Cruz. Nos tempos do Brasil Colônia, viviam aqui nesta região os antigos moradores vindo da Holanda. Oriundos da caravana de Cabral rumo à costa brasileira e traziam em suas bagagens sementes de mamona para extração do azeite para ser utilizado nos candeeiros, pois não existia luz elétrica naquela época.
Foi nessa época que surgiram os primeiros pés de mamona nascidos das sementes jogadas pelos moradores que depois se passou a chamar carrapateiras por ser muito parecida com o carrapato (inseto) e foi nesta região que surgiram vários pés de carrapatos na beira-mar, que veio futuramente servir de ponto de referencia para os pescadores, principalmente os que botavam currais que passaram a chamar, carreira das carrapateiras. Nos séculos passados viviam aqui os nativos: Bernardino Marques; Livino Albano; Luiz Albano; Inácio Bernardo; Viturino; Mariana Nunes; Joaquim Nunes; Raimundo Sales; Benvindo Antunes; Francisco Salgueiro; Clóvis Albano da Silveira e o Casal Alexandre Nunes de Freitas e Inez Maria da Conceição que depois de muitos anos morando aqui, mudou-se para o Município de Granja, numa comunidade chamada Taraco. Foram eles os pais de Joaquim Marques de Freitas, o filho ilustre desta comunidade, que nasceu no dia 11 de março de 1923 e veio para morar aqui em 1959.
Em 1959, chegava de Lusitânia, Município de Granja, na comunidade de Carrapateiras deste município Joaquim Marques de Freitas (Quinca),com uma ideia que o povo carrapateirense ainda não tinha sonhado. Seus pais eram naturais daqui mesmo, mas em 1905 mudou-se para Granja, e depois de 44 anos já os velhos falecidos, Joaquim Marques se lembrando da família veio residir na mesma localidade onde tinha vivido seus pais, encontrando com todos os seus parentes.
Em 1964, Joaquim Marques falava para os proprietários de Carrapateiras que seu objetivo principal era construir nesta comunidade uma capela. O povo quase em geral admirava-se daquela ideia e alguns diziam: “não tenho uma pequena fé, o nosso lugar não tem condições para isto”. E Joaquim Marques dizia: “nós todos unidos e nos unindo com as circunvizinhanças teremos favorável condição; vejamos como fazem as formiguinhas”!
O povo começou a decidir-se que aquilo seria mesmo uma ótima ideia e todos já estavam no acordo de entrar em ação. No ano de 1964, o Monsenhor José Edson Magalhães que era naquela época o vigário de Cruz celebrou a primeira missa no local onde ia ser construída a referida capela de Carrapateiras. Os proprietários José Bernardino da Rocha e Pedro Marques da rocha doaram o terreno com 100 metros quadrados. Estando todos de acordo, formaram uma comissão de cinco membros que foram encarregados de arrecadar donativos por meios de leilões, quermesses, visita com a imagem nas casas, campanha de partidos etc. No ano de 1965, já atuava como Pároco de Cruz Pe. Manoel Valderi da Rocha, o qual celebrou a segunda missa em Carrapateiras, dando a planta da construção.
A ORIGEM DA CAPELA DE N.S DAS GRAÇAS DE CARRAPATEIRAS
Como já se tinha arranjado parte do dinheiro e do material, neste mesmo ano foi dado inicio à construção do templo de Nossa Senhora das Graças.
Os primeiros materiais foram ainda baratíssimos: tijolos a C$3,00 Cruzeiros o milheiro, oficial a C$1,00 Cruzeiro, e todos entraram em ação com boa vontade.
A construção foi iniciada no meado do ano de 1965 e a realização em 1972. A benção da capela aconteceu aos trinta de novembro de 1972. Mas, nesta época faltava os principais que era dinheiro e material. Um dia passava em frente à construção, o Senhor Manoel Nelson Silveira, grande comerciante de Gamileirinha e vendo o trabalho quase parado por falta de condições, prontificou-se a manter dinheiro e material por sua conta a fim de realizar no tempo marcado todo o trabalho da igreja.
O mesmo benfeitor que fez essa garantia, juntando-se com o povo da comunidade, deram inicio a uns partidos e teve-se grande proveito, pois no fim dos apuros deu para pagar toda a soma que se tinha ficado devendo e no dia 30/12/72 o vigário deu a benção da capela e a partir daí passou a ter missa na capela 2 vezes ao ano, nos referidos mês de maio e de dezembro. Depois de tudo, foi feito o apuro de todas as notas de despesas durante os 7 anos de construção, dando um total de C$ 7.650,00. Agora nossa capela já está cercada de poste de iluminação e não parece mais àquela capoeira de 1960, de onde nasceu à ideia e a construção foi realizada. As pessoas que mais colaboraram foram: o Sr João Luís, Israel Graciano, Sabino Lúcio, Pedro Anselmo, Antônio Severo, Pedro Barbosa, Nemésio Furtado, Raimundo Chico, Benedito Manoel, José Albano, João Tapera, João Salgueiro, e um dos grandes colaboradores para a evangelização desta comunidade foi o Padre Francisco Nicodemos Sousa. Naquela época este povoado foi denominado por Rua do Cruzeiro por que do lado norte, morava o Sr Bernardino Sousa Marques (conhecido como Bena), do lado Sul morava o Sr Expedito Marques Sousa, do lado leste morava o Sr Francisco Marques Silveira e do lado Oeste morava o Sr Joaquim Marques de Freitas e assim formava uma Cruz com a capela no centro.
Os primeiros dirigentes da comunidade foram os senhores Joaquim Marques de Freitas, Joaquim Marques da Rocha com o auxílio de José Marques da Rocha, Manoel Braz, Antônio Raimundo e depois Francisco das Chagas Sousa. E atualmente é coordenado pelo o Sr João Marques de Araújo.
As catequistas eram: Maria Inês, Rita Marques de Sousa, Maria Auzerina Marques, Gorete Sousa, Conceição Silveira, Francisca Maria Silveira e outras.
Depois, com a chegada de Dr. Lima e a Dra Selma, vindos de Sobral fundaram, aqui, em 1978, o grupo JAC (denominado Jovens Amigos de Cristo) sobre as coordenações de Manoel Braz, Gorete Sousa, Conceição Silveira e depois Rita de Cássia Nunes Silveira, Vanessa Silveira e Maicon Araujo.
Os padres que passaram por aqui foram: Pe. Francisco de Assis Magalhães Rocha, Pe. Aristides de Oliveira Carneiro, Pe. Francisco Eudes Cruz. E hoje a comunidade pertence à Paróquia de São João Batista de Aranaú com o Pároco José Maurílio Xavier Lima.
Primeira Capela de N. S. Graças Segunda Capela de N. S. Graças
Terceira Capela N. S. Graças Capela Atual de N. S. Graças
Personalidades que fizeram parte da história de Carrapateiras
(fundador)
Dom José Tupinambá da Frota
(1° Bispo de Sobral)
José Bernardino da Rocha
(doador do terreno)
Bernardino Sousa Marques
(um dos primeiros moradores)
Clotildes de Sousa Campos Pe. Nicodemos
(doadora do terreno) Primeiro Missionário da Região
Chagas Severo
3º Dirigente João Marques
Dirigente Atual
Joaquim Marques da Rocha Pe. Robson Cabral - Celsolandia
2º Dirigente
Pe. Marcones Monsenhor Edson
Área Pastoral de Caiçara
Pe. Valderi Pe. Maurilio – Aranaú
Celebrante da 2ª Missa
Dr. Lima
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