quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Pesquisa: pobreza afeta 63% do total de crianças e adolescentes no Brasil

 

Menor de idade trabalha vendendo balas em sinal no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Brasil, 18 de novembro de 2003 - Sputnik Brasil, 1920, 14.02.2023

© Folhapress

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo UNICEF, situação de vulnerabilidade afeta 32 milhões de meninos e meninas no país, sendo o acesso a saneamento básico uma das maiores privações.

Pelo menos 32 milhões de meninas e meninos brasileiros de até 17 anos vivem na pobreza e sofrem com as múltiplas consequências que a situação de vulnerabilidade social acarreta, como a falta de acesso a saneamento básico, água potável, alimentação, educação, moradia, informação e renda. O número representa 63% do total da faixa etária no país.

Os dados são da pesquisa “As múltiplas dimensões da pobreza na infância e na adolescência no Brasil”, publicada nesta terça-feira (14) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla em inglês). A pesquisa foi realizada pelo UNICEF com apoio da Fundação Vale e reúne dados coletados entre 2019 e 2022 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os resultados apontam que a situação de crianças em estado de vulnerabilidade social no Brasil se agravou durante a pandemia, afetando em especial aqueles que já viviam em situação de pobreza.

Moradora da favela de Paraisópolis, em São Paulo, segura panela vazia durante protesto para exigir ajuda alimentar para pessoas afetadas pela pandemia de COVID-19, em 5 de abril de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.10.2022

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“Entre crianças e adolescentes negros e indígenas, 72,5% estavam na pobreza multidimensional em 2019, versus 49,2% de brancos e amarelos. Entre os estados, seis tinham mais de 90% de crianças e adolescentes em pobreza multidimensional, todos no Norte e Nordeste”, diz a pesquisa.

De acordo com a pesquisa, as principais privações que afetam meninas e meninos no Brasil são:

falta de acesso a saneamento básico (21,2 milhões de meninas e meninos);

privação de renda (20,6 milhões);

acesso à informação (6,2 milhões);

falta de moradia adequada (4,6 milhões);

privação de educação (4,3 milhões);

falta de acesso a água (3,4 milhões);

e trabalho infantil (2,1 milhões).

Segundo a chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do UNICEF no Brasil, Liliana Chopitea, “os desafios são imensos e inter-relacionados”.

“Para reverter esse cenário, é preciso políticas públicas que beneficiem não só as crianças e os adolescentes diretamente, mas também mães, pais e responsáveis, especialmente os mais vulneráveis”, disse Liliana.

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