Lula diz que governo terá que discutir com Congresso mudança no limite de gastos
"Nós precisamos garantir estabilidade econômica. Esse país tem. Nós precisamos garantir estabilidade fiscal. Esse país tem", afirmou
BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que o governo terá que discutir em algum momento com o Congresso a mudança do "limite de gastos" do país para promover mais benefícios à população, e afirmou que bons projetos sempre terão financiamento.
Em discurso durante evento de anúncio de investimentos do Novo PAC Seleções no Palácio do Planalto, Lula também reiterou que a economia brasileira vai crescer neste ano e enfatizou a necessidade de garantir a estabilidade fiscal e econômica para atrair investimentos.
"Quando a gente tiver mais dinheiro a gente vai ter que discutir com a Câmara e o Senado esse limite de gastos, e vamos ver como é que a gente pode utilizar mais dinheiro para fazer mais benefício para o povo", disse Lula.
"Nós precisamos garantir estabilidade econômica. Esse país tem. Nós precisamos garantir estabilidade fiscal. Esse país tem", acrescentou.
Lula ainda afirmou que a arrecadação federal está aumentando "além daquilo que muita gente esperava". Em janeiro, a arrecadação apresentou o melhor resultado já registrado para todos os meses da série histórica da Receita Federal, iniciada em 1995.
Mais tarde, em discurso durante reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, Lula disse que "não há hipótese de você ter um bom projeto que a gente não arrume dinheiro", ao incentivar os pesquisadores a apresentarem propostas relativas ao desenvolvimento da inteligência artificial no país.
"O discurso não faz o dinheiro, mas um projeto faz dinheiro", afirmou.
O presidente também disse estar muito otimista com o futuro do país e apontou não haver motivos para não acreditar que o Brasil pode voltar a ser uma das principais economias do planeta.
Os comentários de Lula sobre o cenário fiscal ocorrem em meio aos esforços da equipe econômica do governo para cumprir a meta de zerar o déficit primário ao fim deste ano.
O novo arcabouço fiscal, aprovado pelo Congresso no ano passado, substituiu a antiga regra do teto de gastos, e determina o ritmo de crescimento das despesas. Já a meta zero foi definida pelo governo na Lei de Diretrizes Orçamentárias para este ano.
Entre as medidas discutidas pelo Executivo neste início do ano para melhorar a arrecadação está a busca da reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, que o governo deve tentar aprovar no Congresso com um projeto de lei em regime de urgência.
O governo também apresentará um projeto de lei para rediscutir o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que desde a pandemia gera uma renúncia fiscal bilionária como incentivo econômico.
Ambas as medidas já haviam sido anunciadas como parte de uma medida provisória no fim do ano passado. No entanto, o governo revogou parcialmente a MP após pressão feita por parlamentares.
De acordo com a mais recente pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central na terça-feira, analistas do mercado estão prevendo que o resultado primário para este ano ficará em um déficit de 0,78% do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse cenário, o governo precisaria rediscutir a meta fiscal ou realizar o bloqueio de alguns gastos.
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