e 60 para homens, respectivamente). Assim, o critério da idade, que estava implícito na fórmula do fator, foi explicitado, mas com uma idade fixa. O resultado prático foi que o benefício é de valor maior do que seria quando aplicado o fator. Isso não significa, entretanto, que a fórmula 85/95 não considere o contínuo envelhecimento da população brasileira. Nela está previsto que, a partir de 2019, com vigência por dois anos, seja aumentada em um ano a idade tanto para homem como para mulher, e assim sucessivamente.

Além de garantir um valor de aposentadoria maior com relação ao fator previdenciário, a fórmula 85/95 é mais favorável aos trabalhadores, pois contempla as diversas realidades do mercado de trabalho formal do país. Em outras palavras, os que começam a trabalhar mais cedo e para a Previdência contribuem, poderão se aposentar também mais cedo.

Um terceiro elemento que irá marcar a trajetória dos governos do PT com relação à Previdência Social é a elevação do valor real do piso dos benefícios, fruto da política de valorização do salário mínimo iniciada no governo Lula. Essa política foi respaldada pela ação conjunta das Centrais Sindicais que, em 2004, realizaram três marchas a Brasília com o intuito de pressionarem os poderes Executivo e Legislativo a apoiarem a iniciativa. O resultado foi o aumento do salário mínimo, em termos reais, de 54% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010. De acordo com estimativa do Dieese, isso afetou positivamente 47 milhões de pessoas, entre trabalhadores e aposentados, pois o benefício mínimo pago pela Previdência e pela Assistência Social está, desde a Constituição de 1988, indexado ao salário mínimo. Essa indexação tornou o piso dos benefícios um poderoso elemento redistribuidor de renda. O estudo de Soares et al. (2010), aqui já citado, mostra que 15% da queda observada no índice Gini no período 1999-2009 deve-se aos benefícios indexados ao salário mínimo. No governo Dilma, foi dado prosseguimento à política de valorização do salário mínimo, mas seu aumento perdeu impulso (valorização real de 18,74%). Vale lembrar que, em 2011, mediante a Lei 12.382, de 25 de fevereiro, foi definido um critério objetivo para definir o reajuste: o índice da inflação do ano anterior, acrescido da taxa de crescimento da economia dos dois últimos anos.

Por último, o quarto elemento, que configura a política do governo PT com relação à Previdência, foi o anúncio, no início de 2016, de que Dilma estaria estudando a possibilidade da introdução de idade mínima para o acesso à aposentadoria. Evidentemente que isso não foi adiante, dado o impeachment ocorrido. Contudo, tal proposta faz parte da “Ponte para o futuro”, documento do PMDB que sintetiza as propostas que a oposição aos governos do PT pretende implantar no Brasil. Em relação à aposentaria, o documento se refere à introdução do critério de idade, de 60 e 65 anos, para mulheres e homens, respectivamente. Mas essa formulação já evoluiu para a defesa de uma idade única (65 anos), para ambos os sexos.

Ainda durante boa parte do governo Dilma, destacou-se sua política de desonerar as empresas das contribuições sociais calculadas sobre os salários, no intuito declarado de tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional. Iniciada em dezembro de 2011, a desoneração sobre a folha (em parte substituída por uma contribuição sobre a receita bruta) atingia 56 setores de atividade industrial (a maior parte), comercial, transporte e serviços em setembro de 2015. Essa política aprofundou os problemas de financiamento da Previdência Social, e serviu para aprofundar o argumento da necessidade de sua reforma. Como o próprio Ministério da Fazenda previa, os recursos arrecadados sobre a receita bruta foram inferiores aos da contribuição sobre a folha (BRASIL, 2012).

A SAÚDE E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Durante os governos do PT, não se pode dizer que houve avanços no sentido da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), muito embora importantes políticas tenham sido desenvolvidas, entre as quais se destaca o Programa Mais Médico (que garantiu a presença de médicos nos grotões do país), tão execrado pela direita que se mobilizou nas ruas pedindo o impeachment de Dilma. Ao contrário, pode-se dizer que houve retrocessos importantes, tal como é apontado mais adiante.

Do ponto de vista do gasto público, enquanto percentual do PIB, houve uma pequena melhora durante os governos Lula e Dilma: de 3,2%, em 2002, passou a 3,9% em 2015; percentual que se manteve constante nos últimos três anos. Mas o mais importante é que o nível do gasto público com saúde continuou e continua insuficiente, bem abaixo da média praticada nos países com sistemas públicos similares (8%)7, o que resulta num gasto per capita bastante baixo. Chama a atenção, ainda, que durante esse período, aumentou a participação dos municípios e estados no gasto público em saúde, perante uma diminuição do governo federal.

Evidentemente que não podemos atribuir aos governos Lula e Dilma os problemas de fundo que estão relacionados ao SUS, tal como o fato de a sociedade brasileira, apesar da Constituição de 1988, não ter, a rigor, optado por construir um sistema público como ocorreu em outros países. Mas é possível se dizer que nada foi feito no sentido contrário, sendo mantido e mesmo aprofundado alguns dos determinantes do desenvolvimento em paralelo e concorrente ao SUS de um forte setor privado. Entre esses determinantes que favorecem o setor privado, destaca-se a renúncia fiscal decorrente da permanência de incentivos aos seguros e planos de saúde e às demais modalidades da assistência saúde privada nas deduções para efeito da base sobre a qual incide o imposto de renda das pessoas físicas e jurídicas.

Para se ter uma ideia da importância desse setor, em março de 2016 a saúde suplementar era composta por 1.125 operadoras, sendo 806 médico-hospitalares e 319 exclusivamente odontológicas, cobrindo 25,2% e 11,2%, respectivamente, da população brasileira (ANS, 2016). Junto a esse setor, desenvolve-se um também expressivo segmento privado financiado diretamente por seus usuários no momento do consumo dos cuidados, mas cujo gasto pode ser declarado no imposto de renda de maneira a reduzir a base sobre o qual o imposto é calculado. O mais interessante é constatar que durante os governos do PT aumentou a taxa de cobertura dos planos de assistência médica: de 18,9%, em dezembro de 2004, para 26% em dezembro de 2014, reduzindo-se esse percentual nos meses seguintes, quando a economia começou a entrar em recessão. Provavelmente parte do aumento da cobertura dos planos é explicada pela ampliação da formalização do emprego observada nos governos Lula e Dilma (esta, até 2014), tendo em vista que, desde a década dos 1970, os planos de saúde faziam parte da pauta de reivindicação dos trabalhadores mais organizados. Pouco a pouco esse item foi incorporado nas demandas dos demais trabalhadores do mercado formal de trabalho. Para isso, não foi desprezível o impulso concedido pela grande mídia televisiva e escrita - sempre disposta a defender que o setor privado tem melhores condições de prestar assistência médica do que o setor público.

O aumento do gasto público com saúde como proporção do PIB pode ser explicado pelos efeitos da aprovação da Emenda Constitucional nº 29 (EC-29), ocorrida em agosto de 2000. Essa Emenda definiu que os estados e municípios alocassem, no primeiro ano, pelo menos, 7% de suas receitas de impostos, nelas compreendidas as transferências constitucionais, e que esse percentual deveria aumentar até atingir, em 2004, 12% para os estados e 15% para os municípios, no mínimo. Já para a União, ela determinou que, para o primeiro ano, deveria ser aplicado pelo menos 5% a mais com relação ao orçamento empenhado do período anterior; para os seguintes, o valor apurado no ano anterior seria corrigido pela variação do PIB nominal. O problema foi que a regulamentação dessa Emenda demorou longos oito anos, de modo que até lá não havia nenhum instrumento legal que definisse o que era gasto em ações e serviços de saúde SUS, muito embora consensos sobre a matéria tivessem sido construídos entre o Ministério da Saúde, os demais gestores e tribunais de conta, por exemplo. A partir da Lei 141/2012, quando finalmente a Emenda foi regulamentada, não era mais possível se considerar como gasto SUS a despesa com aposentadoria de funcionários da saúde, por exemplo, ou a despesa com saúde de um hospital que atendesse somente servidores.

As grandes surpresas, no entanto, estavam reservadas para ocorrerem no início do segundo mandato de Dilma. Em 19 de janeiro de 2015, a Lei 13.097/15 introduziu novas e amplas exceções à vedação constitucional à participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros nas atividades de assistência à saúde. Até então, o texto constitucional e a lei orgânica da saúde (Lei nº 8.080, de 1990) previam que a presença do capital estrangeiro na assistência à saúde poderia ocorrer somente em casos de exceção e não em regra. A rigor, na interpretação das entidades que compõem o Movimento da Reforma Sanitária, nenhuma vedação estava mantida na Medida Provisória que havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados (MP 656/14) e que foi encaminhada ao Poder Executivo como projeto de Lei de Conversão nº 18, que deu origem à Lei 13.097/15.

A simples dicção dos casos do art. 23, da Lei nº 8.080 de 1991, com a alteração proposta no Projeto de Lei de Conversão da MP nº 656 de 2014, esconde a amplitude do que, agora, se pretende permitir ao capital estrangeiro, a atuação na assistência à saúde por meio de:

  1. a) hospitalares gerais ou especializados, incluindo a filantropia;

  2. b) clínica geral, especializada, policlínica;

  3. c) laboratórios de genética humana;

  4. d) produção e fornecimento de medicamentos e produtos para a saúde;

  5. e) laboratórios de análises clínicas, anatomia patológica e de diagnósticos por imagem.

Todas as atividades de assistência à saúde estão previstas no referido artigo do PL, restando a pergunta: o que está vedado? Qual é a exceção à vedação constitucional? A Constituição não permite a participação de empresas e do capital externo na saúde, mas o título do capítulo, bem como a redação do caput do art. 23 do PL de conversão, abre a saúde ao capital estrangeiro ignorando o texto constitucional. A referida redação é de positivação e não de negativa, conforme determina a Constituição ao vedar a participação estrangeira na saúde, salvo nos casos previstos em lei (ABrES, 2015).

Essa interpretação era completada por:

Com a autorização da entrada de capital estrangeiro no setor de saúde, empresas de fora do país poderão instalar ou operar hospitais (inclusive filantrópicos) e clínicas, além de executar ações e serviços de saúde. Atualmente, o capital estrangeiro está restrito aos planos de saúde, seguradoras e farmácias (ABrES, 2015).

Para essas entidades, ainda, a entrada do capital estrangeiro na saúde tinha o seguinte significado:

O domínio pelo capital estrangeiro na saúde brasileira inviabiliza o projeto de um Sistema Único de Saúde e consequentemente o direito à saúde, tornando a saúde um bem comerciável, ao qual somente quem tem dinheiro tem acesso. Com a possibilidade do capital estrangeiro ou empresas estrangeiras possuírem hospitais e clínicas - inclusive filantrópicas, podendo atuar de forma complementar no SUS - ocorrerá uma apropriação do fundo público brasileiro, representando mais um passo rumo à privatização e desmonte do SUS (ABrES, 2015).

Para se ter uma noção da dimensão dessa aprovação, para além de seu impacto no aumento da concentração das atividades em saúde e no SUS, é preciso lembrar que a vedação à entrada do capital estrangeiro no setor era um dos pontos-chave considerados pelo Movimento Sanitarista, movimento que impulsionou todas as reformas que resultaram na criação do sistema público universal de saúde, na Constituição de 1988. Dessa forma, a mudança promovida por Dilma, ao sancionar a Lei 13.097/15, significou uma ruptura com a tradição desse movimento.

Pouco tempo depois, em 17/03/2016, era a vez da segunda surpresa se fazer presente. Na Emenda Constitucional n.º 86/2015, que institui a obrigatoriedade de execução das emendas parlamentares, foi incluída nova regra para a aplicação dos recursos do governo federal na saúde (arts. 2º e 3º), alterando a base de cálculo anteriormente existente (montante apurado no ano anterior corrigido pela variação nominal do PIB) por um percentual da Receita Corrente Líquida (RCL). No primeiro ano (2016) seria 13,2% da RCL, até alcançar 15%. Isso resultou em perda de recursos para o SUS já no primeiro ano de R$ 9,2 bilhões, segundo Funcia (2015)8.

A POLÍTICA DE ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR

No campo da educação superior, a principal marca das políticas dos governos de Lula e Dilma é a ambiguidade. Se, de um lado, o país conheceu uma ampliação sem precedentes no acesso à educação superior pública, com rápida elevação de vagas gratuitas para estudantes de escolas públicas, estudantes de baixa renda e autodeclarados negros, pardos e indígenas, por outro lado, nunca foi tão expressivo o domínio do setor privado lucrativo e de baixa qualidade na oferta educacional, assim como sua capacidade de influência na política educacional.

A segmentação de oportunidades nesse campo levou os críticos da privatização a afirmar que, na realidade, para a maioria que passou a frequentar a educação superior nos últimos anos, não houve democratização efetiva, mas uma “[...] uma expansão da educação superior que a mantém como de elite e de alta qualificação para poucos, enquanto adquire traços de ‘sistema’ de massas e de baixa qualificação para muitos” (Sguissardi, 2015, p. 869). Nesta parte do artigo, analisamos o legado do PT na educação superior, com ênfase nas políticas públicas de promoção do acesso às classes populares.

Do ponto de vista do financiamento da educação, a União assumiu parcela relativamente pequena do conjunto dos gastos públicos. A participação federal no gasto total em educação evoluiu de 0,9% do PIB entre 2000 e 2003 - primeiro ano do governo Lula -, caiu a 0,8% durante tal governo, entre 2004 e 2005, e iniciou uma trajetória de crescimento em 2006 até alcançar 1,2% do PIB em 2012. Neste mesmo ano, estados e municípios aportaram, cada, 2,4% do PIB em educação, com o que se alcançou o patamar de 6% do PIB. Portanto, no período, apesar do aumento do gasto do governo federal, ampliou-se a distância entre este e o gasto de estados e municípios em educação. Em 2013, o gasto total foi de 6,1% do PIB, sendo 5% em educação básica e 1,1% em educação superior. Em 2002, último ano de FHC, o gasto total estimado em educação foi de 4,8% do PIB, sendo 0,9% em educação superior (INEP, 2015a).

Apesar de relativamente limitado quanto ao percentual do PIB, o gasto federal em educação sofreu notável expansão a partir de 2006, ano em que há uma evidente correção de rumo na gestão do Ministério da Educação (MEC). Estagnado em torno de R$ 40 bilhões anuais entre 2000 e 2006, o orçamento do MEC eleva-se progressivamente até 2014, quando alcança R$ 114 bilhões. Em 2015, já com a economia em crise, cai levemente a R$ 112 bilhões e a expectativa é que, em 2016, haja uma forte redução (Ministério da Fazenda, 2016).

No período, houve relevantes alterações na estrutura jurídica do financiamento, que levaram à ampliação dos recursos vinculados à educação. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), criado na Emenda Constitucional (EC) n° 53/2006, obriga uma maior participação da União no financiamento da educação básica. O Fundeb, a expansão da rede federal de educação superior e tecnológica e a ampliação dos repasses voluntários a municípios e estados foram os principais fatores a impulsionar a elevação do gasto da União em educação (Davies, 2016). Além disso, a EC n° 59/2009, excluiu as receitas de impostos vinculadas à educação (Constituição, art. 212, caput) do âmbito de incidência da Desvinculação de Receitas da União (DRU)9. Com isso, a partir de 2011, foi retomada a obrigação de aplicação de no mínimo 18% da receita federal de impostos em ensino, obrigação que estava suspensa desde 1994. Na prática, entre 2011 e 2015 a média federal de aplicação da receita de impostos em educação foi de 22,7%, conforme auditorias do Tribunal de Consta da União (INEP, 2015b). Além disso, a Lei n° 12.858, de 2013, destina 75% dos royalties e participações especiais do petróleo para a educação e 25% para a saúde, além de determinar que 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal, composto pelos recursos que a União recebe da exploração dessa área específica, sejam destinados a esses dois setores. Ainda que seus efeitos sejam incipientes, há expectativa de que esta norma venha a assegurar relevantes recursos suplementares à educação, sobretudo aos investimentos na ampliação das redes de ensino públicas.

Cresceu também, no período, o gasto público indireto em educação, que é o repasse de recursos públicos para a oferta de vagas gratuitas junto à iniciativa privada. Na educação superior, o gasto indireto deve-se principalmente ao Programa Universidade para Todos (ProUni) e ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Estimativas indicam que o gasto com esses programas elevou-se, entre 2010 e 2014, de R$ 578 milhões para R$ 1,125 bilhão no ProUni e de R$ 1,6 bilhão para impressionantes R$ 12 bilhões no caso do Fies (Pinto, 2016).

Como resultado de um crescimento constante no período, o ensino de graduação registrou no Brasil 7,840 milhões de matrículas em 2014, contra 3,480 milhões em 2002. Eram, em 2014, 5,867 milhões (74,9%) em instituições privadas e 1,961 milhão (25,1%) em públicas, dividindo-se as matrículas públicas em 1,18 milhão na rede federal, 616 mil nas redes estaduais e 165 mil em instituições municipais. Em 2002 eram 2,428 milhões (69,8%) de matrículas na rede privada contra 532 mil federais, 416 mil estaduais e 104 mil municipais (30,2%) (INEP, 2005, 2015c).

A ampliação do acesso ao ensino superior federal público, nesse sentido, pode ser considerada a principal marca positiva dos governos do PT na educação. Foi mais do que dobrado o número de vagas ofertadas a cada ano em universidades públicas e institutos federais de ensino tecnológico. Ampliou-se em 86%, entre 2003 e 2014, o número de matrículas em cursos de graduação presenciais na rede federal, superando a ampliação dessa modalidade na rede privada (INEP, 2005, 2015c). Ainda assim, quando considerado o total de matrículas (presenciais e semipresenciais), o crescimento da rede federal foi superado pelo setor privado, em parte resultado de forte incentivo estatal a partir de 2010.

No período foram criadas 18 novas universidades federais, totalizando 63 em 2014. Também foi significativo o processo de ampliação daquelas existentes, impulsionado pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão (Reuni), cujo objetivo foi otimizar a oferta em instituições já consolidadas e promover sua interiorização com a criação de novos campus universitários. Estes mais do que dobraram no período, alcançando 331 campus no país (INEP, 2015c).

Essa ampliação foi acompanhada da consolidação da política de cotas. Em uma primeira fase, entre 2006 e 2011, cotas sociais e raciais foram implantadas em universidades federais específicas, de forma descentralizada e por decisão das próprias instituições. Em 2011 foram julgadas as ações que questionavam essas cotas, consideradas então plenamente adequadas à Constituição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento de grande visibilidade pública, fato que levou à consolidação e institucionalização como política pública federal. Foi então aprovada a Lei n. 12.711, de 2012, que determina a adoção de cotas sociais e etnicorraciais em 50% do total de vagas nas instituições federais de ensino superior, que deveriam ser destinadas a alunos oriundos de escolas públicas. Esse percentual deve também contemplar a reserva de 25% do total de vagas para alunos com renda familiar per capita inferior a 1,5 salário mínimo e, dentro de cada um dos estratos de renda, devem ser asseguradas cotas específicas para negros, pardos e indígenas na proporção de sua participação na população do estado em que está localizada a instituição.

Hoje todas as instituições federais de ensino adotam tais cotas na seleção de ingresso, realizada através do Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Implantado pelo MEC em 2010, constitui também uma relevante medida de inclusão, já que possibilita ao conjunto dos estudantes a candidatura em diferentes instituições ao mesmo tempo, com uma mesma nota extraída do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), exame gratuito para os alunos de escola pública.

Apesar de recentes, o efeito dessas medidas já pode ser percebido no aumento da participação relativa das populações não brancas e de menor renda (Gráfico 1).

Gráfico 1:
Graduandos no Ensino Superior Público, por cor e faixa de rendimento familiar, 2003 a 2014

Vê-se, portanto, que hoje as universidades públicas são majoritariamente ocupadas por estudantes não brancos, são mais populares, além de oferecerem um número maior de vagas ao conjunto da população. De todas as mudanças promovidas pelo PT nas políticas sociais, talvez esta seja a mais significativa por seu caráter simbólico e distributivo. As universidades públicas no Brasil eram expressão flagrante de nossos esquemas de privilégio e exclusão, quadro que começa a ser revertido no período estudado. A mudança de perfil do alunado, por sua vez, exige mais recursos para programas de assistência estudantil e bolsas, do contrário, torna-se ineficaz, na prática, a maior abertura conquistada.

Se a retomada do investimento na ampliação das universidades públicas é uma marca que diferencia Lula e Dilma dos governos civis anteriores, a abertura e o estímulo à ampliação do setor privado nos governos petistas são mais que meras linhas de continuidade em relação a esses governos.

Sob Lula e Dilma, o setor privado lucrativo que explora a educação superior encontrou inéditas condições de ampliação e lucratividade, resultando na formação de um oligopólio. Como resultado da conjugação de investimentos estatais e abertura de capital na bolsa, o setor educacional do mercado de ações foi o mais lucrativo na Bovespa. Entre agosto de 2012 e agosto de 2014, enquanto o Ibovespa viu uma redução de 3,67%, as ações das principais empresas do ramo educacional tiveram espantosa valorização, 314% no caso da Kroton e 241% da Estácio (­Sguissardi, 2015).

A capitalização desses grupos permitiu uma concentração de mercado sem precedentes, tanto em razão de aquisições e fusões entre grupos como da eliminação de instituições de ensino tradicionais. Em 2013, os três principais grupos educacionais com ações em bolsa (Kroton, Anhanguera e Estácio) concentravam nada menos que 23,4% de toda a oferta do setor privado (Maia, 2014). Com a recente aquisição da Anhanguera pela Kroton, esta passou a mais de 1 milhão de matrículas, tornando-se o maior grupo educacional do mundo em valor de mercado (Forbes, Brasil 2015). Conjugou-se, portanto, a dinâmica do capitalismo financeiro à crescente pressão por ampliação de acesso à educação superior, não absorvida nas instituições estatais. Em um país tão desigual como o Brasil, entretanto, a formação de um mercado consumidor dependia da ação Estatal, o que de fato se materializou no Fies e no ProUni.

O Fies foi criado em 1999, no governo de FHC, sendo regulado pela Lei n. 10.260/2001. Tem origem em 1975, quando foi instituído o Crédito Educativo, seu antecessor direto. Trata-se de um empréstimo subsidiado aos estudantes, com taxas abaixo das praticadas no mercado. Desde 2010, após reformulação, o Fies assume a posição de principal política estatal para a ampliação do acesso à educação superior. Impulsionado por uma taxa negativa de juros, de 3,4% ao ano, pelo alongamento do prazo de amortização e de carência e descontos para determinadas carreiras, os contratos do Fies mais do que decuplicaram. Em 2014, nada menos que 35% das matrículas da rede privada eram financiadas pelo programa (Pinto, 2016).

O ProUni foi criado em 2004 e transformado na Lei n. 11.096/2005. Pelo programa, ficam as instituições privadas isentas de imposto de renda e de contribuições para a seguridade social, desde que ofereçam bolsas integrais ou parciais a estudantes oriundos de escolas públicas e cuja renda familiar mensal per capita, respectivamente, não exceda o valor de até 1,5 ou 3 salários mínimos mensais. Ao aderir ao programa as instituições comprometem-se a oferecer ao menos uma bolsa integral do ProUni para cada 10,7 estudantes pagantes. Além disso, comprometem-se a incorporar os critérios de cotas para pessoas com deficiência ou estudantes autodeclarados indígenas e negros, em quantidade não inferior à participação desses cidadãos no conjunto da população do estado. Como não é incomum existência de vagas pagas ociosas nas instituições privadas, na prática, aderir ao ProUni é um grande negócio para o setor, já que assim libera-se de tributos importantes sem com isso assumir custos na mesma proporção. Para o governo também se mostrou uma vantagem, já que passou a oferecer, pelo programa, vagas gratuitas de baixo custo, consequentemente reduzindo a pressão de demandantes não incluídos nesse nível de ensino.

Enquanto o governo exaltava seu caráter inclusivo, setores à esquerda criticaram a aliança com os empresários da educação e a decisão de repassar indiretamente recursos públicos para esse setor, recursos que poderiam ser arrecadados e aplicados no setor público educacional (Corbucci, 2004). Representaria o programa uma falsa democratização, já que o acesso se daria em instituições privadas de qualidade duvidosa (Carvalho, 2006, 2014). O fato é que, a um baixo custo relativo, o ProUni passou a oferecer um número crescente de bolsas, iniciando com 112 mil em 2005 e chegando à oferta de 307 mil bolsas em 2014, sendo um terço destas integrais (Sisprouni, 2015). O sucesso e consolidação do ProUni durante os governos Lula resultou na diminuição das resistências ao programa.

A legitimação do ProUni aliada a seus limites intrínsecos de expansão, dado o desenho institucional do programa, deram base à reformulação do Fies em 2010 e à sua inédita expansão durante o primeiro mandato de Dilma. Essa rápida expansão também foi objeto de duras críticas, sobretudo porque foi o principal fator a promover a massificação de baixo custo e de baixa qualidade. Além disso, percebeu-se, com os primeiros sinais de crise, que é altíssimo o risco de inadimplência dos beneficiários, como já ocorreu na experiência do Crédito Educativo (Costa, 2015). Como forma de conter esses riscos e ante as restrições orçamentárias que se anunciavam, em dezembro de 2014 o MEC editou duas portarias endurecendo os critérios para concessão dos empréstimos aos estudantes. A partir de então, os candidatos devem apresentar uma nota mínima no Enem, exigência que, de pronto, excluiu um terço dos beneficiários. Em consequência disso, as quatro companhias participantes da Bovespa perderam, entre janeiro e abril de 2015, de 30% a 50% do valor de suas ações (Sguissardi, 2015). Após praticamente 10 anos de uma bem-sucedida parceria público-privada na oferta de acesso à educação superior, que de um lado minimizou a pressão popular por vagas nas instituições públicas e de outro assegurou taxas de lucro descomunais ao setor privado, essa foi a mais significativa medida de regulação do setor adotada nos governos do PT, gerando forte descontentamento entre os empresários da educação (Hoper Consultoria, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Do que foi exposto, pode-se dizer que as políticas sociais realizadas pelos governos Lula e Dilma, no campo da Seguridade Social, na implantação e desenvolvimento do Programa Bolsa Família, em relação ao salário mínimo e na educação superior apresentam um duplo caráter. De um lado, não há dúvida de que constituíram um avanço, melhorando as condições de vida e de reprodução das parcelas mais pobres do país. É isso que foi feito mediante o massivo BF e a valorização do salário mínimo. Mas, de outro, note-se que a via ou o instrumento eleito para que essa melhora ocorresse foi a renda ou o salário, mantendo-se, em geral, sem alteração as estruturas seculares que geram a pobreza e a desigualdade no país.

Nesse sentido, a política de acesso à educação superior significa uma exceção, já que os estudantes de classes populares que passaram a acessar a universidade por conta da ampliação de vagas gratuitas e das cotas podem assim romper o histórico familiar de inserção precária nos campos econômico e cultural. Esse efeito ainda não foi integralmente percebido e documentado. Além de muito recente para que possa apresentar seus efeitos, vale destacar também que continua muito limitada a oportunidade de acesso à universidade pelos mais pobres. Só uma parcela das vagas públicas e do ProUni os contemplam, enquanto 93,9% dos jovens de 18 a 24 anos pertencentes ao quartil mais pobre está fora das universidades (IBGE, 2015).

Muitas das políticas, por mais importantes que tenham sido, não trazem o traço da perenidade, podendo ser facilmente revertidas caso a correlação de forças existente na sociedade assim permitir. Além do mais, no caso do benefício concedido pelo Bolsa Família, ele não constitui um direito, o que facilita o surgimento de propostas de redefinição de sua cobertura, tal como está sendo aventado pelo governo usurpador de Michel Temer.

Ao mesmo tempo, naquilo que está no campo dos direitos sociais ou que define as regras sobre as quais se organiza a proteção social, com exceção da fórmula 85/95 e de algumas medidas na educação, a atuação dos governos Lula e Dilma caminhou no sentido da piora da situação dos segurados (introdução do critério de idade para a aposentadoria dos servidores e o início da cobrança de contribuição dos aposentados), da manutenção do incentivo da alternativa de mercado (planos de saúde e permanência do subfinanciamento do SUS) e da permissão aberta ou mesmo incentivo à atuação do grande capital (especialmente na área da saúde, com o franqueamento do capital estrangeiro, e na educação, com a expansão do crédito necessário à expansão e financeirização do setor lucrativo).

Desse ponto de vista, muito embora os governos do PT certamente venham a passar à história como aqueles que fizeram políticas para os mais pobres do país, sendo Lula lembrado como um “novo pai dos pobres”, tal como Getúlio Vargas ainda o é, foram governos que, apesar de se dizerem progressistas, pouco contribuíram para o avanço institucional da proteção social organizada e garantida pelo Estado, enquanto foram determinantes na consolidação do setor privado na área. A análise das políticas de acesso à educação superior é exemplar nesse sentido. Ao mesmo tempo em que foi ampliada a participação das universidades públicas federais no total da oferta, também cresceu o setor privado, saltando este de cerca de 70% da oferta, em 2003, para quase 75% no final do período estudado, com grande crescimento das instituições lucrativas apoiadas pelo Estado e do ensino à distância (INEP, 2015c, 2005).

De certa maneira, a atuação de Lula e Dilma no campo social reproduz a contradição mais geral presente em suas gestões: atuar como se fosse possível atender ao mercado e aos credores e, ao mesmo tempo, promover crescimento e desenvolvimento econômico. Em outras palavras, que era possível servir a dois senhores. Tal como a exigência do superávit primário impunha limites estreitos para a atuação indutora do Estado na economia, ela impedia a destinação dos recursos necessários para que o SUS de fato se tornasse um sistema público universal e para que a educação superior viesse a se tornar um potente mecanismo de superação das desigualdades de oportunidades, também atuava para que a Previdência Social estivesse sempre sobre a mira de propostas de reforma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fonte: https://www.scielo.br/j/rep/a/yTJLwCYQ89PVV77mJgRwGHq/?lang=pt

sábado, 20 de novembro de 2021

Este Violeiro Tinha uma Técnica Impressionante!!! Fazia Sair Fumaça da V...

Parabéns ao povo negro pelo “Dia da Consciência Negra”

por Jacinto Pereira de Souza

SintetUFU – 20 de novembro – Dia da Consciência Negra

Imagem do SINTET-UFU’

No Brasil tem muita gente que gostaria que não existissem negros, tem consciência de que o nosso país seria melhor sem eles. Eu por exemplo, que penso como a maioria do nosso Povo Brasileiro, que tem consciência, de que o Brasil não seria tão bom sem o Povo Negro. Os brancos de origem europeia, que tomaram essa maravilhosa terra dos povos indígenas, tomaram consciência de que não dariam conta de cuidar dela sozinhos e foram buscar os negros africanos para cuidar dela à força e de graça. Além de trabalhar forçado nas atividades determinadas pelos brancos opressores e sem direitos sociais, os negros ainda deram muitas contribuições para formar o país que temos hoje. Deram seus conhecimentos culturais milenares como: Culinária, religiosidade, humanismo, medicina popular, organização  social, a beleza e os seus valores étnicos. Os brancos, que se tornaram cada vez mais poderosos, tomaram os governos e se tornaram as castas dos andares de cima, usufruem das inúmeras contribuições dos povos negros e além de não agradecer por tudo isso, tentam a todo custo, minimizar sua importância na sociedade brasileira. Sempre exige mais e mais disposição, disponibilidade e eficiência nos serviços prestados pelos negros aos brancos. Em troca a maioria dos brancos, discriminam os negros, não aceitam que os negros tenha os mesmos direitos que os brancos. Brancos não suportam que os negros frequentem os mesmos lugares de importância que eles frequenta, não se sentem bem frequentando as boas escolas e universidades ou em aviões  junto com negros. Não concordam que pretos tenham salários iguais aos brancos Se acontece algum roubo, tumulto e outros delitos, primeiro se procuram os culpados entres pessoas de cor negra. Felizmente, os negros não se deixam dominar pelas dificuldades e vão à luta para mudar essas práticas racistas e discriminatórias, se organizam e vão à luta. Com alegria eu vejo que a “Consciência Negra” está aumentando e as conquistas estão acontecendo, mas não na velocidade ideal, para que tenhamos uma  sociedade mais justa e fraterna.

71,4% dos 8,9 milhões que perderam emprego na pandemia eram negros, diz Dieese


"Para os não negros, os impactos da crise sanitária foram menores: dos 2,5 milhões que perderam as ocupações entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, 59% voltaram a trabalhar em 2021”, diz o boletim

20 de novembro de 2021, 11:22 h Atualizado em 20 de novembro de 2021, 11:32

Desemprego bate recorde e atinge 13,1 milhões de brasileiros. 30 de setembro de 2020 Desemprego bate recorde e atinge 13,1 milhões de brasileiros. 30 de setembro de 2020 (Foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas)

CUT - A pandemia do novo coronavírus aprofundou o abismo da desigualdade social entre negros e não negros no Brasil e o racismo estrutural, com suas práticas discriminatórias, institucionais, históricas e culturais, segrega negros no mercado de trabalho, atingindo diretamente a maioria da população do país, onde 56,1% das pessoas são negras.

Boletim do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta sexta-feira (19), mostra que aumentou a  desigualdade entre negros e não negros no mercado de trabalho durante a pandemia.

Entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, um total de  8,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras perderam o emprego ou deixaram de procurar por achar que não conseguiriam recolocação. Deste total, 6,4 milhões (71,4%) eram negros ou negras e 2,5 milhões não negros.

O Dieese analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao comparar os segundos trimestres desse ano e de 2020, o Dieese mostra que, em 2021, havia 2,9 milhões de negros ocupados a mais do que no ano passado – o equivalente a 47,0% do 1º trimestre de 2020.

“Para os não negros, os impactos da crise sanitária foram menores: dos 2,5 milhões que perderam as ocupações entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, 59% voltaram a trabalhar em 2021”, diz o boletim.

Para os negros, a taxa de desemprego é sempre maior do que a dos não negros. Enquanto para os homens negros, ficou em 13,2%, no 2º trimestre de 2021, para os não negros, foi de 9,8%. Entre as mulheres, a cada 100 negras na força de trabalho, 20 procuravam trabalho, proporção maior do que a de não negras, 13 a cada 100.

Fonte: https://www.brasil247.com/economia/71-4-dos-8-9-milhoes-que-perderam-emprego-na-pandemia-eram-negros-diz-dieese

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Desmonte do Brasil a partir de 2009

RETROSPECTIVA:

*2009* - Brasil descobre o pré sal, segunda maior reserva de petróleo da América

*2010* - Embargo econômico imposto pelos EUA à Venezuela que se negou a entregar o domínio do petróleo às petrolíferas americanas

*2011* - Brasil assume o protagonismo nos Brics, com o maior crescimentos do PIB ultrapassando o Reino Unido, assumindo a 6a. posição mundial na economia

*2012* - Europa derrete, sob o efeito da crise iniciada nos EUA. De cada 3 europeus, 1 estava desempregado

*2013* - Brasil apresenta o menor índice de desemprego do mundo, 4,3%. Milhares de estrangeiros migram para o Brasil em busca de emprego

*2013* o vice-presidente dos EUA, Joe Biden vem ao Brasil para abrir o pré-sal às petrolíferas estadunidenses e recebe um "não" da presidente Dilma... Na mesma semana se reúne a sós com Temer!

*2013* Biden retorna aos EUA e em apenas 1 mês e meio começam as manifestações contra Dilma, as "Jornadas de Junho"

*2014* - Sérgio Moro começa a viajar para a sede da CIA e no Depto de Estado dos EUA sob o pretexto de fazer cursos. Faz 14 viagens aos EUA em dois anos

*2014* Aécio estava em 3° nas pesquisas e de repente o superjato biturbinado Cessna cai, mata Eduardo Campos e a vice da chapa passa a apoiar Aécio que vai ao 2° turno

*2014* - Dilma Rousseff é reeleita e Aécio faz discurso inflamando o país ao dizer que iriam paralisar o governo Dilma

*2015* Temer viaja aos EUA no final do ano pra combinar o golpe

*2015* José Serra (PSDB) entra com o PL-131/2015 pra tirar o pré-sal da Petrobrás e do Brasil fazendo a abertura que Biden havia tentado em 2013

*2015* - Dilma Rousseff não aceita aliança com o centrão para se proteger do impeachment e para barrar as investigações contra Eduardo Cunha

*2016* vazam as gravações reveladoras da trama do golpe entre Jucá, Calheiros e Sarney (MDB) e Sérgio Machado (PSDB) onde falaram a famosa frase: _"Vamos tirar a Dilma e colocar o Michel para estacar a sangria. Num grande acordo, com o Supremo com tudo. E combinado com a imprensa"_

*2016* - Dilma Rousseff é afastada sob o falso argumento de "pedalada fiscal" e dois anos depois foi absolvida por falta de elementos legais

*2016* na sessão do impeachment de Dilma, vários deputados golpistas corruptos exaltam suas famílias e Deus, e Bolsonaro faz menção ao torturador carniceiro da ditadura Brilhante Ustra

*2016* o golpista Temer assume e o PL de abertura do pré-sal aos estrangeiros é logo aprovado com relatoria de Jucá

*2016* Temer nomeia o tucano Pedro Parente na Petrobras (processado no STF por corrupção no governo FHC)

*2017* a Petrobrás começa a paralisar refinarias e passar exportar o óleo cru

*2017* Temer (com MDB, PSDB, DEM, PP etc) aprovam a MP do Trilhão, isentando as petrolíferas estrangeiras em R$ 1 trilhão de impostos ao Brasil

*2017* - Michel Temer entrega 2 dos 3 maiores poços de petróleo aos EUA. Shell e Esso assumem a exploração e o refino de petróleo

*2017* - os preços dos combustíveis disparam subindo 212 vezes em 2 anos

*2017* Temer aprova a maldita Reforma Trabalhista retirando uma centena de direito dos trabalhadores

*2018* - Sérgio Moro condena Lula "sem provas" sob o argumento de objeto indeterminado, ou seja, sem provas. Lula não pode concorrer às eleições

*2018* a chapa Bolsonaro/Mourão faz a maior campanha eleitoral de fakenews espalhando milhares de mentiras pelas redes sociais na internet e o TSE aprova essa enorme corrupção Eleitoral

*2018* - nomeiam Sérgio Moro como ministro da Justiça

*2018* governo passa a liberar mais agrotóxicos importados e já passam de 800 novos

*2019* Governo aprova a maldita Reforma da Previdência condenando os brasileiros a trabalharem até a morte (ficam de fora: juízes, militares e políticos)

*2019* - Todas as reservas subterrâneas de água doce do Brasil são entregues à Coca Cola, americana

O Brasil cai de 6a economia para 14a. O papel dos Brics é enfraquecido. A Lavajato de Dallagnoll, Moro e CIA-EUA paralisam as grandes empreiteiras brasileiras que ganhavam concorrência de obras no exterior.

O desemprego explode...

O Brasil perde os estaleiros de construção de navios petroleiros. Nosso projeto do inédito submarino nuclear é fechado. Governo vende distribuição de gás.

Governo tenta entregar a Embraer, 2a maior do mundo em jatos comerciais à Boeing dos EUA.

Governo planeja entregar Eletrobras, Correios, BB, Serpro, Datasus, Dataprev, CeasaMinas, Ceagesp etc. As demais áreas do pré-sal seguem sendo entregues aos EUA. Voltamos a ser quintal dos EUA...

FIM

*ISSO É FATO

Fonte: https://www.facebook.com/leunam.gomes/posts/4611399318952115

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Sou um privilegiado num país que leva uma grande parte de sua população a viver na miséria

por Jacinto Pereira 

Apesar dos meus problemas com a diabete, eu moro num sítio com muitas arvores frutíferas e outras que uso na minha medicina popular, onde não deixo faltar meus chás que tomo diariamente. por causa de meus recentes problemas com os efeitos da diabete, eu cuido mais ou menos da minha alimentação. Acabo de tomar meu café da manhã composto de café com cuscuz com coco e ovos passado com alho, pimenta do reino, sal, cebola e pimentão, tudo passado no azeite de oliva. Agradeço ao nosso criador que me proporciona as condições de me alimentar desta forma. Porém não esqueço um só dia das condições em que vivem  milhões de brasileiros, que para sobreviver, enfrentam “N” dificuldades para se alimentar e alimentar as suas famílias, inclusive enfrentando as tão faladas  “filas do osso” e as cozinhas dos restaurantes para conseguir um pouco de restos de comida. Também sinto raiva dos gestores desse país dos últimos sete anos por deixarem o nosso Brasil voltar ao mapa da fome da ONU, apesar de sermos a terceira nação que mais produz alimentos no mundo.

sábado, 16 de outubro de 2021

Prerrogativas - A volta da fome: o cenário assustador de um país sem gov...

No Dia Mundial da Alimentação, Lula relembra políticas de seu governo contra a fome: 'um Brasil de barriga cheia é possível'


"Ninguém deve dormir com fome ou recorrer a ossos ou restos de comida para sobreviver. Ainda que Bolsonaro tenha roubado a dignidade do brasileiro, é possível sonhar novamente com um Brasil que vive de barriga cheia", diz texto publicado no site oficial do ex-presidente

16 de outubro de 2021, 11:15 h Atualizado em 16 de outubro de 2021, 11:15

Lula Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - É comemorado neste sábado (16) o Dia Mundial da Alimentação. O site oficial do ex-presidente Lula, então, divulgou um longo texto relembrando as políticas dos governos petistas que levaram o país a deixar o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).

O texto destaca a criação de programas como o Fome Zero, Bolsa Família e de Aquisição de Alimentos e conclui: "os governos petistas mostraram que basta vontade política para mudar a realidade de milhões de brasileiros".

"Ninguém deve dormir com fome ou recorrer a ossos ou restos de comida para sobreviver. Ainda que o governo Bolsonaro tenha roubado a dignidade do brasileiro, é possível sonhar novamente com um Brasil que vive de barriga cheia", complementa.

A publicação também afirma que "dentre todas as mudanças que Lula promoveu no Brasil, o combate à fome é, certamente, a mais expressiva".

Leia na íntegra:

“[…] se, ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da minha vida. É por isso que hoje conclamo: vamos acabar com a fome em nosso país.” Esse foi um trecho do discurso de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro mandato como presidente da República, em 2003. Naquela época, ele assumia o compromisso que seria o norte de todo o seu governo: empreender todos os esforços para que nenhum brasileiro ou brasileira dormisse com fome enquanto ele fosse presidente.

Antes de Lula, o Brasil havia convivido com a fome por séculos, a ponto de acostumar-se a ela. A fome já fazia parte da vida do brasileiro e os mandatários deste país, até então, fizeram muito pouco ou quase nada, para combatê-la. Mas Lula, nascido no semiárido pernambucano, nordestino, pobre, sétimo filho de um casal de lavradores analfabetos, conhecia a fome de perto e queria, mais do que tudo, deixar um legado de mudar essa realidade.

Dentre todas as mudanças que Lula promoveu no Brasil, o combate à fome é, certamente, a mais expressiva. Ele se tornou reconhecido internacionalmente por esses feitos. Sendo assim, no Dia Mundial da Alimentação, comemorado neste dia 16 de outubro, não dá para não lembrar de um brasileiro que ousou sonhar com um Brasil livre da fome. E mais, sabendo não ser impossível, foi e fez.

Um dos primeiros atos de Lula, dez dias após sua posse, foi promover uma viagem com uma comitiva de 30 ministros ao semiárido e à periferia do Recife. O objetivo era levar os formuladores de políticas públicas ao contato direto com a realidade da extrema pobreza, reiterando assim o foco no combate à fome.

Uma das primeiras medidas concretas que o governo Lula tomou nesse sentido foi a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em 2003, que havia sido extinto no governo FHC. O órgão, ligado à Presidência da República, tinha dois terços de sua composição formado por conselheiros de organizações da sociedade civil e o restante por representantes do governo. Organizou quatro conferências nacionais entre 2004 e 2015 e teve um papel fundamental na discussão de ações de combate à fome, servindo de exemplo para ações semelhantes na América Latina e na África.

Junto à retomada do Consea, veio a criação do Programa Fome Zero e a criação do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA) e da assessoria especial na Presidência da República, além de um orçamento de R$ 1,8 bilhão destinado para ações do Fome Zero. Essa ação coordenada evidencia o fato de que a pauta era fundamental para o governo Lula.

No primeiro ano, o Programa beneficiou 11 milhões de pessoas em 2.369 municípios concentrados especialmente no semiárido e nas regiões mais pobres do Nordeste. A pesquisa  feita  pelos  especialistas  do  Projeto  Fome Zero  evidenciou que  o  problema  da  fome  do  Brasil  não  tinha  como  sua  principal  causa  a  oferta  de alimentos e sim a falta de dinheiro para aquisição de alimentos. O Fome Zero deu origem ao Programa Bolsa Família, um dos maiores programas de transferência de renda do mundo, que se tornou exemplo internacional para iniciativas em vários outros países.

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Outro legado do governo Lula foi a lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, que define o que o Brasil considera ser Segurança Alimentar e Nutricional. Isso foi um marco importante no combate à fome no País, pois garantiu que a segurança alimentar e  nutricional se tornasse uma questão de Estado, não de governos.

A partir daí, o governo investiu em uma série de medidas que levaram o Brasil a vencer a fome. Essas medidas estavam baseadas em duas premissas: garantia de alimentos e garantia de renda. Dentre elas, programas de apoio a pequenos e médios agricultores, distribuição de terras a famílias de agricultores, reforço da merenda escolar com produtos da agricultura familiar, formação de estoque de alimentos para impedir disparada de preços, aumento real sistemático do salário mínimo, uso do Estado para estimular o desenvolvimento, mantendo a taxa de desemprego nos menores níveis da história, manutenção da inflação sob controle, programas de transferência de renda para as famílias mais vulneráveis, como o Bolsa Família.

Essas políticas implementadas por Lula e aprimoradas pela presidenta Dilma Rousseff fizeram com que, em 2014, o Brasil saísse do Mapa da Fome da ONU, uma conquista histórica.

O relatório The State of food Insecurity in the World 2014, publicação anual da FAO, assinalou que o Brasil alcançou o Objetivo de  Desenvolvimento  do  Milênio  de  reduzir  pela  metade  a  proporção  de  pessoas que  passavam  fome,  e  que  também  atingiu  a  meta  estabelecida  pela  Cúpula  Mundial  de Alimentação  de  diminuir  pela  metade  o  número  absoluto  de  famintos.

Algumas conquistas importantes trazidas pelo documento são:

  • Entre  2000  e  2006,  a  taxa  de  subnutrição  no  Brasil  caiu de 10,7%  para  menos  de  5%
  • Entre 2001 a 2012, a pobreza total caiu de 24% para 8%, da população
  • Entre 2001 e 2012, a pobreza extrema caiu de 14% para 3,5%
  • A insegurança alimentar foi reduzida em 25% no período de 2004 a 2009, sendo que essa redução se deu majoritariamente entre as pessoas que viviam na pobreza extrema

Os governos petistas mostraram que basta vontade política para mudar a realidade de milhões de brasileiros. Ninguém deve dormir com fome ou recorrer a ossos ou restos de comida para sobreviver. Ainda que o governo Bolsonaro tenha roubado a dignidade do brasileiro, é possível sonhar novamente com um Brasil que vive de barriga cheia.

Fome: https://www.brasil247.com/poder/no-dia-mundial-da-alimentacao-lula-relembra-politicas-de-seu-governo-contra-a-fome-um-brasil-de-barriga-cheia-e-possivel